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SEXTA-FEIRA MUITO LOUCA

SEXTA-FEIRA MUITO LOUCA (Freaky friday, 2003, Walt Disney Pictures, 97min) Direção: Mark Waters. Roteiro: Heather Hach, Leslie Dixon, romance de Mary Rodgers. Fotografia: Oliver Wood. Montagem: Bruce Green. Música: Rolfe Kent. Figurino: Genevieve Tyrrell. Direção de arte/cenários: Cary White/Barbara Haberecht. Produção executiva: Mario Iscovich. Produção: Andrew Gunn. Elenco: Jamie Lee Curtis, Lindsay Lohan, Mark Harmon, Harold Gould, Chad Michael Murphy, Stephen Tobolowski, Ryan Malgarini, Willie Garson. Estreia: 06/8/03

Essa história já foi contada e recontada tantas vezes que é difícil entender como algum estúdio tem a coragem de insistir em apresentá-la de tempos em tempos. Muda-se o diretor, o elenco e algum elemento da trama central, mas o essencial, de tão conhecido do grande público já é uma espécie de domínio público. O que levou, então, essa enésima versão da troca de corpos entre mãe e filha a arrecadar mais de 160 milhões de dólares no mercado americano? Levando-se em consideração o ano de  lançamento de "Sexta-feira muito louca" - 2003 - só um nome explica o sucesso: Lindsay Lohan.

Antes de tornar-se um problema para os estúdios, envolvendo-se em escândalos que pouco a pouco foram minando a sua carreira, a jovem Lindsay Lohan parecia ter um futuro brilhante em terras hollywoodianas. Aos 11 anos estrelou a versão anos 90 de "Operação cupido" (na pele de duas irmãs gêmeas criadas separadamente que resolvem juntar seus pais) e o sucesso do filme serviu para que os estúdios Disney passassem a considerá-la a nova Jodie Foster (que não por acaso também começou a carreira no mesmo tipo de filme, estrelou uma versão de "Sexta-feira muito louca" nos anos 70 e recusou o papel de mãe nessa versão século XXI). O apelo de Lohan junto ao público jovem foi comprovado com a enorme bilheteria do filme de Mark Waters (com quem voltaria a reunir-se em seguida em outro êxito, "Meninas malvadas"), que acabou até mesmo rendendo à Jamie Lee Curtis uma indicação ao Golden Globe de melhor atriz em comédia/musical do ano.



Na verdade, apesar de Lohan ser talentosa e carismática, é Lee Curtis quem realmente faz de "Sexta-feira muito louca" um programa divertido e agradável. Mesmo que nunca almeje mais do que ser uma sessão da tarde descerebrada, o filme de Waters proporciona à filha de Tony Curtis e Janet Leigh mais uma possibilidade de mostrar que quando tem um bom papel nas mãos é capaz de transformar qualquer bobagem em um produto palatável e acima da média. Foi assim em "Um peixe chamado Wanda" e em "True lies", onde roubou a cena de Arnold Schwarzenegger e faturou um merecidíssimo Golden Globe. É assim também aqui, onde ela demonstra divertir-se como nunca na pele de Tess Coleman, uma workaholic que, às vésperas de seu segundo casamento, acorda no corpo de Anna, sua filha adolescente.

Como acontece a troca de corpos que dá início à ação é o de menos: naquele tipo de situação que ocorre somente em filmes hollywoodianos, mãe e filha discutem em um restaurante chinês e, graças a um biscoito da sorte oferecido a elas pela velha proprietária do lugar, transmutam-se uma na outra justamente em um dia crucial de suas vidas: não apenas Tess vai casar-se com o charmoso Ryan (Mark Harmon) como Anna tem a grande chance de classificar sua banda de rock para um concurso de grandes proporções - além de justamente nesse dia seu grande amor, Jake (Chad Michael Murray), resolver procurá-la.

"Sexta-feira muito louca" não oferece nada mais do que um bom par de horas de divertimento saudável e com o carimbo Disney. É uma sessão da tarde típica, para assistir-se deitado no sofá, com um balde de pipocas e uma lata de refrigerante nas mãos. A química entre Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan é perfeita, há piadas realmente engraçadas e nada é muito crível. Mas nem sempre é necessário ser sério, não é verdade?

Um comentário:

Alan Raspante disse...

É um filme bastante simpático, oras! Saudade do tempo em que a Lilo era alguma coisa!

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