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O CAMPEÃO


O CAMPEÃO (The champ, 1979, MGM Pictures, 121min) Direção: Franco Zeffirelli. Roteiro: Walter Newman, história de Frances Marion. Fotografia: Fred J. Koenekamp. Montagem: Michael J. Sheridan. Música: Dave Grusin. Figurino: Theoni V. Aldridge. Direção de arte/cenários: Herman A. Blumenthal/James W. Payne, Rick Simpson. Casting: Joyce Robinson, Sam Christensen. Produção: Dyson Lovell. Elenco: Jon Voight, Faye Dunaway, Rick Schroder, Jack Warden, Arthur Hill. Estreia: 04/4/79

Indicado ao Oscar de Trilha Sonora Original
Vencedor do Golden Globe de Nova Estrela do Ano/Masculino - Rick Schroder


O pesadelo de toda criança. Talvez essa seja a melhor definição para "O campeão", arranca-lágrimas dirigido por Franco Zefirelli e lançado nos EUA no início de 1979. Realizado com o objetivo claro de levar a platéia às lágrimas, o dramalhão orquestrado pelo cineasta italiano não apenas o faz com maestria - especialmente em suas derradeiras cenas - mas também comprova a teoria de que um final emocionalmente poderoso é capaz de derrubar qualquer mínimo senso estético e/ou racional. Ficar incólume ao desfecho de "O campeão" é tarefa inglória!

Escrito sem temer nenhum clichê, o roteiro de Walter Newman não tem a menor preocupação em ser original ou fugir dos lugares-comuns que infestam o gênero drama familiar. No entanto, talvez seja justamente essa sua falta de ambição artística que o faça funcionar no nível emocional que pretende. Jon Voight (em vias de ganhar um Oscar por "Amargo regresso") vive Billy Flynn, um boxeador precocemente aposentado que ganha a vida cuidando de cavalos em um haras frequentado pela alta sociedade. Beberrão, irresponsável e auto-destrutivo, ele cria o filho pequeno TJ (Ricky Schroder) desde que foi abandonado pela mulher, Annie (Faye Dunaway), uma estilista de moda que depois da separação casou-se novamente e leva uma vida confortável e luxuosa. Apaixonado pelo pai, por quem nutre uma adoração incondicional, o menino tem sua vida transformada quando se reencontra com a mãe, a quem julgava morta. Temendo que a vida milionária oferecida por Annie a seu filho lhes afaste, Billy resolve voltar a lutar, mesmo sabendo dos perigos a que está exposto devido a sua idade, falta de treino e às sequelas de um ferimento antigo. Vencer a luta, para ele, é uma forma de ganhar dinheiro e o respeito definitivo de TJ, mesmo que o garoto não precise de nada disso para amá-lo devotamente.


Analisado pelo viés puramente racional, "O campeão" jamais poderia ser chamado de um grande filme. Lançado na mesma época em que Hollywood apresentava cineastas ousados como Francis Ford Copolla e Martin Scorsese e era bombardeado com obras fortes e autorais como "Taxi driver" e "Apocalypse now", o singelo e piegas conto familiar de Zefirelli soou como um retrocesso estilístico, que buscava, antes da excelência artística, o sucesso comercial e a emoção fácil. No entanto, é difícil convencer disso as milhares de pessoas que se comoveram com o filme através de suas constantes reprises na TV durante os anos 80, em especial as crianças, que viam, nas cores um tanto exageradas da fotografia de Fred Koenekamp, seus maiores temores tornarem-se realidade, ainda que na vida trágica do pequeno TJ. Vivido por um excelente Ricky Schroder, a subserviente e compreensiva personagem deixou em uma geração inteira de espectadores de cinema a marca de um dos finais mais tristes que o cinema pode oferecer, ainda que bem longe das sutilezas que seriam bem-vindas.

Pode-se falar bastante mal de "O campeão", e argumentos para tais críticas não faltariam. Mas, com os olhos inchados de chorar e o coração apertado fica difícil de pensar...

3 comentários:

Unknown disse...

Ola
Esse filme é muito bom!
Abcs
Ola
Parabéns pelo seu blog!
Abcs
Alexandre Taleb
Consultor de Imagem/Personal Stylist
AICI - USA member - association of image consultants international
Blog: http://ataleb.wordpress.com
Site: www.alexandretaleb.com.br

Anônimo disse...

ajudem-me a arranjar este filme há anos que o procuro vijocosi@gmail.com

jefferson morales disse...

primeiro filme que eu ví, tudo pode ser dito de ruim ou de bom, tanto faz, mas o resumo é de um pai que dá a vida pelo filho, sempre me lembro desse filme, e sempre tento ser um pai melhor

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