ADORÁVEL JULIA (Being Julia, 2004, Serendipity Point Films, 104min) Direção: István Szabó, novela de W. Somerset Maughan. Fotografia: Lajos Koltai. Montagem: Susan Shipton. Música: Mychael Danna. Figurino: John Bloomfield. Direção de arte/cenários: Luciana Arrighi/Zoltán Horváth, Attila Koves, Ian Whittaker. Produção executiva: Mark Milln, Marion Pilowsky. Produção: Robert Lantos. Elenco: Annette Bening, Jeremy Irons, Michael Gambon, Bruce Greenwood, Shaun Evans, Lucy Punch, Juliet Stevenson, Miriam Margolyes. Estreia: 03/9/04 (Festival de Telluride)
Indicado ao Oscar de Melhor Atriz (Annette Bening)
Vencedor do Golden Globe de Melhor Atriz Comédia/Musical (Annette Bening)
Inspirado na história “Theatre”, de W. Sommerset Maughan, esse belo drama romântico do húngaro Istvan Szabo apresenta uma das melhores atuações da sra. Warren Beatty, Annette Bening, que ganhou o Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar por seu trabalho. Ela mereceu. Sua Julia Lambert é sem dúvida uma das personagens mais fascinantes e bem escritas da década, e Bening tira de letra a sua complexidade de emoções. De diva aborrecida a mulher apaixonada e daí a uma mulher amargurada e vingativa, Bening desfila pela tela uma paleta completa de sentimentos, o que leva o público a embarcar em sua jornada rumo à vingança com um sorriso nos lábios.
Londres, 1938. A atriz Julia Lambert (Annette Bening) é a diva maior dos palcos ingleses. Vivendo um casamento aberto com o diretor Michael (Jeremy Irons), ela conhece e passa a viver um caso com o jovem americano Tom (Shaun Evans), que tem idade para ser seu filho. O romance dos dois convém a ambos, uma vez que Julia torna-se mais feliz e menos deprimida e o rapaz passa a ser praticamente sustentado pela atriz. As coisas mudam de figura quando Tom se apaixona por Avril Chrichton, uma aspirante à estrela e Julia, sentindo-se traída e humilhada planeja uma vingança em grande estilo, no seu próprio terreno: o palco.
Para isso também ajuda todo o trabalho de produção do filme. Com uma primorosa reconstituição de época, uma bela trilha sonora e um elenco coadjuvante afinado, a nova obra de Szabo conquista pela elegância, pela inteligência e pela qualidade que emana em cada cena. Jeremy Irons, apesar de não ter muito o que fazer em cena demonstra seu tradicional estilo cool. Michael Gambon, como uma espécie de anjo da guarda e grilo falante de Julia não poderia estar melhor e Juliet Stevenson, como a camareira da atriz nem precisa de muitos diálogos para mostrar sua competência. Pena que Shaun Evans, na pele de Tom, personagem crucial à trama não cumpra com as expectativas. Apesar de jovem, simpático e sedutor, ele não tem o estofo necessário para viver o pivô de toda a história. No entanto, isso não compromete o belo espetáculo que “Adorável Julia” é, uma bela declaração de amor ao teatro, acima de tudo.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
sexta-feira
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Um comentário:
Tenho esse filme aqui em casa há anos e nunca vi, mesmo amando a Annete. Me convenceu Clênio, vou ver neste fds.
Abração pro senhor!
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