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... E O VENTO LEVOU



... E O VENTO LEVOU (Gone with the wind, 1939, Warner Bros., 224min) Direção: Victor Fleming. Roteiro: Sidney Howard, romance de Margareth Mitchell. Fotografia: Ernest Haller, Ray Rennahan. Montagem: Hal C. Kern, James E. Newcomb. Música: Max Steiner. Figurino: Walter Plunkett. Produção: David O. Selznick. Elenco: Vivien Leigh, Clark Gable, Olivia de Havilland, Leslie Howard, Hattie MacDaniel. Estreia: 15/12/39

12 indicações ao Oscar: Filme, Diretor (Victor Fleming), Ator (Clark Gable), Atriz (Vivien Leigh), Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Trilha Sonora Original, Direção de Arte, Som, Efeitos Visuais
Vencedor de 10 Oscar: Filme, Diretor (Victor Fleming), Atriz (Vivien Leigh), Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel), Roteiro Adaptado, Fotografia, Montagem, Direção de Arte, e mais 2 especiais: um para o produtor David O. Selznick e um para o uso da fotografia.


O que ainda não foi falado sobre "... E o vento levou"? Há mais de 70 anos encantando gerações e gerações, a obra-prima de Victor Fleming já foi objeto de estudos, teses, livros, homenagens e continua tão fascinante hoje quanto em 1939. Até poderia ser um desafio tentar entender esse fenômeno, mas basta assistir aos primeiros minutos do filme para que qualquer tentativa de ser razoável torne-se impossível. Assim como em toda e qualquer paixão, "...E o vento levou" foge do racional, conquistando o espectador pelo coração, pelos olhos e pelos ouvidos. Ser fã de cinema e não assistir a "...E o vento levou" é o mesmo que ser fã de futebol e não conhecer Pelé.

"...E o vento levou" é a mais perfeita tradução em imagens do melhor que Hollywood pode proporcionar em termos de espetáculo. A fotografia esplendorosa e a reconstituição de época impecável são referências absolutas até os dias de hoje, quando a palavra épico necessariamente traz à mente suas mais grandiosas cenas: o incêncio de Atlanta, a visão dos soldados feridos, os belíssimos crepúsculos em Technicolor... A trilha sonora imponente de Max Steiner, os figurinos caprichados de Walter Plunkett e o ritmo sem falhas do roteiro adaptado por Sidney Howard do romance de Margareth Mitchell completam o que pode ser chamado sem medo de obra-prima.


Mas nada disso seria suficiente se não fosse dois elementos-chave do sucesso e da perenidade do filme: sua história, forte e melodramática e seu elenco absolutamente perfeito. Com a possível exceção de Leslie Howard, que vive um Ashley Wilkes apático e sensaborão, todos os atores que fazem parte de "...E o vento levou" nunca estão aquém de fabulosos. O galã Clark Gable interpreta um Rhett Butler inesquecível; Olivia de Havilland vive uma Melanie impecável em sua delicadeza quase inumana e as coadjuvantes Hattie McDaniel (primeira negra a levar um Oscar) e Butterly McQueen roubam cada cena em que aparecem. No entanto, não seria equivocado afirmar que o filme pertence a Vivien Leigh. A atriz inglesa suplantou praticamente toda a população artística feminina de Hollywood para ficar com o papel da sulista Scarlett OHara - sem dúvida uma das personagens mais marcantes da história do cinema - e justifica sua escalação em cada um dos fotogramas em que aparece. Além de ser linda, dona de uma beleza clássica mas nunca datada, Leigh imprime a força necessária a sua personagem, uma pré-feminista das mais apaixonantes que se tem notícia.

Para quem ainda não sabe - se é que existe alguém que não sabe - "...E o vento levou" conta a história de Scarlett O'Hara (Leigh), uma jovem mimada e voluntariosa que vê seu mundo desmoronar quando o homem por quem é apaixonada, Ashley Wilkes (Howard) anuncia seu casamento com a meiga Melanie (de Havilland) pouco antes de partir para a Guerra de Secessão americana - que opunha o sul escravocrata contra o norte abolicionista. Mais do que afastá-la de Ashley, a guerra também leva às ruínas a fazenda de sua família - a imponente Tara - e, para salvá-la, Scarlett não hesita em utilizar de quaisquer artifícios, inclusive embarcando em casamentos por interesse. Sua obsessão por Ashley e sua luta pela manutenção de sua propriedade, no entanto, a cegam para a verdade que sempre esteve sua frente: o amor que desperta em Rhett Butler (Gable), que, por trás de um verniz de cínico e amoral, esconde um cavalheiro romântico e apaixonado.

"...E o vento levou" tem de tudo um pouco: é romance, é épico, tem cenas de legítima comédia, retrata os horrores da guerra - que transformam pessoas em animais - e conta uma história de amor que nunca soa falsa. Mas acima de tudo, é um filme que, como poucos, merece o título de "clássico".

7 comentários:

Eddie disse...

Sua resenha fez juz ao "filme dos filmes".

Eddie.

aionr disse...

òtimo filme.
simplesmente um dos melhores, tudo é perfeito do casal principal a ambientação histórica, clássico dos clássicos!!

Unknown disse...

eu amo e o vento levou

Célia disse...

Fantástico filme, um clássico que faz parte do meu acervo.
Sou uma vovó blogueira, amei seu blog a partir de hoje serei sua seguidora.

Anônimo disse...

esse filme me lembro dele quando pequena e ate hoje aos 31 nao me esqueci . Foi incrivel mesmo.

Aline disse...

O CLÁSSICO..AMO!!

Anônimo disse...

Perdi as contas das vezes que assisti, lindo filme!

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