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quarta-feira
VAMOS NESSA
VAMOS NESSA (Go, 1999, Columbia Pictures, 102min) Direção: Doug Liman. Roteiro: John August. Fotografia: Doug Liman. Montagem: Stephen Mirrione. Música: BT. Figurino: Genevieve Tyrrell. Direção de arte/cenários: Thomas P. Wilkins/Fontaine Beauchamp Hebb. Produção: Matt Freeman, Mickey Liddell, Paul Rosenberg. Elenco: Sarah Polley, Katie Holmes, Scott Wolf, Jay Mohr, Timothy Olyphant, Desmond Askew, William Fichtner, Jane Krakowski, Taye Diggs, Breckin Meyer, J.E. Freeman. Estreia: 09/4/99
Nada como um filme despretensioso para provar aos descrentes que ainda existe criatividade e energia no mundo hollywoodiano. Feito com parcos 6 milhões e meio de dólares, a comédia “Vamos nessa” é a perfeita prova de que é possível contar uma história com poucos recursos desde que a receita inclua inteligência e talento. Além de tudo, comprova que o sucesso de crítica que o diretor Doug Liman obteve com seu primeiro filme, “Swingers, curtindo a noite” não era apenas sorte de principiante.
“Vamos nessa” é composto de várias histórias que se interligam, a exemplo de inúmeros outros filmes que exploraram o formato. No entanto, ao invés de utilizar a fórmula perigosamente corriqueira como subterfúgio para esconder um roteiro sem consistência, a maneira com que as tramas se desenrolam se completam, como um quebra-cabeças bem-humorado e descolado, contado com ritmo próprio, bom-humor e uma energia contagiante.
A trama de “Vamos nessa” se desenrola às vésperas de Natal, quando o inglês Simon (o ótimo estreante Desmond Askew) resolve aproveitar uma oportunidade única e viajar para Las Vegas com um grupo de amigos. Enquanto ele passa por poucas e boas na capital mundial do jogo, nem imagina a confusão que deixou para trás. Sua colega de trabalho, a jovem Ronna (a revelação de “O doce amanhã” Sarah Polley), à beira de uma ação de despejo, aceita vender êcstase para um casal de atores, Zack e Adam (Scott Wolf e Jay Mohr), mas ao descobrir que tudo é uma armadilha armada por um policial muito suspeito (William Fichtner) dá fim à mercadoria. Fazendo isso, ela passa a perna em Todd Gaines (Timothy Olyphant), um traficante pouco afeito a amizades por quem sua melhor amiga Claire (Katie Holmes) sente uma mal-disfarçada atração. Entrando na lista negra do jovem, ela acaba indo parar em uma rave, para onde vários conflitos irão confluir e até mesmo a desgastada relação entre os astros de TV irá se resolver.
O que é melhor, em "Vamos nessa" é sua sinceridade em dialogar com seu público-alvo. É evidente que não existe a intenção de ser denso ou dramaticamente relevante, é apenas uma história contada de maneira a jamais deixar o ritmo cair e, nesse quesito, é memorável. Todas as subtramas são interessantes e repletas de referências pop (a citação a "Barrados no baile" quase passa despercebida, inclusive) e piadas inteligentes, e não sobra nenhum laço solto em seu produto final, nada é esquecido pelo roteirista John August (nem ao menos aquelas personagens que nem mesmo o público lembrava...) Recheado de delicios diálogos e uma agilidade a toda prova, "Vamos nessa" ainda conquista por sua modernidade nata. Nada no filme, nem o roteiro, nem a edição nem muito menos o elenco - repleto de nomes promissores - parecem forçados e/ou equivocados. Até mesmo Katie Holmes está relativamente bem, ainda que repita os trejeitos de sua personahem mais conhecida, a chatinha Joey Potter da série "Dawson's Creek" e a química entre Jay Mohr e Scott Wolf é impagável. No entanto, é o inglês Desmond Askew quem mais se destaca, na pele do alucinado Simon, dono de algumas das melhores cenas do filme.
E a trilha sonora, aliás, é quase uma personagem à parte: cumpre seu papel com louvor, comentando a ação sem interferir exageradamente nela. De techno a pop - passando por "Macarena" em uma cena bizarra e uma canção inédita da banda No Doubt) - a lista de canções é das mais variadas e enche os ouvidos da plateia, feliz em ser tratada com uma boa dose de humor esperto e descolado. Quando acabam as aventuras do grupo de jovens retratados por August, fica a sensação de que Doug Liman estava no caminho certo em sua habilidade de contar histórias rápidas. Seu filme é o programa perfeito para um sábado à noite antes de uma balada.
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2 comentários:
É uma deliciosa comédia com jovem, com diálogos inteligentes e ótimo ritmo.
Não lembro de Jay Mohr, Scott Wolf e Desmond Askew terem outros bons papéis no cinema além deste filme.
Abraço
Uma outra citação que quase passa despercebida é a de Ironic da Alanos Morissette que ocorre quando os namorados descobrem com quem um trai o outro.
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