terça-feira

CORPOS ARDENTES


CORPOS ARDENTES (Body heat, 1981, Warner Bros, 113min) Direção e roteiro: Lawrence Kasdan. Fotografia: Richard H. Kline. Montagem: Carol Littleton. Música: John Barry. Figurino: Renie Conley. Direção de arte/cenários: Bill Kenney/Rick T. Gentz. Casting: Wally Nicita. Produção: Fred T. Gallo. Elenco: William Hurt, Kathleen Turner, Richard Crenna, Mickey Rourke, Ted Danson, J.A. Preston, Kim Zimmer. Estreia: 28/8/81

No início da década de 80, antes mesmo que o termo "erotic thriller" fosse cunhado e se tornasse quase um subgênero dentro da indústria hollywoodiana, o roteirista Lawrence Kasdan (autor de, entre outros, "Os caçadores da Arca perdida") incendiou o cinema americano com "Corpos ardentes", uma releitura de um estilo caro na década de 40 mas que estava sumido das telas há um bom tempo: os filmes noir. Ao acrescentar tórridas cenas de sexo a uma trama repleta de reviravoltas, sombras, personagens amorais e uma sedutora mulher fatal, o cineasta conseguiu, em sua estreia como diretor, ressuscitar um gênero considerado morto e revelar ao mundo a então estonteante Kathleen Turner.

A trama de "Corpos ardentes" se passa em um escaldante verão na cidade litorânea de Miranda Beach, perto de Miami. É durante essa onda de calor intenso que o advogado mulherengo e pouco ético Ned Racine (William Hurt) conhece e fica fascinado pela bela Matty Walker (Kathleen Turner), uma mulher casada que o envolve facilmente com seu poder de sedução. Não demora muito e logo os dois estão vivendo um tórrido romance baseado em sexo e desejo desmedido. Quando resolvem se livrar do marido de Matty, planejam com cuidado seu assassinato. Logicamente, as coisas não saem como o esperado e Ned se vê no meio de uma perigosa trama que pode levá-lo à prisão.


"Corpos ardentes" é um filme que merece ser visto e revisto. O roteiro de Kasdan consegue equilibrar um texto com diálogos saborosos, personagens bastante interessantes (inclusive um advogado dançarino vivido pelo novato Ted Danson e um especialista em explosivos interpretado por um jovem Mickey Rourke) e viradas qye prendem o espectador na poltrona sem apelar para cartas tiradas da manga. A fotografia calorosa transmite a exata noção das altas temperaturas que empurram suas personagens ao crime e à paixão, emulando com perfeição as principais características do estilo de cinema que legou à história clássicos como "Pacto de sangue", do genial Billy Wilder.

A trilha sonora de John Barry, tonitruante e sempre presente nos momentos cruciais da trama também se destaca por nunca atrapalhar o desenvolvimento da história, por si só forte o suficiente para envolver a plateia. As personagens centrais, por sua vez, são sensacionais: Ned Racine é um advogado mau-caráter, blasé, cafajeste ao extremo e metido a don juan que acaba em uma teia que o joga em um pesadelo sem fim e Matty Walker é o sonho de qualquer atriz que saiba usar o corpo sem parecer vulgar e a voz de veludo sem soar clichê. Fria, calculista e extremamente envolvente, ela seduz não apenas Ned Racine, mas todo o público, que se deixa levar por seu belo sorriso. A cena em que William Hurt quebra uma janela apenas para beijá-la é o ápice de todo o tesão que Kasdan deseja transmitir em sua obra. À plateia resta apenas segurar a respiração.

"Corpos ardentes" é um exemplar muito digno dos chamados "erotic thrillers", lançado em uma época em que as histórias e os climas eram mais importantes do que o sexo pelo sexo. A química entre William Hurt e Kathleen Turner é das mais fascinantes e é utilizada com generosidade por Kasdan, confiante no talento e no carisma do casal. Um filme que precisa ser redescoberto.

4 comentários:

Sirena disse...

O filme é realmente fantástico, roteiro perfeito, atores super talentosos, um filme pra ser revisto, sem nenhuma dúvida!
Reparou na cena final, na expressão da Kathleen? Intrigante...

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