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FAMA


FAMA (Fame, 1980, MGM Pictures, 134min) Direção: Alan Parker. Roteiro: Christopher Gore. Fotografia: Michael Seresin. Montagem: Gerry Hambling. Música: Michael Gore. Figurino: Kristi Zea. Direção de arte/cenários: Geoffrey Kirland/George DeTitta. Casting: Howard Feuer, Jeremy Ritzer. Produção: David De Silva, Alan Marshall. Elenco: Irene Cara, Eddie Barth, Lee Curreri, Laura Dean, Antonia Franceschi, Paul McCrane. Estreia: 16/5/80

6 indicações ao Oscar: Roteiro Original, Montagem, Trilha Sonora Original, Canção ("Fame", "Out here on my own"), Som
Vencedor de 2 Oscar: Trilha Sonora Original, Canção ("Fame")
Vencedor do Golden Globe de Melhor Canção ("Fame")


A High School for the Performing Arts, em Nova York, é uma das mais prestigiadas escolas de arte dos EUA. E é também o cenário desse musical energético, forte e empolgante do diretor inglês Alan Parker, que aqui deixa de lado o tom depressivo de seu bem-sucedido “Expresso da meia-noite” para embarcar no sonho de um punhado de jovens em busca da fama do título.

O roteiro, escrito por Christopher Gore, cujo irmão Michael compôs a dançante trilha sonora, que inclui a vencedora do Oscar “Fame”, concentra-se em meia dúzia de estudantes, que, a despeito de seu talento, enfrentam sérios problemas pessoais no caminho rumo ao estrelato. A ambiciosa cantora Coco (Irene Cara, que canta a música-tema do filme) sonha em ver seu nome nas marquises, mas acaba descobrindo da pior maneira possível que não é somente uma bela voz que basta para se ter sucesso; o jovem Montgomery (Paul McCrane) quer ser ator, mas tem primeiro que aceitar sua homossexualidade, descoberta quando se apaixonou pelo tearapeuta; a judia Doris (Maureen Teefy) precisa superar sua quase dependência da mãe superprotetora, o que começa a acontecer quando se envolve com o aspirante a humorista Ralph (Barry Miller), que tenta esconder sua origem paupérrima sob uma constante chuva de piadas. Para finalizar o grupo de estudantes está a milionária que sonha em ser bailarina (Laura Dean) e se apaixona por um dançarino negro, o rebelde Leroy (Gene Anthony Ray) e o descendente de italianos Bruno Martelli (Lee Curreri), que luta para ser músico mesmo sendo fã de sintetizadores musicais.


Mesmo sem conseguir fugir de alguns clichês, o filme de Parker tem a seu favor a edição ágil de Gerry Hambling, seu habitual colaborador, que divide a ação em tempos quase iguais a seus sonhadores personagens, defendidos por atores amadores. Se por um lado o filme ganha por isso, com um frescor e um realismo raros, perde pela inexperiência de seus intérpretes, nem todos com o carisma e/ou a competência necessários para acompanhar as idas e vindas do roteiro. Sorte que Alan Parker é um diretor de primeira grandeza, que tira leite de pedra em muitos momentos.

Mesmo quando o clima pesa, no terço final da obra, o diretor consegue driblar a lágrima fácil, mantendo sua câmera tão distante quanto uma observadora passiva dos dramas que se desenrolam a sua frente. Até mesmo os números musicais fogem do marasmo, imprimindo ao filme uma marca bastante interessante: longe de ser um musical enfadonho, com personagens cantando 90% do tempo, “Fama” é um filho bastardo do gênero, utilizando as ótimas canções de Michael Gore como comentários da ação e não parte integrante dela.

Ainda que se estenda um pouco demais em seu final, “Fama” é o filme certo na hora certa e provavelmente é um dos musicais essenciais de seu tempo.

2 comentários:

História é Pop! disse...

Nada como o original!!!!

Alan Raspante disse...

Gosto muito deste filme, só acho que Alan Parker colocou muitos temas bacanas mais que no final não conseguiu abordar todos, ficou muito superficial, poderia ter se aprofundado mais.

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