terça-feira

PREMONIÇÃO


PREMONIÇÃO (Final destination, 2000, New Line Cinema, 98min) Direção: James Wong. Roteiro: Glen Morgan, James Wong, Jeffrey Reddick, estória de Jeffrey Reddick. Fotografia: Robert McLachlan. Montagem: James Coblentz. Música: Shirley Walker. Figurino: Jori Woodman. Direção de arte/cenários: John Willet/Mary-Lou Storey. Produção executiva: Richard Brener, Brian Witten. Produção: Glen Morgan, Craig Perry, Warren Zide. Elenco: Devon Sawa, Ali Larter, Kerr Smith, Kristen Cloke, Seann William Scott, Tony Todd, Amanda Detmer. Estreia: 17/3/00

Depois que a série “Pânico” caiu na mesmice e virou uma espécie de deboche de si mesma, o gênero terror adolescente parecia ter entrado em mais um beco sem saída. Felizmente boas ideias sempre aparecem – em especial em um terreno tão criativo quanto o dos produtores de Hollywood – e diretores promissores sempre estão dispostos a dar sustos na plateia sem apelar para assassinos mascarados. Uma dessas boas ideias – que surgiu para um roteiro nunca escrito de um episódio da série “Arquivo X” – transformou-se em “Premonição”, um filme de suspense jovem, moderno, e o que é mais importante, repleto de uma tensão que a trilogia de Wes Craven só ofereceu em seu primeiro capítulo.

“Premonição” já começa bem, mostrando que seu diretor James Wong – que comandou diversos episódios da série televisiva criada por Chris Carter – sabe o que faz quando resolve criar um clima de suspense. O adolescente Alex (Devon Sawa, do videoclipe “Stan”, do rapper Eminem), a poucos minutos da decolagem de um avião que o levaria e algumas dezenas de estudantes para uma viagem à Paris, tem uma visão de uma terrível explosão da aeronave. Saindo às pressas do avião – junto com meia dúzia de colegas e uma professora, todos furiosos - ele mal tem tempo de testemunhar o desastre, que mata todos os passageiros. Aos poucos, no entanto, os sobreviventes do acidente começam a morrer em circunstâncias bizarras, como se estivessem marcados para morrer e não pudessem enganar a morte.


O mais assustador – e criativo – no filme de Wong é eleger como vilão não um assassino misterioso que apunhala todo mundo de forma quase aleatória. Em “Premonição” todos morrem em acidentes corriqueiros, domésticos, comuns, comprovando a inevitabilidade do destino traçado por algo mais poderoso. A tensão criada pelo cineasta é palpável, nunca permitindo à audiência adiantar-se a respeito da próxima tragédia. Wong se dá ao luxo de utilizar longos minutos na preparação de uma morte para em seguida executar outro jovem em questão de segundos, pegando todo mundo de surpresa. Isso sem falar, é claro, da criatividade do roteiro em elaborar desenlaces bastante inusitados para suas personagens.

“Premonição” não mudou a história do cinema – e deu origem a uma série, que como normalmente acontece, esvaziou sua premissa inicial. Discussões metafísicas e filosóficas passam longe do roteiro, escrito essencialmente para assustar e chocar seu público, em cenas bastante gráficas – o acidente de avião do início do filme, por exemplo, é um primor de execução. Mas sua falta de maiores ambições, o que de certa forma enterrou a série “Pânico”, já lhe garante dourados pontos junto aos fãs do gênero. É um primeiro capítulo empolgante e assustador e um terror adolescente bem acima da média.       

3 comentários:

renatocinema disse...

O primeiro vi no cinema e adorei. As continuações, são razoáveis.

Mas, a primeira parte é genial e pegou muita gente, inclusive eu, de calça curta. kk

Thomás R. Boeira disse...

Adoro esse filme. Infelizmente, Premonição rendeu uma franquia que, como de costume, não tem nenhuma continuação tão boa quanto o primeiro capítulo.

Premonição 4 chegou no fundo do poço. Quero só ver como vai ser o quinto filme.

Abraço,
Thomás
http://www.brazilianmovieguy.blogspot.com/

Anônimo disse...

pohan, premonição 5 é tipo assim, fodastico! as melhores mortes sem dúvida! Muito foda, muito foda mesmo!

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