MINHA MÃE É UMA SEREIA (Mermaids, 1990, MGM Pictures, 110min) Direção: Richard Benjamin. Roteiro: June Roberts. Fotografia: Howard Atherton. Montagem: Jacqueline Cambas. Música: Jack Nitzsche. Figurino: Marit Allen. Direção de arte/cenários: Stuart Wurtzel/Hilton Rosemarin. Casting: Margery Simkin. Produção: Lauren Lloyd, Wallis Nicita, Patrick Palmer. Elenco: Cher, Winona Ryder, Bob Hoskins, Christina Ricci, Michael Schoeffling. Estreia: 14/12/90
No final da década de 80, Cher era uma das atrizes mais poderosas da indústria, graças a seu Oscar por "Feitiço da lua", um prêmio que lhe deu um invejável respeito entre seus colegas. Uma das maiores provas de seu poder está em "Minha mãe é uma sereia" - além de ser a protagonista do filme, ela foi a responsável pela substituição do primeiro diretor escolhido - Frank Oz por Richard Benjamin - e pela escalação da então queridinha de Hollywood, Winona Ryder no lugar da promissora Emily Lloyd. A razão alegada por Cher até fazia sentido - ela achava que Winona, por ser morena, era mais verossímil como sua filha do que a loira Lloyd - mas o fato é que, graças a suas escolhas artísticas, "Minha mãe é uma sereia" acabou se transformando em uma deliciosa e simpática comédia dramática. Não muda a vida de ninguém, mas diverte na medida certa.
A trama de "Minha mãe é uma sereia" se passa em 1963, quando a excêntrica Sra. Flax (vivida com gosto por Cher) chega a uma pacata cidade do interior dos EUA acompanhada das duas filhas, a tímida Charlotte (Winona Ryder) e a pequena Kate (Christina Ricci). Solteira e independente, a jovem senhora muda de cidade toda vez que vê um relacionamento falir, o que atrapalha ainda mais a adolescência complexa de Charlotte, que, apesar da origem judaica, sonha em tornar-se freira. Sua fascinação por histórias de santos é deixada de lado, no entanto, quando ela conhece o jovem Joe (Michael Schoeffling), que trabalha na igreja da cidade e que se apaixona por ela. Seu titubeante romance acontece concomitantemente com a nascente relação entre sua mãe e Lou Landsky (Bob Hoskins), dono de uma loja de sapatos.
"Minha mãe é uma sereia" não tem uma história mirabolante ou grandes lances dramáticos. O roteiro de June Roberts se concentra em retratar o clima ainda ingênuo da América pré-assassinato de Kennedy através da relação entre uma mãe à frente de seu tempo e suas filhas tentando descobrir seu lugar no mundo - e nas relações interpessoais. É interessante notar o equilíbrio entre as personalidades de Charlotte (extremamente madura em alguns aspectos e pateticamente ingênua em outros, a ponto de achar-se grávida depois de um simples beijo) e sua mãe (que foge dos relacionamentos que julga fadados ao fracasso, mas tem uma relação de extremo carinho com a família). O contraponto entre a exuberante Cher e o simpático Bob Hoskins funciona à perfeição, assim como a química perfeita entre a atriz/cantora com Winona Ryder e uma adorável Christina Ricci.
Contando com uma trilha sonora cuidadosamente escolhida - na qual até mesmo uma divertida canção de Cher tem espaço - e um clima de sessão da tarde, "Minha mãe é uma sereia" consegue agradar sem fazer muito esforço, principalmente devido ao carisma de suas protagonistas.
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5 comentários:
Eu não vi "Minha mãe é uma sereia", mas vi "Feitiço da Lua", serve? rs
Por causa deste eu passei a adorar a Cher. :)
beijos,
Alice
Tempão que assisti a este filme, Winona Ryder estava uma menininha...
Adoro a cena de Cher cantando e dançando com as filhas...
bjo
O elenco está muito bem, a história é sensível e resulta num filme extremamente simpático.
Abraço
Nossa! Super mega clássico esse. É um dos que marcaram minha infância, e eu tinha até esquecido.
Abrs!
Acabei conhecendo o seu blog pois sou mega fã deste filme. Perdi a conta de quantas vezes eu já assisti esse filme, meu dvd até derreteu, rs. Minha mãe é uma sereia é um filme despretencioso que cativa do começo ao fim. É díficil dizer quem esta melhor no filme, mas amo a atuação da Winona Ryder, ela realmente está hilária como a recatada Charlote.
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