Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
sexta-feira
CONTA COMIGO
CONTA COMIGO (Stand by me, 1986, Columbia Pictures, 89min) Direção: Rob Reiner. Roteiro: Raynold Gideon, Bruce A. Evans, conto "The body", de Stephen King. Fotografia: Thomas Del Ruth. Montagem: Robert Leighton. Música: Jack Nietzsche. Direção de arte/cenários: Dennis Washington/Richard D. Kent. Casting: Janet Hirshenson, Jane Jenkins. Produção: Bruce A. Evans, Raynold Gideon, Andrew Scheinman. Elenco: Wil Wheaton, River Phoenix, Corey Feldman, Jerry O'Connell, Kiefer Sutherland, John Cusack, Richard Dreyfuss. Estreia: 08/8/86
Indicado ao Oscar de Roteiro Adaptado
O nome do escritor Stephen King nos créditos de “Conta comigo” não deixa de ser enganador. Ao ver seu nome atrelado a produções de terror normalmente bem abaixo da média, King nunca deixou que seus trabalhos em outros gêneros viessem à tona. Baseado em um conto chamado “The body”, o filme de Rob Reiner sobre a perda da inocência é quase uma pequena obra-prima de sensibilidade e melancolia.
Passado no início dos anos 60, quando os EUA ainda não haviam passado pelos traumas da guerra do Vietnã e do assassinato de Kennedy, o filme conta a aventura de quatro amigos em vias de passar da infância para a pré-adolescência, quase como o país.
Ao embarcar em uma viagem em busca do corpo de um jovem morto por um trem, os amigos embarcam também em uma jornada de auto-conhecimento, em que o objetivo passa ser menos importante do que o caminho.
O criativo Gordie (Will Wheaton) não consegue provar aos pais seu talento, sempre sufocado pela lembrança do irmão mais velho morto tragicamente (vivido em flashback por um jovem John Cusack). O rebelde Chris Chambers (River Phoenix, em uma atuação delicada e inesquecível) também vive à sombra do irmão, mas pelos motivos opostos, uma vez que ele não é exatamente um motivo de orgulho. O traumatizado Teddy (Corey Feldman) sofre de maus-tratos domésticos cometidos por seu pai, veterano da Guerra da Coréia e o gordinho Vern (Jerry O’Connell) tem em sua forma física motivos suficientes para considerar-se à margem. Juntos, os quatro partem em busca de fama e glória ao encontrarem o cadáver de um conterrâneo. Em seu encalço está uma gangue de transviados liderados por Ace Merrill (Kiefer Sutherland iniciando uma carreira de vilões).
Como já foi dito antes, a viagem dos amigos é mais importante que seu destino. Enquanto conversam sobre suas vidas, fogem de cães raivosos e trem desatinados e revelam seus segredos, Gordie e seus companheiros constroem uma amizade forte e perene, mesmo que sem maiores ambições de seguir com ela no final dos seus dias de aventura. O tom melancólico da obra de King atinge um nível emocionante graças ao roteiro indicado ao Oscar, à trilha nostálgica (em especial a bela canção que dá título ao filme) e ao inspirado elenco jovem. E pensar que River Phoenix morreu menos de dez anos depois deixa o ar menos respirável ainda quando o escritor vivido por Richard Dreyfuss, em participação especial termina de contar sua bela e triste história.
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Um comentário:
DEVO TER VISTO UMAS 5 VEZES PELO MENOS E É PARA VER E REVER E REVER SEMPRE.
FAZ TEMPO QUE NÃO FAÇO ISSO.
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