O surpreendente sucesso do filme “Beijos que matam”, um suspense mediano valorizado pela presença do ator Morgan Freeman rendeu frutos. Novamente baseado em um romance policial escrito por James Patterson e com o mesmo personagem principal, “Na teia da aranha” foi mais um êxito, o que comprova antes de qualquer coisa o carisma de Freeman, um dos mais talentosos atores negros de sua geração, sempre discreto e sutil, mas igualmente sempre competente.
Desta vez sua personagem, o policial Alex Cross, está aposentado da polícia depois da morte trágica de sua parceira. Disposto a ficar para sempre longe de qualquer tipo de violência, ele logo vê que seus planos não serão respeitados. O sequestrador (Michael Moriarty) da filha pequena de um senador, roubada nas barbas do serviço secreto, o desafia a frustrar seus planos de cometer o crime do século. Contando com a ajuda de uma agente do governo, Jezzie Flannigan (Monica Potter, fraca como ela só), ele tenta pegar o criminoso, mas acaba se envolvendo em uma trama com muito mais complicações do que ele poderia imaginar.
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Dirigido pelo neozelandês Lee Tamahori, "Na teia da aranha" sofreu inúmeras alterações até chegar às telas - a principal delas dizendo respeito à idade do protagonista. Enquanto no romance de James Patterson Alex Cross tinha 38 anos de idade e era casado, aqui ele é vivido por Morgan Freeman, umas boas duas décadas mais velho - fato este que deve ter contado para limar do roteiro o romance entre ele e Jezzie, que, aliás, também tem um final substancialmente diferente no livro. Essas mudanças, porém, não chegam a atrapalhar a diversão daqueles que procuram um bom filme policial, principalmente porque a trama tem reviravoltas em número suficiente para deixar todo mundo ligado do início ao fim da sessão.
No entanto, a bem da verdade, “Na teia da aranha” não apresenta nenhuma novidade ao gênero. Apesar das reviravoltas bastante surpreendentes e o trabalho de Freeman, sempre eficaz, o final chega a ser anti-climático, depois de hora e meia de uma trama construída com cuidado e clima por Tamahori - e isso que o final foi refilmado depois da rejeição de uma exibição-teste nos EUA. Ainda assim, é um entretenimento de extrema competência, que atinge seu objetivo de prender a atenção do público e entregar um trabalho de qualidade acima da média. Mas Morgan Freeman merece coisa melhor para demonstrar seu talento.
Um comentário:
Falou bem: mediano valorizado pelo competente ator.
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