terça-feira

CLUBE DOS CINCO


O CLUBE DOS CINCO (The breakfast club, 1985, Universal Pictures, 97min) Direção e roteiro: John Hughes. Fotografia: Thomas Del Ruth. Montagem: Dede Allen. Música: Keith Forsey. Figurino: Marilyn Vance. Direção de arte/cenários: John W. Corso/Jennifer Polito. Produção executiva: Gil Friesen, Andrew Meyer. Produção: John Hughes, Ned Tanen. Elenco: Judd Nelson, Molly Ringwald, Anthony Michael Hall, Emilio Estevez, Ally Sheedy, Paul Gleason, John Kapelos. Estreia: 15/02/85

Independente da época onde vivem e/ou como vivem, adolescentes formam um grupo sociológico importante e interessante. Que o diga John Hughes, que, na década de 80 tornou-se uma espécie de especialista em filmes sobre, com e para a faixa etária que vem depois da infância e precede a idade adulta. O mais representativo dessa categoria é “Clube dos cinco”, que, além de virar cult entre seu público alvo ainda criou uma atriz símbolo, a ruiva Molly Ringwald, que chegou a virar capa da revista Time antes de desaparecer com a chegada da idade.

A trama imaginada por Hughes não tem grandes ambições: cinco adolescentes de uma escola de ensino médio de Chicago são obrigados a passar um sábado na detenção, ou seja, presos durante um dia inteiro na biblioteca. Sua missão: pensar nos motivos que os levaram até ali e escrever um ensaio sobre suas verdadeiras personalidades. A princípio aborrecidos com a tarefa designada por seu diretor (o ótimo Michael Gleason), aos poucos o grupo passa a se conhecer melhor, seja por meio de agressões verbais ou físicas ou até mesmo por conversas verdadeiras e sinceras.


A história engendrada pelo cineasta é apenas uma desculpa para que ele ponha em cena alguns estereótipos do adolescente anos 80 – e por que não adolescente e ponto final?. Estão em cena a adorável Claire (vivida com simpatia por Ringwald), a garota mais popular da escola, o saudável Andrew (Emilio Estevez), conhecido por seus dons esportivos, o estudioso Brian (Anthony Michael Hall), que participa de todo e qualquer grupo de estudo possível, a estranha Allison (Ally Sheedy), que passa eternamente despercebida e o rebelde Bender (Judd Nelson), cujo futuro nada alvissareiro pode ser visto a quilômetros de distância por qualquer pessoa com um mínimo de inteligência.

O grande trunfo do roteiro de John Hughes e o que fez cair nas graças da juventude de sua época é o fato de nunca julgar seus personagens, que não são exatamente o que pareciam à primeira vista. Famílias desajustadas, cobranças exageradas e aparências exigidas são moeda corrente entre os adolescentes criados pelo autor. Ecos de “Juventude transviada”, filme-símbolo da rebeldia juvenil podem ser encontrados nos torturados personagens de “Clube dos cinco”. E Hughes nem tenta fugir da tentação de criar romances e cenas que beiram a pieguice. Longe de tentar fazer um filme de arte, ele quer – e consegue – atingir seus maiores objetivos sem fazer muita força.

“Clube dos cinco” contém grandes doses de ingenuidade e em muitos momentos esbarra com a maior cara-de-pau em todos os clichês dos filmes de seu gênero. Mas tem um roteiro inteligente, antenado e sensível, defendido por um elenco que nunca esteve melhor e mais à vontade. Não é um clássico no sentido mais formal da palavra, mas é difícil de não gostar.

2 comentários:

Alan Raspante disse...

Ainda não conferi "clube dos Cinco", mas estou baixando o filme, Hughes é o cara! xD

Anônimo disse...

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