O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS (Shi mian mai fu, 2004, China, 119min) Direção: Zhang Yimou. Roteiro: Feng Li, Bin Wang, Zhang Yimou. Fotografia: Xiaoding Zhao. Montagem: Long Cheng. Música: Shigeru Umebayashi. Figurino: Emi Wada. Direção de arte/cenários: Tingxiao Huo. Produção executiva: Weiping Zhang. Produção: William Kong, Zhang Yimou. Elenco: Takeshi Kaneshiro, Andy Lau, Ziyi Zhang. Estreia: 19/5/04 (Festival de Cannes)
Indicado ao Oscar de Fotografia
Depois do sucesso de "Herói", que chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Zhang Yimou voltou a encantar o Ocidente com "O clã das adagas voadoras", em que mais uma vez utiliza de seu inegável talento em criar cenas de enorme impacto visual. Ao contrário de "Herói", no entanto, em que a forma era o principal atrativo em detrimento da história não exatamente empolgante, aqui o cineasta prefere dar mais atenção à trama, o que enriquece ainda mais o conjunto final. As cenas de seu novo filme podem não ser tão impressionantes quanto as belíssimas imagens do filme anterior, mas servem a uma história de amor e traição de grande ressonância emocional.
A trama de "O clã das adagas voadoras" se passa na China do século IX, quando a popularidade do Imperador estava em baixa, a ponto de ser questionada pela população, em especial por grupos rebeldes, como o clã do título. Quando o filme começa o líder do grupo está morto e, segundo lendas, está sendo substituído por sua filha, cuja identidade todos desconhecem. Para tentar chegar ao nome da nova líder da dissidência, um jovem capitão da polícia é escalado para seduzir a bela dançarina Mei (Ziyi Zhang) e assim chegar até os cabeças da revolução. Escoltando a estonteante bailarina - que é cega - ele acaba se apaixonando por ela, mas várias reviravoltas ainda atravessarão seu caminho antes que eles possam encontrar a felicidade. Entre as surpresas, surge um terceiro elemento no romance, que complica ainda mais sua atípica história de amor.
Pode até parecer ingênuo, mas "O clã das adagas voadoras" logo conquista a audiência com uma mistura equilibrada de belas coreografias de luta e cenas românticas realizadas com sensibilidade e grande senso de verossimilhança. O amor entre os protagonistas, nascido de maneira inesperada, convence graças a seus intérpretes, que dizem mais com seus olhares apaixonados do que páginas e páginas de discursos inflamados que surgem sistematicamente nos romances de plástico de Hollywood. E é impossível não empolgar-se com o terço final da obra, cuja beleza plástica e emocional apenas confirma o talento aparentemente inesgotável de Zhang Yimou.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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