quarta-feira

DIRTY DANCING, RITMO QUENTE


DIRTY DANCING, RITMO QUENTE (Dirty dancing, 1987, Vestron Pictures, 100min) Direção: Emile Ardolino. Roteiro: Eleanor Bergstein. Fotografia: Jeff Jur. Montagem: Peter C, Frank. Música: John Morris. Figurino: Hilary Rosenfeld. Direção de arte/cenários: David Chapman/Clay Griffith. Casting: Bonnie Timmermann. Produção executiva: Mitchell Cannold, Steven Reuther. Produção: Linda Gottlieb. Elenco: Patrick Swayze, Jennifer Grey, Jerry Orbach, Cynthia Rhodes, Jack Weston, Jane Brucker, Kelly Bishop. Estreia: 12/5/87

Vencedor do Oscar de Melhor Canção: "(I've had) The time of my life"
Golden Globe de Melhor Canção: "(I've had) The time of my life"


Uma das metáforas mais batidas do cinema é aquela que usa a perda da inocência física e romântica em conjunto com a entrada dos EUA na guerra do Vietnã e o assassinato de Kennedy. Algumas vezes chega a ser irritante. Em outras, como é o caso de “Dirty dancing” fica charmoso e delicado. Vai ver porque é difícil não gostar de um filme tão simpático quanto ele.

A trama de “Dirty dancing” – se é que se pode chamar de trama uma história tão simples e clichê - não tem absolutamente nada de novo. É mais uma história de amor proibido, em que uma jovem romântica e ingênua se apaixona por um homem mais velho e mais experiente e vê seu amor ser ameaçado pelo preconceito. Se não vejamos: Baby Houseman (vivida com graça e energia por Jennifer Grey, a irmã invejosa de Matthew Broderick em “Curtindo a vida adoidado”) é a filha mais velha de um médico respeitado e rígido (Jerry Orbach) que vai com a família passar o verão de 1963 em uma colônia de férias. Tão logo chega no hotel ela se encanta por Johnny (Patrick Swayze), o instrutor de dança do lugar, mas obviamente sente-se rejeitada por ele, que é o preferido de dez entre dez hóspedes, que não somente usam seus dotes de dançarino. A chance de aproximar-se dele se dá quando sua parceira Penny (Chyntia Rhodes) fica impedida, devido a um aborto, de dançar com ele em uma série de apresentações. Como na história do Patinho Feio, a desajeitada Baby transforma-se em um belo cisne. Com a ajuda de Johnny, por quem naturalmente se apaixona e é correspondida, ela deixa de ser a adolescente Baby e passa a ser a mulher Frances. No entanto, quando o aborto de Penny vem à tona, o amor dos dois torna-se mais do que proibido.


Sem absolutamente nada de novo em seu roteiro – talvez apenas o apelo sensual das coreografias seja uma novidade – “Dirty dancing” é marcante justamente por sua coragem em ser apenas uma história de amor, sem maiores arroubos de criatividade. Para isso, conta com o talento de Jennifer Grey, uma atriz carismática e sensível, sua invejável química com Patrick Swayze e uma deliciosa trilha sonora, que une clássicos dos anos 60 como “Be my baby” – que seduz o espectador logo na abertura – e “Big girls don’t cry” a canções compostas especialmente para o filme, como a vencedora do Oscar “(I’ve had) The time of my life”, que encerra o filme com o astral que ele merece.

Clássico instantâneo de sua geração, “Dirty dancing” é talvez um dos melhores exemplos de que sensibilidade pode tranqüilamente substituir enlouquecidos movimentos de câmera.

2 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

É um clássico e que tem uma balanço inegável
!!!

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