terça-feira

O CUSTO DA CORAGEM


O CUSTO DA CORAGEM (Veronica Guerin, 2003, Touchstone Pictures, 98min) Direção: Joel Schumacher. Roteiro: Carol Doyle, Mary Agnes Donoghue, estória de Carol Doyle. Fotografia: Brendan Galvin. Montagem: David Gamble. Música: Harry Gregson-Williams. Figurino: Joan Bergin. Direção de arte/cenários: Nathan Crowley/Paki Smith. Produção executiva: Ned Dowd, Chad Oman, Mike Stenson. Produção: Jerry Bruckheimer. Elenco: Cate Blanchett, Gerard McSorley, Ciaran Hinds, Brenda Fricker. Estreia: 17/10/03

Filmes baseados em histórias reais tendem a ser maniqueístas, endeusando seus heróis e não deixando espaço para que haja um mínimo de humanidade em seus vilões. Quando o protagonista da história é alguém que lutou por causas nobres, então, a coisa só tende a piorar. No entanto, existem exceções à regra. É o caso de “O custo da coragem”, mais um filme de orçamento pequeno dirigido por Joel Schumacher e que narra a trágica luta de uma jornalista contra o tráfico de drogas em sua Dublin natal. Ao optar por contar apenas a guerra travada entre o bem e o mal, o filme abdica de explorar psicologismos baratos para concentrar-se nos atos e consequências que fizeram de sua protagonista, Veronica Guerin, quase uma heroína nacional.

O filme começa em junho de 1996, com o assassinato da jornalista Veronica Guerin (vivida com gosto e o talento de sempre da australiana Cate Blanchett, exibindo um perfeito sotaque irlandês) em uma rodovia de Dublin. A partir daí, dá um retorno para dois anos antes, quando a capital da Irlanda estava afundada em um de seus piores períodos sociais, com jovens e crianças viciados em drogas e a violência aumentando consideravelmente. Guiada por seu senso de justiça, Veronica, repórter do jornal The Sunday Independent, começa uma investigação por conta própria, para denunciar nas páginas do jornal os principais responsáveis pelo estado caótico de sua terra natal. Contando com a ajuda do sempre esquivo John Traynor (uma ótima atuação de Ciaran Hinds), ele próprio um criminoso envolvido em vários delitos, ela passa a sofrer ameaças de morte para si e a família. Mesmo desencorajada pelo marido, Veronica vai em frente somente para ser morta quando estava prestes a desmascarar o grande chefão John Giilligan (Gerard McSorley).
            

Tirando a atuação sempre acima da média de Cate Blanchett, “O custo da coragem” não acrescenta muito nem à carreira de Joel Schumacher nem à história do cinema em geral. O roteiro não chega a incomodar, mas sofre de uma falta de criatividade e contundência que apenas enfraquece o conjunto. As intenções do filme são ótimas e a luta de sua protagonista é absolutamente válida – sua morte chegou a mudar a Constituição da Irlanda – mas seu jeitão de produção televisiva o impede de alçar maiores vôos. Vale pela intenção!    

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