sexta-feira

DOCE LAR

DOCE LAR (Sweet home Alabama, 2002, Touchstone Pictures, 108min) Direção: Andy Tennant. Roteiro: C. Jay Cox, história de Douglas J. Eboch. Fotografia: Andrew Dunn. Montagem: Troy Takaki, Tracey Wadmore-Smith. Música: George Fenton. Figurino: Sophie de Rakoff Carbonell. Direção de arte/cenários: Clay A. Griffith/Lisa K. Sessions. Produção executiva: Michael Fottrell, Jon Jashni, Wink Mordaunt. Produção: Stokely Chaffin, Neal H. Moritz. Elenco: Reese Witherspoon, Patrick Dempsey, Josh Lucas, Candice Bergen, Fred Ward, Mary Kay Place, Jean Smart, Melanie Lysnkey, Ethan Embry, Dakota Fanning. Estreia: 27/9/02

Não é difícil compreender o enorme êxito de bilheteria de "Doce lar" nos EUA, onde arrecadou mais de 180 milhões de dólares. Em primeiro lugar, é uma comédia romântica açucarada (gênero que se mantém como um dos mais populares mesmo no cínico século XXI). Depois, é o tipo de filme que não ofende ninguém e nem tenta reinventar a roda (e todo mundo sabe que sempre é bom recorrer aos mesmos clichês de sempre vez ou outra). E em terceiro (e talvez mais importante) existe o fator Reese Witherspoon. Desde que "Legalmente loira" fez um inesperado sucesso em 2001, a jovem atriz - à época ainda casada com Ryan Phillippe - tornou-se um dos nomes mais quentes da "nova Hollywood". Carismática, talentosa e dona de uma beleza nada ameaçadora (ou seja, perfeita para agradar às mulheres que levam os namorados ao cinema), Witherspoon é o centro do filme de Andy Tennant e a responsável por torná-lo um agradável e descompromissado entretenimento.

Assumindo o papel que seria de Charlize Theron antes que ela pulasse fora para participar do infame "Encurralada", Witherspoon interpreta Melanie Carmichael, uma promissora estilista de moda que vive o melhor momento de sua vida: além de estar dando os primeiros passos rumo à sua realização profissional, ela acaba de ser pedida em casamento por um dos mais cobiçados solteiros de Nova York, o bem-sucedido Andrew Hennings (Patrick Dempsey), filho da prefeita da cidade (vivida com graça por Candice Bergen). O problema é que, apesar de aparentar ser uma cosmopolita e sofisticada cidadã nova-iorquina, ela na verdade é uma caipira fugida do Alabama, seu estado natal. E o pior ainda: é casada com um namorado da adolescência, Jake Perry (Josh Lucas), que se recusa a conceder-lhe o divórcio. Desesperada para esconder do noivo seu passado (e com o objetivo de exigir de Jake a separação formal), Melanie volta à sua cidade, mas acaba descobrindo que ainda é o objeto dos sonhos de seu ex-marido e que suas raízes são mais fortes do que ela imaginava.



"Doce lar" é mais uma comédia romântica da estirpe politicamente correta que tomou conta da América nos anos 90. Sua ideologia mal-disfarçada não deixa de ser um tanto desconfortável, contrapondo a vida pacata e "verdadeira" do interior do país à correria hedonista e "fútil" das grandes cidades (e fazendo com que todas as personagens relacionadas ao noivo mauricinho soem como pastiches de uma sociedade vazia enquanto sua família e seu ex-marido servem quase como exemplo de pureza e integridade). No entanto, para a sorte do espectador, o roteiro consegue fazer com que tudo seja facilmente assimilável graças a diálogos rápidos e algumas piadas realmente engraçadas, em especial as relacionadas ao amigo de infância de Melanie, o jovem Bobby Ray (Ethan Embry), que precisa lidar com sua homossexualidade em um cenário não especialmente simpático à sua causa. Também é pouco justo com a personagem de Patrick Dempsey (voltando aos poucos ao estrelato que culminaria na série "Grey's anatomy") rivalizá-lo com Josh Lucas em um papel que explora ao máximo seu charme rústico. Não é preciso mais do que dez minutos de Lucas em cena para que a plateia perceba os rumos da história.

É impossível dizer que "Doce lar" é um grande filme. É previsível, é ideologicamente questionável (se bem que ninguém assiste a comédias românticas pensando sobre essas coisas) e não apresenta maiores novidades. Mas é agradável, é simpático e tem Reese Witherspoon fazendo o que faz de melhor. Os fãs não reclamarão jamais!

2 comentários:

renatocinema disse...

Comédia super "comum". E me agradou exatamente por isso. Vi na época do lançamento em dvd e achei que cumpriu seu papel.

Apesar de ser realmente previsível, é também agradável e simpática.

Alan Raspante disse...

Era minha comédia romântica favorita quando criança, rs

Reese tá bacana aqui!

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