terça-feira

HERÓI

HERÓI (Hero, 2002, Miramax International, 99min) Direção: Zhang Yimou. Roteiro: Feng Li, Bin Wang, Zhang Yimou. Fotografia: Christopher Doyle. Montagem: Angie Lamm, Ru Zhai. Música: Tan Dun. Figurino: Zen Qing Chun. Direção de arte/cenários: Tingxiao Hu, Zhenzhou Yi. Produção executiva: Shoufang Dou, Weiping Zhang. Produção: Bill Kong, Zhang Yimou. Elenco: Jet Li, Tony Leung Chiu Wai, Maggie Cheung, Ziyi Zhang, Daoming Chen. Estreia: 24/10/02 (China)

Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

Desde que a quinta geração do cinema chinês aportou no Ocidente, no início dos anos 90, alguns nomes imediatamente tornaram-se reconhecíveis pelo público antenado. Um deles, Zhang Yimou, chamava a atenção principalmente pelo visual impecável de seus trabalhos, todos eles com um cuidado primoroso com a fotografia e a direção de arte. Mostrando que essa característica é uma constante em sua obra, Yimou deixou o mundo de queixo caído com a exuberância de seu deslumbrante “Herói”. Seguindo a tendência do megasucesso “O tigre e o dragão” – artes marciais coreografadas como balé diante de um visual estonteante – o longa do cineasta que assinou o belo “Lanternas vermelhas” conquistou público e crítica, além de ter arrebatado uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro.

Tudo acontece na China feudal, quando o Rei de Qin, tencionando tornar-se o mais poderoso monarca de todo o território, se transforma no alvo de três perigosos assassinos. Seus temores de morrer violentamente acabam quando surge a notícia de que todos eles foram eliminados pelo mesmo homem, um misterioso guerreiro sem nome (vivido por um silencioso Jet Li). Impressionado, o rei chama a seu palácio o herói, que lhe conta, então, como deu fim aos inimigos de suas ambições políticas.


A história de “Herói”, no fim das contas, é o que menos interessa. O que mais chama a atenção no filme é sua deslumbrante concepção visual. Cada episódio de seu filme conta com a predominância de uma cor específica, dando o tom e o clima adequados. A fotografia abismal de Christopher Doyle transforma cada cena em uma pintura, enchendo os olhos do espectador a tal ponto de fazê-lo esquecer que, em determinados momentos, o roteiro tem sérios problemas de ritmo (e talvez seja um tanto superficial) – problemas estes que Yimou resolveria em seu trabalho seguinte, o igualmente belo “O clã das adagas voadoras”.

É impossível não se deixar seduzir pela beleza pictória de “Herói”. Desde a primeira cena até seu final surpreendente, a história prende a audiência por seu cuidado em jamais fugir de seus conceitos estéticos e por envolvê-la em uma trama que versa sobre heroísmo, lealdade e idealismo. O filme é um marco absoluto do cinema chinês do início do século XXI, imperdível tanto por suas qualidades técnicas por sua sensibilidade.

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