segunda-feira

O PREÇO DE UM RESGATE

O PREÇO DE UM RESGATE (Ransom, 1996, Touchstone Pictures, 121min) Direção: Ron Howard. Roteiro: Richard Price, Alexander Ignon, história de Cyril Hume, Richard Maibaum. Fotografia: Piotr Sobocinski. Montagem: Dan Hanley, Mike Hill. Música: James Horner. Figurino: Rita Ryack. Direção de arte/cenários: Michael Corenblith/Susan Bode. Produção executiva: Todd Hallowell. Produção: Brian Grazer, B. Kiplin Hagopian, Scott Rudin. Elenco: Mel Gibson, Rene Russo, Gary Sinise, Delroy Lindo, Lily Taylor, Liev Schreiber, Evan Handler, Donnie Wahlberg, Brawley Nolte, Dan Hedaya. Estreia: 08/11/96

Durante as filmagens de "O preço de um resgate", policial inspirado em um telefilme apresentado ao vivo nos primórdios da TV americana, seu diretor Ron Howard se viu em uma situação no mínimo rara: seu trabalho anterior, "Apollo 13" disputava o Oscar de melhor produção do ano com "Coração valente", cujo responsável pela direção era ninguém menos que Mel Gibson, o protagonista de seu filme. Essa pequena curiosidade, porém, não atrapalhou em nada o resultado final, nem em termos de qualidade nem tampouco de bilheteria: com uma renda de mais de 130 milhões de dólares, "O preço de um resgate" foi mais um dos sucessos comerciais de Gibson - que, aliás, levou vantagem na festa do Oscar, ficando com as estatuetas de filme e direção (prêmio este que Howard nem sequer disputou).

Quando "O preço de um resgate" estreou, Gibson estava no auge de sua popularidade e do respeito por parte da crítica, por isso não é surpresa que o filme tenha feito tanto sucesso. A boa notícia é que, apesar de alguns erros na carreira do ator, este aqui é um de seus pontos altos, um trabalho maduro em que ele não apenas é um astro carismático e sedutor, mas também um ator experiente e capaz de emocionar sua plateia com uma personagem dúbio e rico de nuances. Mesmo que não seja exatamente brilhante, o roteiro de Alexander Ignon e do escritor Richard Price é dotado de reviravoltas empolgantes o bastante para manter a atenção do público até suas cenas finais, onde infelizmente apela para os tiroteios corriqueiros dos filmes do gênero. Até que isso aconteça, no entanto, o espectador é brindado com uma trama interessante e dramática na medida certa.



Gibson interpreta Tom Mullen, um bem-sucedido empresário do ramo da aviação que tem seu único filho, o pequeno Sean (Brawley Nolte, filho do ator Nick Nolte) sequestrado praticamente diante de seu nariz, em uma feira em um parque de Nova York em plena luz do dia. Seu desespero e de sua esposa, Kate (Rene Russo) aumenta conforme o tempo passa e os agressores exigem a quantia de dois milhões de dólares para libertar o menino. Depois de uma tentativa frustrada de recuperar o filho - em que um dos sequestradores é morto - Mullen se enfurece com a prepotência dos criminosos e resolve não apenas recusar-se a pagar o resgate mas também entregar o dobro da quantia a qualquer pessoa com informações que levem até a gangue. Sua ousada decisão muda os rumos da situação e o policial Jimmy Shaker (Gary Sinise) assume, a partir daí importância fundamental na investigação.

Apesar de ser uma espécie de refilmagem - fato do qual Mel Gibson só tomou ciência às vésperas da filmagem - "O preço de um resgate" não tem, em momento algum, ranso de produto requentado. É um drama policial intenso, centrado principalmente na angústia de Mullen e Kate e na interrelação entre os criminosos - cujos intérpretes incluem um novato Liev Schreiber. Howard acertou em cheio em intercalar cenas de grande tensão com outras onde investiga as consequências de um crime na vida de uma família. Ao eleger como protagonista um empresário não necessariamente ético ou imaculado, ele o aproxima da plateia, principalmente devido ao trabalho poderoso de Gibson e Rene Russo, que, trabalhando juntos novamente - depois de dois filmes da série "Máquina mortífera" - apresentam uma ótima química. Russo, inclusive, tem uma atuação que lhe prova uma boa atriz dramática por trás de sua beleza clássica.

"O preço de um resgate" é um policial acima da média, com um roteiro bem cuidado - no que a assinatura de um literato como Richard Price faz uma grande diferença - e uma preocupação sincera com o trabalho dos atores. E é uma das últimas interpretações dignas da carreira de Mel Gibson até o momento (com a exceção de "Sinais", lançado seis anos depois).

6 comentários:

Silvano Vianna disse...

Na época esse filme ficou bem segal. Foi dele que começei a simpatizar muito com o GARY SINISE e é mais ou menos no auge do Mel Gibson que emplacou bons filmes na época também.

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