ALIEN 3 (Alien 3, 1992, 20th Century Fox, 114min) Direção: David Fincher. Roteiro: David Giler, Walter Hill, Larry Ferguson, história de Vincent Ward. Fotografia: Alex Thomson. Montagem: Terry Rawlings. Música: Elliot Goldenthal. Figurino: David Perry, Bob Ringwood. Direção de arte/cenários: Norman Reynolds/Belinda Edwards. Produção executiva: Ezra Swerdlow. Produção: Gordon Carroll, David Giler, Walter Hill. Elenco: Sigourney Weaver, Charles S. Dutton, Charles Dance, Paul McGann, Lance Henriksen, Pete Postletwhaite. Estreia: 22/5/92
Indicado ao Oscar de Efeitos Visuais
Depois que James Cameron continou o tenso "Alien, o oitavo passageiro" com o espetaculoso e adrenalínico "Aliens, o resgate", era bastante esperado o retorno da Tenente Ripley em sua tentativa de exterminar o alienígena que aniquilou sua equipe inteira nos dois primeiros filmes. Depois de anos de negociações - em que estrela da série, Sigourney Weaver hesitava em voltar à personagem - finalmente o terceiro capítulo chegou às telas, dirigido por David Fincher, um novato que tinha no currículo alguns dos melhores videoclipes de Madonna e George Michael, por exemplo. Ao optar pelo caminho claustrofóbico do primeiro em detrimento da ação desenfreada do segundo, Fincher arrumou detratores furiosos. Depois de brigas homéricas com os produtores, o cineasta não supervisionou a edição final e "Alien 3" chegou às telas quase órfão. O resultado é visível: apesar de muitas boas ideias, a terceira parte da saga de Ripley não empolgou nem o público nem a crítica. Mas não é tão ruim quanto se falou à época de seu lançamento.
A história dessa nova aventura começa logo após o final do segundo filme. Sem saber que não está a salvo da ameaça alienígena dos capítulos anteriores, Ripley acorda em Fiorina 161, um planeta-prisão, onde ficam encarcerados prisioneiros sexualmente agressivos e violentos. Informada por Clemens (Charles Dance), o médico local, de que toda sua tripulação morreu, ela imediatamente percebe que tudo está para acontecer novamente. Única mulher em meio a homens carregados de testosterona, ela precisa convencê-los do perigo que correm, proteger-se deles e lutar, mais uma vez, para matar seu inimigo. Dessa vez, no entanto, ela não tem nenhuma arma.
Com a cabeça raspada - o presídio está passando por uma epidemia de piolhos - Sigourney Weaver segura, novamente, toda a responsabilidade de carregar o filme nas costas. Ao contrário das ocasiões anteriores, porém, dessa vez Ripley tem mais cenas dramáticas do que de ação, consequência da opção de David Fincher em privilegiar o aspecto mais tenso da trama. Até mesmo um arremedo de romance surge entre Ripley e Clemens, ousadia que pegou os fãs de surpresa - ainda que tudo seja extremamente discreto. E discreto também é o ritmo do filme: demora quase uma hora para que a ação realmente comece e o sangue jorre em Fiorina 161. Na verdade, a lentidão é parte da personalidade do filme, que prefere estabelecer sua história antes da violência. Pouca gente compreendeu isso e se recusou a perceber suas qualidades.
Sim, apesar da gritaria contra si - e da saída de David Fincher do projeto em seu estágio de finalização - "Alien 3" tem qualidades. A ousadia talvez seja a maior delas. Ao praticamente lutar por suas ideias e com isso renegar a receita que estava fazendo sucesso há quinze anos, David Fincher começou uma carreira marcada pela personalidade. Visualmente impecável - a fotografia escura e pesada unida à agressividade estética das personagens - o filme de Fincher transmite a exata sensação de claustrofobia pretendida e, se não busca atingir seu público com efeitos visuais exagerados, tenta (às vezes com sucesso, outras nem tanto) assustar sem apelar para o fácil e o corriqueiro. Talvez por isso tenha afastado a audiência fiel das primeiras partes.
Tudo bem que "Alien 3" não passa a sensação de terror do primeiro nem empolga em termos de aventura do segundo. Tudo bem também que seu terço final não acrescenta muito à saga - apesar de antes de chegar a ele algumas cenas sejam sensacionais. E tudo bem que não ver Ripley empunhando armas é um tanto frustrante. Mas, mesmo que seja rejeitado por David Fincher, é um exemplar bastante - BASTANTE! - decente da série. Digam o que quiserem, "Alien 3" me agrada.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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7 comentários:
Eu nem vi nenhum ainda, mas não pr falta de vontade, apenas oportunidade, ha.
Abs ;)
Adoro o estilo de David Fincher. Apesar de não ser o melhor filme da saga......entendo que o diretor de "Seven" conseguiu realizar um bom trabalho.
sou mega fã dessa série (mas não daquela com o predador). Assisti aO Resgate no cinema várias vezes. Confesso q o 3 na época não me agradou mas revendo no box anos depois eu passei a considera-lo com um filme digno, e infinitamente melhor do que o 4 (q me agradou apenas no quesito aventura).
abs
Todo mundo subestima esse Alien do Fincher, mas eu gosto dele. Aliás, a franquia em si é regular. Mesmo o último, que foi dirigido pelo Jean-Pierre Jeunet, tem seus atrativos. Vamos ver o que o Ridley Scott apronta nessa versão nova que vai rolar!
Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Acho Sigourney Weaver uma excelente atriz.
È impossível negar o talento de David Fincher, o terceiro filme é muito bom, mas da franquia Alien ainda prefiro o filme dirigido por Ridley Scott.
parabéns pelo blog!
Adoro o estilo David Fincher de ser.
Abraços.
Olá Clenio,
O meu nome é Margarida e sou a Responsável de Comunicação do projeto Paperblog.
Gostaria de perdir desculpa por deixar um comentário no blog, mas não encontrei outra forma de entrar em contacto. Venho convidá-lo para conhecer o projecto Paperblog: http://pt-br.paperblog.com/ cuja missão é valorizar e dar a conhecer o trabalho dos bloggers.
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Com os melhores cumprimentos,
Margarida
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