4 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Atriz Coadjuvante (Abigail Breslin), Roteiro Original
Vencedor de 2 Oscar: Ator Coadjuvante (Alan Arkin), Roteiro Original
Não é preciso ser nenhum gênio para saber que os americanos tem uma obsessão quase doentia pelo sucesso. Não fazer parte da elite da sociedade - seja em termos financeiros, estéticos ou culturais - é, por si só, dentro da mentalidade ianque, um sinal insofismável de derrota. E é essa busca desesperada pelo sucesso a mola mestra de "Pequena Miss Sunshine", uma deliciosa comédia dramática que equilibra com perfeição diálogos e cenas impagáveis com momentos de um delicado drama familiar. Inesperado - mas muito merecido - sucesso de bilheteria e crítica, o filme do casal Valerie Farris e Jonathan Dayton foi lançado discretamente no Festival de Cannes de 2006 e meses depois peitava firmemente "Os infiltrados" e "Cartas de Iwo Jima", dos veteranos Martin Scorsese e Clint Eastwood na disputa pelo Oscar de melhor filme.
Realizado a um custo estimado de apenas oito milhões de dólares, "Pequena Miss Sunshine" conquista o público graças principalmente a um elemento muitas vezes subestimado pelos produtores dos blockbusters hollywoodianos: o roteiro. Esperto, ágil e se mantendo magistralmente realista mesmo em seus momentos mais absurdos, o script de Michael Arndt (que venceu o Oscar da categoria) é um estudo de personagens, humano e delicado, capaz de fazer e rir e chorar de emoção na mesma medida, principalmente porque encontrou em seu elenco suas encarnações perfeitas. Preferindo dedicar-se mais à direção de seus atores (todos impecáveis) do que a invenções estilísticas e visuais, Dayton e Ferris construiram um conto a respeito de amor familiar e respeito às diferenças que certamente vai ficar carinhosamente na memória de seu público como um dos maiores pequenos filmes de seu tempo.
![](http://5wordmoviereviews.files.wordpress.com/2012/04/little-miss-sunshine-bus.jpg)
Centrando sua trama exclusivamente na road trip da família Hoover - um bando de pessoas problemáticas, neuroticas e tentando desesperadamente fugir da mediocridade das próprias vidas - "Pequena Miss Sunshine" brinda a audiência com diálogos inteligentes e personagens brilhantes. Os pais da família são Richard (Greg Kinnear) - que tenta entusiasticamente vender um projeto de livro de autoajuda - e Sheryl (Toni Collette), que dá total apoio às ambições do marido enquanto batalha para ser uma mãe presente a seus dois filhos: o mais velho, Dwayne (Paul Dano) está em greve de silêncio como forma de declarar sua admiração por Nietzsche e sua vontade de tornar-se piloto de avião e a caçula, Olive (a adorável Abigail Breslin) tem o sonho de ser eleita a rainha de um concurso de beleza que os levará todos a encarar uma viagem dentro de uma kombi caindo aos pedaços. Junto com eles estarão Edwin (Alan Arkin) - pai de Richard e expulso do asilo por ser viciado em drogas - e Frank Ginsberg (Steve Carrell), irmão de Sheryl, homossexual que tentou o suicídio após ser trocado pelo namorado.
Utilizando a velha kombi como um microcosmo de um núcleo familiar abrangente, o roteiro de Arndt usa e abusa das possibilidades que o road movie - tradicional subgênero do cinema hollywoodiano - lhe oferece. É durante essa viagem que a família Hoover vai ser obrigada a confrontar-se com seus pequenos dramas domésticos e lidar com seus demônios, sempre de forma leve e carinhosa, não pesando a mão nem mesmo quando o destino chega sem avisar e lhes prega uma peça atrás da outra. Composto de silêncios contundentes e diálogos mordazes, o filme tem na figura de Olive - desajeitada, gordinha e dotada de uma inocência apaixonante - seu elemento de catarse. É ela, em sua esperança de tornar-se a Pequena Miss Sunshine do título que serve de porto seguro e elo de união entre seus parentes. É comovente a maneira com que os diretores constroem a relação da menina com aqueles à sua volta, em especial com seu avô - a cena em que ela chora desesperadamente por ter medo de perder o concurso e consequentemente o amor do pai resume com perfeição a ideia de vitória que os americanos cultuam com devoção.
"Pequena Miss Sunshine" é, sem medo de parecer exagero, uma obra-prima de grandes proporções, a despeito do tamanho de sua produção. Engraçado, emocionante, despretensioso e que fica melhor a cada revisão. Para assistir e guardar no coração.
3 comentários:
J'ai beaucoup de sites Web en signet partie de Blogspot que je vérifie chaque jour les mises à jour, mais il est si ennuyeux de cliquer sur une liste. Si je fais un compte est-il une sorte de fonction où je peux voir de nouveaux messages sur les sites web? (Un peu comme sur les abonnements Xanga)?.
Uma delícinha esse filme!
Clássico !
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