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quarta-feira
RUAS DE FOGO
RUAS DE FOGO (Streets of fire, 1984, Universal Pictures, 93min) Direção: Walter Hill. Roteiro: Larry Gross, Walter Hill. Fotografia: Andrew Laszlo. Montagem: Jim Coblentz, Freeman A. Davies, Michael Ripps. Música: Ry Cooder. Figurino: Marilyn Vance. Direção de arte/cenários: John Vallone/Richard C. Goddard. Casting: Judith Holstra, Marcia Ross. Produção executiva: Gene Levy. Produção: Lawrence Gordon, Joel Silver. Elenco: Michael Paré, Diane Lane, Willem Dafoe, Rick Moranis, Amy Madigan, Rick Rossovich, Bill Paxton, Mykelty Williamson, Ed Begley Jr. Estreia: 01/6/84
Algumas ideias dos estúdios hollywoodianos acabam se espatifando no caminho de tornarem-se mais do que ideias. Um desses insights que nunca passaram de projetos era o de uma trilogia de ação noir protagonizado por Michael Paré na pele do mercenário cool Tom Cody, o herói de "Ruas de fogo". O fracasso retumbante do filme inicial da trilogia, dirigido por Walter Hill, jogou a possibilidade em uma gaveta dos engravatados do estúdio, onde permanece até hoje, mesmo depois do filme ter-se tornado, com o tempo, uma espécie de cult-movie.
Passado em um lugar e uma época não identificados pelo roteiro, "Ruas de fogo" - título tirado de um verso de Bruce Springsteen - começa com o sequestro da estrela do rock Ellen Aim (uma jovem Diane Lane dublada vergonhosamente nas cenas musicais) por um grupo de motoqueiros vândalos e violentos, liderados por Raven Shaddock (Willem Dafoe). Para resgatá-la, seu empresário e atual namorado, Billy Fish (Rick Moranis) contrata o atraente e cínico Tom Cody (Michael Paré), sem saber que ele e a cantora tiveram um apaixonado caso romântico que acabou quando o rapaz foi pra guerra. Acompanhado da durona McCoy (Amy Madigan), Cody invade a vizinhança barra-pesada de Raven, dando início a uma guerra sem tréguas.
Batizado com o subtítulo de "Uma fábula do rock'n'roll", "Ruas de fogo" não agradou o público à época de seu lançamento, apesar de ter várias semelhanças temáticas e visuais com um sucesso anterior do diretor Walter Hill, "Warriors, os selvagens da noite". Deixando de lado o humor que foi o diferencial em sua maior bilheteria, "48 horas", estrelado pelo então ascendente Eddie Murphy, Hill ficou em um constrangedor meio do caminho. O roteiro de "Ruas" não se aprofunda em desenvolvimento de personagens, não tem senso de humor e nem ao menos apresenta cenas de ação antológicas. Por que então ainda permanece firme e forte no imaginário de uma boa parte da geração que assistia a filmes nos anos 80?
Basicamente, o charme maior de "Ruas de fogo" reside em sua vibrante trilha sonora, composta por Ry Cooder depois que três versões de James Horner foram descartadas pelo diretor. Não apenas pontuando a ação - em um roteiro fraquinho e sem grandes qualidades -, a música é parte integrante e fundamental na história de amor entre Cody e Ellen Aim. Canções como "Tonight is what means to be young" e "Nowhere fast" tornaram-se clássicas e são o maior destaque do filme, sobrevivendo na memória da audiência mais do que os diálogos clichê e as personagens mal delineadas do roteiro, co-escrito por Walter Hill e Larry Gross. Não é à toa que sempre que as músicas são o centro da atenção no filme, ele cresce e torna-se mais orgânico.
"Ruas de fogo" faz parte daquele rol de filmes que eram reprisados volta e meia nas tardes globais na segunda metade da década de 80 e como tal se mantém como uma espécie de relíquia quase sentimental, ainda que seja bastante fraco em termos artísticos. Tom Cody não vingou, assim como a carreira de Michael Paré. Mas ele sempre será lembrado por quem tem trinta e poucos anos..
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3 comentários:
Cult, cult, cult!!
Só Walter Will fazia bem filmes de guangues.
O Michael Parè até fez filmes legais depois: 'Lua Negra' e ' virgens Suicidas' da Coppola.
Eu também curto o policial: 48 Horas do Hill, mas não a segunda parte!
Abs,
Rodrigo
Clenio, eu tenho esse DVD. Ganhei de presente de uma amiga (pelo menos, eu pensei que fosse) com quem estudei no colegial. Filme que eh item basico em qualquer colecao e a musica tema "i can dream about you" de dan hartman: fantastica! dizem que eh uma das trilhas mais vendidas da historia!
Abraços.
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