terça-feira

LINHA MORTAL

LINHA MORTAL (Flatliners, 1990, Columbia Pictures, 115min) Direção: Joel Schumacher. Roteiro: Peter Filardi. Fotografia: Jan De Bont. Montagem: Robert Brown. Música: James Newton Howard. Figurino: Susan Becker. Direção de arte/cenários: Eugenio Zanetti/Anne L. Kuljian. Casting: Mali Finn. Produção executiva: Peter Filardi, Michael Rachmil, Scott Rudin. Produção: Rick Bieber, Michael Douglas. Elenco: Kiefer Sutherland, Kevin Bacon, Julia Roberts, William Baldwin, Oliver Platt, Hope Davis. Estreia: 10/8/90

Indicado ao Oscar de Efeitos Sonoros

No mesmo ano em que "Ghost, do outro lado da vida" rendeu milhões e milhões de dólares pelos cinemas mundo afora, um suspense estiloso, com uma ideia instigante sobre a vida após a morte e um elenco de jovens astros em ascensão - em especial a linda mulher Julia Roberts - não poderia dar errado, mesmo com a direção do irregular Joel Schumacher. E não deu. "Linha mortal", co-produzido pelo ator Michael Douglas, fez sucesso de crítica e bilheteria, mesmo não cumprindo tudo que promete em seu início intrigante.

Liderados pelo brilhante Nelson (Kiefer Sutherland), um grupo de talentosos estudantes de Medicina resolve investigar o que acontece após a morte física, causando em si mesmo a morte por alguns minutos. Testando cada vez mais seus próprios limites, o rebelde David Labraccio (Kevin Bacon), o don-juan Hurley (William Baldwin) e a reservada Rachel Mannus (Julia Roberts, em uma personagem distante anos-luz de sua prostituta sedutora de "Uma linda mulher", o que comprova seu talento), acompanhados do tímido Steckle (Oliver Platt), chegam cada vez mais longe da vida, buscando as respostas que podem fazê-los famosos e/ou mais conscientes de sua finitude. Acontece que, em como todo bom suspense, as coisas não saem exatamente como esperadas. Cada um deles, de volta à vida, traz junto consigo algo mal-resolvido de seu passado. Assim, Nelson traz um amigo de infância que morreu devido à sua perseguição, Labraccio passa a ter visões de uma colega de classe que era humilhada por ele, Hurley começa a sentir-se ameaçado por imagens de mulheres que ele filmou durante o ato sexual e Rachel volta a ver o pai, que ela julga ter cometido suicídio por sua causa.

A trama de "Linha mortal" é, sem dúvida, extremamente interessante e surgiu no momento certo. O clima mórbido é acentuado pela ótima fotografia de Jan De Bont, e a música de James Newton Howard funciona espetacularmente, em especial em seu casamento perfeito com a criativa direção de arte de Eugenio Zanetti. O problema é que algumas pontas soltas incomodam - menos que as piadinhas de Oliver Platt, no entanto - e, se não chegam a estragar a diversão impedem de transformar o filme em um dos melhores suspenses de sua época.

Ao fugir de discussões filosóficas/existencialistas que a trama implora em suscitar, o roteiro de Peter Filardi opta por contar apenas uma boa história. É bem mais do que normalmente acontece, mas deixa no ar um gostinho de quero-mais. Com bom clima, inteligência e o talento de Kiefer Sutherland e Julia Roberts - na época um casal dos mais promissores -, no entanto, é diversão garantida.

3 comentários:

chuck large disse...

Não sabia da existência deste filme, mas fiquei bastante curioso, elenco ótimo e uma história intrigante!
Vou procurar ver este tbm!

Abs.

Cristiano Contreiras disse...

Nossa, Clen

Esse é um dos melhores filmes da Julia Roberts - por sinal, é um absurdo POUCOS conhecerem.

Me marcou muito, gosto dele desde pequeno, quando eu via nas reprises do supercine e corujão. Acho tão lindo e intimista, os atores em sintonia...e a direção cuidadosa.

E Baldwin tão gato neste! rs

Parabéns pelo texto!

almir holanda-ap disse...


confirmo com você Luciano, ultimamente lembrei deste filme, infelismente não conseguir ver seu final, mas até onde assistir foi ótimo. O filme tem um bom roteiro e os atores estão bem envolvidos em seus personagens.


abç...

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