sexta-feira

O AMOR CUSTA CARO

O AMOR CUSTA CARO (Intolerable cruelty, 2003, Universal Pictures, 100min) Direção: Joel Coen. Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen, Robert Ramsey, Matthew Stone, estória de Robert Ramsey, Matthew Stone, John Romano. Fotografia: Roger Deakins. Montagem: Roderick Jaynes (Joel e Ethan Coen). Música: Carter Burwell. Figurino: Mary Zophres. Direção de arte/cenários: Leslie McDonald/Nancy Haigh. Produção executiva: Sean Daniel, James Jacks. Produção: Ethan Coen, Brian Grazer. Elenco: George Clooney, Catherine Zeta-Jones, Billy Bob Thornton, Geoffrey Rush, Cedric the Entertainer, Richard Jenkins. Estreia: 30/9/03

O advogado Miles Massey (George Clooney) é famoso por nunca ter perdido um único caso em sua especialidade: divórcios. Criador do mais popular pacto pré-nupcial conhecido, Massey consegue o impossível sem maiores esforços, e contando com sua defesa, os homens podem ficar tranqüilos em relação a seus bens, mesmo em ruidosas separações. A vida boa e pacata de Massey começa a dar pra trás, no entanto, quando ele tem que enfrentar no tribunal a bela Marilyn Rexroth (Catherine Zeta-Jones), que busca uma compensação financeira coerente com a humilhação de ter sido traída por seu marido. Assim que os dois se vêem, saltam fagulhas, mas Massey ainda é um profissional e ganha a causa. Sentindo-se traída, a estonteante e ambiciosa Marilyn promete vingança e usar o fascínio que ela desperta no advogado não parece estar fora de seus planos

É difícil acreditar que este filme, tão linear, simples e sem maiores arroubos de criatividade visual e de edição é um produto dos irmãos Coen. Quase nada do que fez a fama dos diretores de “Fargo” e “Arizona nunca mais” está aqui. Mas veja bem, quase nada. Ainda dá pra entrever seus delírios em detalhes, como a extraordinária seqüência em que o personagem de Clooney (claramente se divertindo em seu papel de arrogante e presunçoso advogado sedutor) impede um assassinato – uma cena, aliás, com um final irônico típico dos seus criadores. Outro detalhe nitidamente do estilo Coen de cinema: o personagem do advogado mentor de Clooney, que vive sem intestino (!!).

         

Mas o fato é que desta vez os diretores, especializados em tipos bizarros e em demolir tradicionais gêneros hollywoodianos, pegaram leve e acertadamente preferiram contar a divertida história de amor e ódio entre Miles e Marilyn sem maiores arroubos de criatividade, que poderiam desviar a atenção da vingança urdida pela vítima (uma vingança de deixar qualquer um com um baita sorriso no rosto). Outro acerto da dupla foi na escolha dos protagonistas: Clooney nunca esteve tão à vontade em cena, brincando com sua própria imagem de galã e Zeta-Jones, recém saída do Oscar de coadjuvante por “Chicago” cala a boca de qualquer detrator com uma atuação cínica, debochada e mais do que tudo, extremamente sensual. A química entre os dois é excepcional, e amparados por um roteiro engraçado e surpreendente, eles fazem de “O amor custa caro” um exemplar muitos níveis acima de seus congêneres. Bravo!

2 comentários:

Hugo disse...

Gosto dos irmãos Cohen, mas considero este um dos trabalhos mais fracos da dupla.

O roteiro exagera ao tentar fazer graça com o chamado "Acordo Pré-Nupcial" e na minha opinião acaba falhando.

Abraço

renatocinema disse...

Assim como Hugo adoro o trabalho dos irmãos. Esse realmente a meu ver é o trabalho menos valioso. Porém, não acho o filme ruim. Apenas entendo que os outros trabalhos são muuuuuito melhores.

abs

VAMPIROS DO DESERTO

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