sexta-feira

SUSIE E OS BAKER BOYS

SUSIE E OS BAKER BOYS (The fabulous Baker Boys, 1989, Gladden Entertainment, 114min) Direção e roteiro: Steve Kloves. Fotografia: Michael Ballhaus. Montagem: William Steinkamp. Música: Dave Grusin. Figurino: Lisa Jensen. Direção de arte/cenários: Jeffrey Townsend/Anne H. Ahrens. Casting: Wallis Nicita. Produção executiva: Sydney Pollack. Produção: Mark Rosenberg, Paula Weinstein. Elenco: Jeff Bridges, Michelle Pfeiffer, Beau Bridges, Xander Berkeley, Jennifer Tilly. Estreia: 13/10/89

4 indicações ao Oscar: Atriz (Michelle Pfeiffer), Fotografia, Montagem, Trilha Sonora
Golden Globe de Melhor Atriz Comédia/Musical (Michelle Pfeiffer)
  
Susie Diamond é linda, sexy, charmosa e talentosa. Também é agressiva, um tanto vulgar e defende suas ideias com unhas e dentes. Ao assumir o posto de cantora para incrementar o dueto formado pelos Fabulosos Baker Boys - dois irmãos pianistas que tocam juntos desde a infância - ela não apenas aumenta a frequência dos shows e consequentemente os cachês, mas também faz com que eles percebam claramente o quanto eles prostituíram o próprio talento. Quando se envolve com o caçula dos irmãos, Jack (Jeff Brigdes), no entanto, é que os problemas realmente começam.

Vivida com garra, beleza e uma alta dose de sex-appeal por uma Michelle Pfeiffer em vias de fincar de vez os pés no imaginário fetichista masculino como a Mulher-Gato de Tim Burton (feito 3 anos depois), Susie Diamond é o anjo da discórdia em "Susie e os Baker Boys", escrito e dirigido por Steve Kloves, que nunca mais fez nada de marcante na carreira (exceto escrever alguns roteiros da série "Harry Potter"). Em "Susie" ele conta sua história de forma elegante e sucinta, ainda que um tanto repleta de clichês - Jack, por exemplo, é um solitário cuja melhor amiga é a filha pré-adolescente de uma vizinha, que o vê como um pai e seu irmão Frank (Beau Bridges, irmão de Jeff na vida real, obviamente) abandonou todos os sonhos de grandeza e sucesso para sustentar a família, o que para ele já bom o bastante. No meio dessas duas vidas estagnadas e quase tediosas, Susie tem o poder de sacudí-las, usando para isso a amargura que acumulou em seus anos como call-girl e a sensualidade de uma mulher que conhece o poder que tem sobre os homens. E para os marmanjos não faltam oportunidades para conferir que Pfeiffer, além de boa atriz também é extremamente linda.

Seja cantando "Makin' whoope" em cima de um piano, entoando "Can't take my eyes off you" em um belo vestido colante ou mesmo desprezando a tenebrosa "Fellings", Michelle Pfeiffer é o corpo de "Susie e os Baker Boys". Talvez tenha sido exagero a quantidade de prêmios que arrebatou (levou um Golden Globe e concorreu com boas chances ao Oscar), mas é inegável que seu brilho contamina o filme. Fotografada com sutileza e delicadeza pelo veterano Michael Ballhaus (que também concorreu a uma estatueta), a história da encruzilhada dos irmãos Baker em relação a seu futuro profissional é também a história de duas solidões que se encontram, ainda que talvez não estejam exatamente dispostas a dividir suas tristezas e frustrações. Apesar do verniz alto-astral (aparentemente é um musical, afinal de contas) é um filme melancólico, desesperançado. E é aí que entra Jeff Bridges.

Premiado com o Oscar de melhor ator este ano, por "Coração louco", Bridges entrega aqui uma de suas atuações mais furiosas. Sua personagem é similar à interpretada por ele no filme que lhe deu o prêmio, mas Jack Baker não tem tanta certeza sobre os rumos a tomar na vida nem mesmo quando se envolve com Susie, e foge de seus momentos de isolamento mental tocando lindamente em espeluncas de quinta categoria. Em "Coração louco" ele já foi alguém. Em "Susie" ele deseja (ou não) sê-lo. Em ambos os trabalhos, Bridges mostra porque é um dos grandes atores americanos. Pfeiffer é o corpo do filme. Briges é a alma.

2 comentários:

! Marcelo Cândido ! disse...

Essa Michelle
!!

Unknown disse...

A começar pelo nome .....Que mulher ..a mias linda de todas !

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