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FEITIÇO DA LUA


FEITIÇO DA LUA (Moonstruck, 1987, MGM Pictures, 102min) Direção: Norman Jewison. Roteiro: John Patrick Shanley. Fotografia: David Watkin. Montagem: Lou Lombardo. Música: Dick Hyman. Figurino: Theoni V. Aldredge. Direção de arte/cenários: Philip Rosenberg. Casting: Howard Feuer. Produção: Norman Jewison, Patrick Palmer. Elenco: Cher, Nicolas Cage, Vincent Gardenia, Olympia Dukakis, John Mahoney. Estreia: 18/12/87

6 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Diretor (Norman Jewison), Atriz (Cher), Ator Coadjuvante (Vincent Gardenia), Atriz Coadjuvante (Olympia Dukakis), Roteiro Original
Vencedor de 3 Oscar: Atriz (Cher), Atriz Coadjuvante (Olympia Dukakis), Roteiro Original
Vencedor de 2 Golden Globes: Atriz/Comédia ou Musical (Cher), Atriz Coadjuvante (Olympia Dukakis)


Como é bom perceber que mesmo dentro de um gênero em tese tão repleto de clichês e armadilhas como as comédias românticas ainda é possível ser criativo, delicado e surpreendente! Premiado merecidamente com o Oscar de roteiro original, "Feitiço da lua", dirigido pelo normalmente seríssimo Norman Jewison é uma simpática história de amor, dona de um humor passional e repleta de diálogos brilhantes. Mesmo fugindo da ambição de ser inesquecível, é um filme que conquista pela inteligência, pelo bom-humor e pelo elenco impecável. Não foi à toa que Cher e Olympia Dukakis também levaram suas estatuetas para casa, por entregarem luminosas performances.

Ficando com o papel originalmente escrito com Sally Field em mente, Cher provou-se como atriz séria - e não apenas uma cantora exótica e frequentemente espalhafatosa - na pele de Loretta Castorini, uma contadora descendente de italianos que vive no Brooklyn e que há muito deixou de acreditar em coisas como romances. Precocemente viúva, ela é pedida novamente em casamento por Johnny Cammameri (Danny Aiello), um homem mais velho e também longe de ser um exemplo de romantismo. Ao viajar para a Itália a fim de acompanhar os dias finais de vida de sua mãe, ele pede a Loretta que entre em contato com seu irmão, com quem ele rompeu anos antes, para uma reaproximação. Obediente, Loretta vai até o raivoso Ronny (Nicolas Cage), um padeiro que não tem uma das mãos e que culpa o irmão por isso. Ao tentar convencê-lo a ir à cerimônia, Loretta acaba se apaixonando por ele.


A qualidade do roteiro de John Patrick Shanley é inegável. Além de contar a história do belo romance entre Loretta e Ronny - que explode ao som de "La Boheme" - Shanley aproveita para criar personagens complexos e interessantes na família Castorini. Vincent Gardenia conquista pela simpatia com que conduz a aventura extra-conjugal de seu Cosmo, que busca reconquistar a juventude perdida envolvendo-se com outra mulher. E Dukakis mereceu seu prêmio de coadjuvante graças a seu trabalho delicado como Rose, uma mãe de família tentando entender a força que a lua cheia dá a seus familiares.

Ao brincar com a lenda que dá à comunidade italiana a fama de romântico/passional, "Feitiço da lua" oferece a seu público bem mais do que simplesmente uma comédia romântica: é simpático, encantador e deliciosamente sedutor. O trabalho de Cher é sutil, mas irrepreensível - até mesmo seu sotaque e seu jeito exagerado de falar e gesticular soam naturais e verdadeiros. E não há como não se deixar envolver por um filme cujos créditos de abertura apresentam a bela "That's amore" na voz de Dean Martin. Para ver com um sorriso no rosto!

Um comentário:

Alan Raspante disse...

OLha que coisa Clênio, acabei de chegar da locadora e advinha qual o filme que aluguei ? Sim, Feitiço da Lua. hahaha, impressionante né ?

Abs.

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