sexta-feira

TRAPACEIROS

TRAPACEIROS (Small time crooks, 2000, Dreamworks SKG, 94min) Direção e roteiro: Woody Allen. Fotografia: Zhao Fei. Montagem: Alisa Lepselter. Figurino: Suzanne McCabe. Direção de arte/cenários: Santo Loquasto/Jessica Lanier. Produção executiva: J. E. Beaucaire. Produção: Jean Doumanian. Elenco: Woody Allen, Tracey Ulman, Hugh Grant, Elaine May,  Michael Rapaport, Jon Lovitz. Estreia: 19/5/00

Woody Allen não é um cineasta de polpudas bilheterias, e a comemoração em torno dos 50 milhões de arrecadação de seu recente "Meia-noite em Paris" como seu maior sucesso comercial apenas reitera essa afirmação. Levando-se em conta sua carreira brilhante e sua espetacular média de pelo menos um filme por ano sem nunca cair na mediocridade (até mesmo suas obras menores são dignas de nota) não deixa de ser surpreendente que um de seus maiores êxitos populares tenha sido justamente "Trapaceiros", seu primeiro filme distribuído pela Dreamworks de Steven Spielberg. Talvez tenha sido influência do nome do Midas do cinema, mas o fato é que "Trapaceiros" fez mais sucesso do que se esperava, mesmo que esteja longe de ser um dos melhores trabalhos de Allen.




“Trapaceiros”, na verdade, conta várias histórias em seu desenrolar. Começa como um filme de assalto, ao estilo “Um dia de cão”. Ray Winkler (o mesmo Woody Allen de sempre) é um escroque sem maiores talentos que tem a idéia de roubar um banco através de um túnel subterrâneo. Para isso, ele conta com a ajuda da esposa Frenchy (a ótima Tracey Ullman) para que ela sirva de fachada em uma loja de biscoitos. O que ele não poderia imaginar é que a confeitaria pudesse fazer sucesso, o que os torna milionários em questão de poucos meses. Começa aí a segunda história: cheia da grana mas sem a menor classe, Frenchy contrata os serviços do galante David (Hugh Grant, divertindo-se claramente no papel) para ensiná-la a ser uma dama. Apaixonada por ele, ela não percebe que ele está querendo é seu dinheiro. A terceira trama advém da crise no casamento de Ray e Frenchy: sentindo-se abandonado, ele convence a prima de sua mulher, a desligada May (a cineasta Elaine May roubando a cena) a participar do roubo de um colar caríssimo.

É preciso ser fã da obra de Woody Allen para se gostar de "Trapaceiros", uma vez que as maiores características de suas comédias estão presentes em todo o desenrolar da trama. Calcada basicamente em situações inusitadas e em diálogos inteligentes e sofisticados (ainda que a personagem de Tracey Ullman frequentemente esbarre em um humor mais popular), o filme carece de uma estrutura mais sólida (algumas vezes não se sabe exatamente qual é o foco da história) mas compensa lindamente esse pequeno pecado com as atuações hilárias de Ullman e Elaine May. Apesar de seu ritmo irregular, é um produto típico de seu criador. Para os convertidos é mais um filme acima da média. Para os neófitos, apenas uma comédia com alguns dos diálogos mais engraçados e saborosos de sua época.

4 comentários:

leandroaleixo disse...

Bom,este ainda nao vi,mais me parece otimo!!!....blog e super bom!!>vlwlw passa la!!

renatocinema disse...

Não sou grande fã do diretor. Mas, esse foi um deles que menos me incomodou. kkk. Posso dizer que até gostei da obra.

Hugo disse...

Gosto dos trabalhos de Allen, mas este eu ainda não assisti.

Abraço

Thomás R. Boeira disse...

Assisti esse filme semana passada!

No geral, é um filme bonzinho. Belos diálogos e personagens bacanas.

Abraço,
Thomás
http://www.brazilianmovieguy.blogspot.com/

VAMPIROS DO DESERTO

VAMPIROS DO DESERTO (The forsaken, 2001, Screen Gems/Sandstorm Films, 90min) Direção e roteiro: J. S. Cardone. Fotografia: Steven Bernstein...