COPYCAT, A VIDA IMITA A MORTE (Copycat, 1995, Regency Enterprises, 123min) Direção: Jon Amiel. Roteiro: Ann Biderman, David Madsen. Fotografia: Láslzló Kovács. Montagem: Jim Clark, Alan Heim. Música: Christopher Young. Figurino: Claudia Brown. Direção de arte/cenários: Jim Clay/Catherine Davis. Produção executiva: John Fiedler, Michael Nathanson. Produção: Arnon Milchan, Mark Tarlov. Elenco: Sigourney Weaver, Holly Hunter, Dermot Mulroney, William MacNamara, Harry Connick Jr., J.E. Freeman, Will Patton. Estreia: 27/10/95
O mais curioso em se assistir a "Copycat, a vida imita a morte" nem é o fato de Sigourney Weaver interpretar, do alto de seu 1,80m, uma mulher frágil e indefesa. O que foge do comum no filme de Jon Amiel - uma trama policial abertamente com pretensões puramente comerciais - é a presença de Holly Hunter, uma atriz acostumada a estar nos créditos de filmes independentes e vencedora do Oscar e da Palma de Ouro do Festival de Cannes. Liderando o elenco de um produto derivativo - ainda que razoavelmente interessante em alguns momentos - as duas atrizes, donas de talentos inquestionáveis, são a principal razão de ser do filme do mesmo diretor do romântico "Sommersby, o retorno de um estranho".
Helen Hudson (Sigourney Weaver) é uma especialista em traçar perfis psicológicos de serial killers que, atacada por um deles, Darryll Lee Cullum (Harry Connick Jr.), fica traumatizada a ponto de isolar-se dentro de seu apartamento. Sofrendo de agorafobia - medo patológico de sair à rua - ela utiliza a Internet para ter contato com o mundo exterior, mas sem esperar, mais de um ano depois de ter sofrido o ataque ela se vê novamente envolvida com a polícia. Procurada pela detetive M.J. Monahan (Holly Hunter) e seu parceiro Reuben Goetz (Dermot Mulroney), ela fica sabendo que um psicopata anda fazendo suas vítimas de forma a imitar assassinos famosos, como Jeffrey Dahmer, Ted Bundy, o Filho de Sam e o Zodíaco. O próprio criminoso, através de emails e bilhetes, convida Helen a unir-se a seu jogo macabro.
Apesar de bastante correto, "Copycat" carece basicamente de ousadia, um fator que transformou seu contemporâneo "Seven, os sete crimes capitais" em um dos maiores êxitos do gênero. A direção de Amiel é burocrática, mas a culpa também é do roteiro, indeciso entre contar uma história policial nos moldes clássicos - com um clímax derivativo e sem grandes emoções - ou investigar a personalidade do vilão (vivido sem chame por William McNamara). Todas as cenas em que Hudson e Monahan dão passos em direção a solucionar o crime - através do estudo dos crimes do passado - são extremamente envolventes, embarcando a audiência em uma viagem por dentro dos meandros de uma caçada policial. Quando o filme se dedica a cenas de ação, no entanto, ele perde seu diferencial e une-se à vala comum das produções do estilo. Nem mesmo existe tensão o suficiente nos ataques do criminoso: Amiel deveria espelhar-se em Hitchcock, David Fincher e até no Jonathan Demme de "O silêncio dos inocentes" para criar o envolvimento do público. Aqui, essas sequências servem apenas para desviar a atenção do que é realmente empolgante.
Mas realmente é o elenco que transforma a experiência de se assistir a "Copycat" em algo mais do que um Supercine. Tanto Weaver quanto Hunter dão o máximo em suas atuações, ainda que suas personagens - mesmo a torturada criminologista de Weaver - não lhe deem muito material sobre o qual trabalhar. E não há dúvida de que insinuar um interesse romântico entre Helen e o policial Reuben é completamente desnecessário e improvável. Quem se sai melhor de toda a confusão é, por incrível que pareça, o cantor/ator Harry Connick Jr., que, mesmo em poucas aparições, rouba a cena descaradamente.
"Copycat" é um bom filme, mas que não é muito diferente de dezenas de outros similares. Não fosse seu elenco classe A estaria relegado a ser apenas mais um dos produtos a ser exibidos semanalmente nas televisões abertas.
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2 comentários:
Assisti esse filme anos atrás e não me encantou como outros do gênero. Serve para um supercine.kkk
Assisti ao filme, e revejo sempre para analise e discussões em sala, particularmente acho excepcional. Mas é isso gosto não se discute, feliz 2012
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