FLORES DE AÇO (Steel magnolias, 1989, Columbia Pictures, 117min) Direção: Herbert Ross. Roteiro: Robert Harling, peça teatral de sua autoria. Fotografia: John A. Alonzo. Montagem: Paul Hirsch. Música: Georges Delerue. Figurino: Julie Weiss. Direção de arte/cenários: Gene Callahan, Edward Pisoni/Garrett Lewis, Lee Poll. Casting: Hank McCann. Produção executiva: Victoria White. Produção: Ray Stark. Elenco: Sally Field, Dolly Parton, Julia Roberts, Daryl Hannah, Shirley MacLaine, Olympia Dukakis, Tom Skerrit, Dylan McDermot, Sam Shepard. Estreia: 15/11/89
Indicado ao Oscar de Atriz Coadjuvante (Julia Roberts)
Golden Globe de Melhor Atriz Coadjuvante (Julia Roberts)
Em 1977, o cineasta Herbert Ross esteve em seu auge, chegando a concorrer consigo mesmo ao Oscar de Melhor Filme - graças à comédia romântica "A garota do adeus" e ao drama de balé "Momento de decisão". Depois, teve uma carreira irregular, onde sucessos de bilheteria como "Footloose" e "O segredo do meu sucesso" dividiam espaço com obras bem menos consideradas, como o fraco "Dinheiro do céu". Em 1989 ele voltou a chamar a atenção da crítica e do público com um filme cujo grandioso elenco feminino seria praticamente impossível de ignorar: "Flores de aço", um dramalhão familiar disfarçado de comédia de costumes que hoje em dia só é realmente lembrado por ter sido a primeira real oportunidade da carreira de Julia Roberts, que foi indicada ao Oscar de coadjuvante.
Apesar de ser coadjuvante (e ter ficado com o papel oferecido a Winona Ryder e Meg Ryan), é a personagem de Roberts que serve como fio condutor e ponto em comum das personagens criadas pelo roteiro de Robert Harling (que escreveu a peça teatral que deu origem ao roteiro em homenagem à irmã, morta depois de uma cirurgia mal-sucedida). Pouco antes de ser alçada à condição de mega-estrela com sua participação em "Uma linda mulher" (que estrearia nos cinemas poucos meses depois), Roberts vive Shelby, uma jovem diabética que, nas primeiras cenas do filme, se casa com seu príncipe encantado, o charmoso Jackson (Dylan McDermott) e parte para uma vida distante da pequena cidade da Louisianna, onde vive sua família, liderada pela superprotetora M'Lynn (Sally Field). O filme conta a trágica história de Shelby - que tem diabetes e arrisca uma gravidez perigosa para formar uma família - através dos olhos de um grupo de mulheres que frequentam o salão de beleza da exuberante Truvy (Dolly Parton). As reuniões femininas que tem lugar na casa da esteticista acabam sendo o mais perto que todas elas tem de reuniões familiares - ainda que algumas delas realmente tenham uma família de verdade.
"Flores de aço" é um filme para mulheres e não é sexismo ou preconceito afirmar isso. As personagens masculinas pouco aparecem ou tem participação ativa na trama (ainda que o elenco conte com nomes importantes como Tom Skerrit e Sam Shepard), deixando que o "sexo frágil" mande no jogo o tempo todo. No entanto, o resultado final, apesar das promessas, não deixa de ser insatisfatório. Ao concentrar seu foco na relação entre M'Lynn e Shelby, Ross ganha em parte - porque Sally Field e Roberts dão conta do recado lindamente - mas perde por não dar oportunidade de brilho a outros membros do seu formidável elenco. Shirley MacLaine, por exemplo, tem o ingrato papel de uma matrona desagradável e mau-humorada e nem mesmo o inegável talento da atriz consegue tirar muito da superficialidade de sua personagem. E Daryl Hannah, enfeiada propositalmente para viver a cabeleireira, tem um dos trabalhos mais pálidos de sua carreira.
"Flores de aço" é considerada uma comédia dramática. Como drama funciona muito bem - apesar de exagerar na sacarina em seu final. Como comédia, no entanto, não desperta mais do que alguns sorrisos tímidos. Vale para ver Julia Roberts antes de virar a atriz mais bem paga de Hollywood.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
domingo
FLORES DE AÇO
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5 comentários:
O filme é realmente mais um drama do que comédia, feito especialmente para as mulheres.
A carreira do diretor Herbert Ross ficou sempre neste ritmo, misturando comédia com drama em filmes apenas medianos.
Abraço
Eu gosto desse filme, na verdade lembro de ter assistido há muitos anos atrás no SBT, rs.
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