quarta-feira

NOITES DE TORMENTA

NOITES DE TORMENTA (Nights in Rodanthe, 2008, Warner Bros, 97min) Direção: George C. Wolfe. Roteiro: Ann Peacock, John Romano, romance de Nicholas Sparks. Fotografia: Affonso Beato. Montagem: Brian A. Kates. Música: Jeanine Tesori. Figurino: Victoria Farrell. Direção de arte/cenários: Patrizia von Brandenstein/James Edward Ferrell Jr. Produção executiva: Bruce Berman, Doug Claybourne, Dana Goldberg, Alison Greenspan. Produção: Denise Di Novi. Elenco: Richard Gere, Diane Lane, Christopher Meloni, Viola Davis, Scott Glenn, James Franco. Estreia: 26/9/08

Um dos mais populares escritores românticos americanos, Nicholas Sparks nem se dá ao trabalho de mudar a fórmula de seus livros, alterando, quando muito, a faixa etária de seus protagonistas - ou, no caso de "Diário de uma paixão", alternar duas tramas paralelas com casais de gerações diferentes. Seguindo a linha de suas narrativas mais maduras, o drama "Noites de tormenta" reune a dupla Richard Gere e Diane Lane (do polêmico "Infidelidade") em mais um romance açucarado e previsível - que, no entanto, é valorizado pela presença carismática da dupla, que consegue dar dignidade até mesmo ao amontoado de clichês dos quais a direção inexperiente de George C. Wolfe - acostumado com especiais de televisão - não se desvia.

A trama de Sparks já começa com um clichê básico: Adrienne Willis (Diane Lane, boa atriz relegada aos mesmos personagens desde que foi indicada ao Oscar por "Infidelidade") é uma mulher separada que recebe do ex-marido (Christopher Meloni, da série "Oz") a proposta de uma reconciliação justamente quando está saindo em viagem para cuidar da pousada de uma amiga (Viola Davis), que vai tirar um fim-de-semana de folga com o namorado. Isolada na pousada - que fica em uma idílica cidade litorânea da Carolina do Norte - Adrienne tem a companhia apenas de um único hóspede, o médico Paul Flanner (Richard Gere, canastrão como sempre, mas incapaz de decepcionar às fãs mais ardorosas), que está na cidade com o objetivo de desculpar-se com o viúvo de uma antiga paciente, que morreu em suas mãos. Não é preciso ser gênio para adivinhar que os dois irão começar a se entender maravilhosamente, irão se apaixonar e, depois que precisarem retomar suas vidas, o destino irá aprontar das suas.


Apesar de seguir completamente as regras do jogo de Sparks - que incluem cenários de sonho, romances proibidos, finais lacrimosos e personagens sem muita profundidade dramática - "Noites de tormenta" não chega a ofender os neurônios da plateia, oferecendo exatamente o que ela procura. Não interessa aos fãs da obra do autor nenhum tipo de elocubração psicológica ou complexidade narrativa, o que faz com que os filmes baseados nela sejam sistematicamente planos e quase maniqueístas. Esse detalhe, porém, não deve incomodar à audiência, que não deixa de inundar as salas de exibição com lágrimas sentidas - ainda que a bilheteria de "Noites de tormenta" não tenha sido o estouro esperado.

Em resumo, "Noites de tormenta" é um veículo para Lane e Gere desfilarem seu charme em um cenário interessante e presentearem seus fãs com personagens feitos sob medida para duas horas de entretenimento sem compromisso. Não é bom, mas passa longe de ser ruim.

Um comentário:

CurtaDoc Documentários disse...

Confesso que ainda não vi o filme, mas depois de ler seu post já favoritei para lembrar de assistir outra hora.

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