DE REPENTE 30 (13 going on 30, 2004, Revolution Studios, 98min) Direção: Gary Winick. Roteiro: Josh Goldsmith, Cathy Yuspa. Fotografia: Don Burgess. Montagem: Susan Littenberg. Música: Theodore Shapiro. Figurino: Susie DeSanto. Direção de arte/cenários: Garreth Stover/Leslie E. Rollins. Produção executiva: Todd Gardner, Dan Kolsrud. Produção: Susan Arnold, Gina Matthews, Donna Arkoff Roth. Elenco: Jennifer Garner, Mark Ruffalo, Judy Greer, Andy Serkis, Kathy Baker, Phil Reeves, Sam Ball. Estreia: 23/4/04
Já é quase um subgênero. Filmes que contam histórias de pessoas de diferentes idades, sexos e/ou classes sociais que trocam de lugar por razões quase nunca satisfatoriamente explicadas no roteiro já fazem parte do imaginário hollywoodiano. Normalmente a ideia rende bastante nas bilheterias. Algumas vezes o resultado é constrangedor. Outras alcançam seu objetivo primordial: divertir sem exigir muito da massa cinzenta. E é justamente isso que “De repente 30” faz. Sem a menor vontade de mudar a história do cinema, a comédia romântica do diretor Gary Winick diverte aqueles que buscam dar boas risadas, comove quem procura um romance leve e de quebra apresenta uma trilha sonora nostálgica que é capaz de trazer de volta bons momentos (ou não, dependendo da história de cada um) da plateia.
Tudo começa quando a pré-adolescente Jenna Rink (Christa B. Allen), sentindo-se rejeitada e humilhada por suas populares colegas de escola em plena festa de aniversário de 13 anos, faz um fervoroso pedido, desejando ter 30 anos, ser linda, rica e bem-sucedida. Como num passe de mágica, ela acorda exatamente da maneira com que sonhava – e na pele da excelente Jennifer Garner. No entanto, nem tudo é perfeito: nesse universo paralelo, Jenna é fria, egoísta, centrada no trabalho como editora de moda e mal liga para os pais. Ainda com a mentalidade de uma menina de 13 anos, ela então procura seu ex-melhor amigo, o agora fotógrafo Matt Flamhaff (Mark Ruffalo, encantador) para voltar a ter o frescor e a ingenuidade de sua adolescência.
Exatamente como acontece em quase todos os filmes de seu estilo, “De repente 30” não liga para a lógica, desde que os furos do roteiro não atrapalhem o bom andamento da história. Sendo assim, a maneira com que Jenna realiza seu desejo é o que menos importa, uma vez que, chegando aos 30 anos fisicamente mas não mentalmente a protagonista entrega ao público cenas engraçadíssimas, calcadas quase unicamente em uma única piada, mas que funciona à perfeição. O carisma inocente de Garner é forte o bastante para seduzir a audiência, que torce simpaticamente por seu final feliz com Matt ao mesmo tempo em que se diverte com diálogos espirituosos e pelo menos uma cena destinada à antológica: em uma festa da empresa, Jenna e Matt abrem o salão de dança com uma coreografia contagiante de um sucesso de seu tempo de puberdade: “Thriller”, de Michael Jackson. A cena emociona, empolga e dá o tom exato do filme, que pretende apenas possibilitar hora e meia de uma trama quase ingênua e moralista, mas extremamente adorável.
Dono de uma trilha sonora que ainda arruma espaço para Madonna, Vanilla Ice, Whitney Houston e Patty Benatar – dona de um dos videoclipes mais toscos da história, “Love is a battlefield” – o filme conquista por suas ambições discretas e resultados invejáveis, alcançados em especial pela química do casal central. Jennifer Garner - em papel para o qual foram cotadas as mais prestigiadas Renee Zelwegger, Gwyneth Paltrow e Hilary Swank - e Mark Ruffalo formam um casal apaixonante e isso se traduz em cena, o que raramente vem acontecendo nos romances populares da indústria de cinema. É uma sessão da tarde divertida e descompromissada, ideal para esquecer os problemas por hora e meia.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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2 comentários:
concordo em genero, numero e grau....
Amo. Nem consigo imaginar sem a Jennifer.
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