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quarta-feira
OS INDOMÁVEIS
OS INDOMÁVEIS (3.10 to Yuma, 2007, Lions Gate, 122min) Direção: James Mangold. Roteiro: Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas, conto de Elmore Leonard. Fotografia: Phedon Papamichael. Montagem: Michael McCusker. Música: Marco Beltrami. Figurino: Arianne Phillips. Direção de arte/cenários: Andrew Menzies/Jay R. Hart. Produção executiva: Stuart Besser, Ryan Cavannaugh, Lynwood Spinks. Produção: Cathy Konrad. Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Ben Foster, Logan Lerman, Dallas Roberts, Peter Fonda, Vinessa Shaw, Gretchen Mol. Estreia:21/8/07
2 indicacões ao Oscar: Trilha Sonora Original, Edição de Som
"Os indomáveis" é a prova cabal - mais uma - de que o cineasta James Mangold, mesmo sem ter um estilo próprio que o diferencie de seus colegas de Hollywood, é um talento a ser admirado. Tendo passeado por praticamente todos os gêneros cinematográficos - o policial em "Copland", o drama em "Garota, interrompida", o suspense em "Identidade", o romance em "Kate & Leopold" e a biografia musical em "Johnny & June" - Mangold atingiu um nível ainda mais competente com a refilmagem do clássico "Galante e sanguinário", estrelado por Glenn Ford em 1957. Cinquenta anos depois do original de , o conto de Elmore Leonard presta-se a uma releitura moderna e empolgante que conta com um roteiro mais aberto a dubiedades e uma dupla de protagonistas acima de qualquer crítica.
Christian Bale vive Dan Evans, um fazendeiro do Arizona de 1884. Sofrendo com a cobrança de uma dívida por um conterrâneo corrupto, ele vê a chance de saldá-las quando lhe oferecem um belo pagamento por um trabalho nada simples: escoltar o famigerado criminoso Ben Wade (Russell Crowe) até a cidade vizinha de Yuma, onde ele será posto, às 15h10, em um trem em direção à prisão (daí o título original). Acompanhado do xerife Butterfield (Dallas Roberts) e de um pequeno grupo, ele não contava, porém, que seu filho mais velho, William (Logan Lerman, que depois faria o papel principal de "As vantagens de ser invisível") o seguisse, disposto a ajudá-lo na missão. Lutando contra apaches violentos e contra o próprio Wade, Evans ainda terá que encarar o bando do ladrão, que, sob a liderança do cruel Charlie Prince (Ben Foster), não está disposto a entregar o chefe aos homens da lei.
Equilibrando com segurança cenas de tiroteio que em nada devem aos veteranos do estilo com momentos que valorizam os belos diálogos do roteiro - que encontram em seus atores os intérpretes perfeitos - Mangold criou uma pequena pérola do faroeste, que não abre mão de todos os elementos que fizeram do gênero um dos mais populares do cinema americano e os utiliza com maturidade e inteligência. Se peca em não apresentar as belas paisagens que fizeram a fama de nomes como John Ford, o cineasta compensa com uma tensão palpável em vários momentos, em especial quando Ben Foster surge: mesmo ao lado de nomes consagrados como Russell Crowe e Christian Bale, o jovem Foster rouba a cena, criando um Charlie Prince assustador e violento, capaz dos atos mais vis - e não apenas em nome de sua fidelidade ao patrão.
Aliás, Crowe é outro que merece destaque: ficando com o papel que quase foi de Tom Cruise (uma escolha no mínimo inadequada), o eterno gladiador consegue fazer de seu Ben Wade uma mescla de violência e sutileza. Sua interpretação, minimalista, combina perfeitamente com o trabalho de Christian Bale (substituindo Eric Bana), proporcionando ao espectador um duelo como há muito o cinema americano não o fazia. Ainda que os tiroteios sejam extremamente bem filmados, é impossível negar que são as cenas dramáticas que fazem o diferencial de "Os indomáveis" e mostram o talento de seu diretor - que ainda dá a Peter Fonda a chance de uma participação especial carinhosa e crucial.
Indispensável para os fãs de faroeste e para quem gosta de um bom filme de ação, "Os indomáveis" oferece mais do que em um primeiro vislumbre. Um belo trabalho, que merecia maior atenção da crítica e do público - já que nem mesmo se pagou no mercado doméstico. Uma pena.
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