sexta-feira

ONZE HOMENS E UM SEGREDO

ONZE HOMENS E UM SEGREDO (Ocean's eleven, 2001, Warner Bros, 116min) Direção: Steven Soderbergh. Roteiro: Ted Griffin, roteiro original de Harry Brown, Charles Lederer. Fotografia: Steven Soderbergh (Peter Andrews). Montagem: Stephen Mirrione. Música: David Holmes. Figurino: Jeffrey Kurland. Direção de arte/cenários: Phillip Messina/Kristen Toscano Messina. Produção executiva: Bruce Berman, Susan Ekins, John Hardy. Produção: Jerry Weintraub. Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Andy Garcia, Bernie Mac, Elliott Gould, Casey Affleck, Scott Caan, Carl Reiner, Don Cheadle, Angie Dickinson. Estreia: 05/12/01

A impressão que alguns filmes passam ao espectador é a de que o elenco está se divertindo tanto quanto o público. Em alguns casos isso é problemático, mas de vez em quando acaba se tornando um prazer a mais, como se a plateia estivesse sendo convidada a participar de uma festa particular - e muito animada. É mais ou menos isso que acontece com "Onze homens e um segredo", grande sucesso de bilheteria dirigido por Steven Soderbergh logo após seu Oscar pelo sério e compenetrado "Traffic". Refilmagem (muito) livre de um clássico estrelado por Frank Sinatra e Dean Martin em 1960, essa nova versão rendeu quase 200 milhões de dólares só no mercado americano e comprovou o talento versátil do cineasta que derrotou a si mesmo na festa da Academia (ele concorria também por "Erin Brockovich, uma mulher de talento").

A princípio (e sejamos honestos, é exatamente isto) "Onze homens e um segredo" é mais um filme sobre grandes golpes em que a plateia é levada a torcer fervorosamente pelo criminoso (e quando o criminoso é George Clooney fica tudo muito mais fácil). Clooney exercita todo o charme mezzo cafajeste/mezzo carente na pele de Danny Ocean, um bandido boa-pinta que sai em liberdade condicional já de olho em uma nova forma de burlar a lei - e, no caso, seu desafeto Terry Benedict (Andy Garcia), que, além de dono de três cassinos em Las Vegas casou-se com sua ex-mulher, Tess (Julia Roberts em um generoso e bem-humorado segundo plano). Para roubar os três cassinos na mesma noite - durante uma luta de boxe disputadíssima - ele sai em busca do time perfeito, que inclui seu braço-direito Rusty Ryan (um Brad Pitt encantador e hilário), o financiador do golpe Reuben Tishkoff (Elliot Gould, sensacional) e o golpista Linus Caldwell (Matt Damon). Quando a equipe chega a onze pessoas é hora de partir para a ação.



O mais divertido de "Onze homens e um segredo" nem é tanto o desenvolvimento da trama, mesmo porque no fundo todo mundo sabe "o que" irá acontecer (ainda que talvez não desconfiem "como"), mas sim a forma com que Soderbergh parece ter deixado o elenco improvisar e brincar em cima de uma história que se presta lindamente a esse tipo de brincadeira. O próprio filme original era um veículo para o chamado "Rat Pack" (grupo de amigos que incluía, além de Sinatra e Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford e Joey Bishop). A atualização do bando não poderia ser mais acertada, uma vez que é nítida a química entre os atores - e que suas duas continuações confirmaram ainda mais. Unindo o charme de Clooney ao humor debochado de Pitt e a sensualidade de Julia Roberts não tinha como dar errado. E não deu.

"Onze homens e um segredo" não é um filme para quem busca entretenimento sério e cerebral. É uma piada interna que funciona como diversão inofensiva - além de extremamente bem produzida e surpreendentemente bem escrita (alguns diálogos são engraçadíssimos). Bem fotografado (pelo próprio diretor sob o pseudônimo de Peter Andrews), agilmente editado e inteligente, é quase tudo que se espera de um filme com suas (des)pretensões.

Um comentário:

RaFa . disse...

Putz, esse filme é muito bom.
O melhor é a reunião de mestre numa mesma obra.
E as sequencias tbm são ótimas.

VAMPIROS DO DESERTO

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