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AS BRUXAS DE EASTWICK


AS BRUXAS DE EASTWICK (The witches of Eastwick, 1987, Warner Bros, 118min) Direção: George Miller. Roteiro: Michael Cristofer, romance de John Updike. Fotografia: Vilmos Zsigmond. Montagem: Hubert C. De La Bouillerie, Richard Francis-Bruce. Música: John Williams. Figurino: Aggie Guerard Rodgers. Direção de arte/cenários: Polly Platt/Mark Mansbridge. Casting: Wally Nicita. Produção executiva: Rob Cohen, Don Devlin. Produção: Neil Canton, Peter Guber, Jon Peters. Elenco: Jack Nicholson, Cher, Susan Sarandon, Michelle Pfeiffer, Richard Jenkins, Veronica Cartwright. Estreia: 12/6/87

2 indicações ao Oscar: Trilha Sonora, Som

Quem diria que o diretor de um filme tão classudo quanto “As bruxas de Eastwick”, que usa até ópera em sua trilha sonora e é baseado em um livro do famoso e conceituado John Updike é o mesmo casca-grossa responsável por “Mad Max”? Mas o fato é que George Miller, o cineasta australiano que lançou Mel Gibson ao estrelato é realmente quem assina essa divertida produção, que mistura romance, comédia e terror em medidas exatas, ajudado por um elenco de sonhos e uma produção de primeira linha. Não foi o êxito impressionante que deveria, mas entretém como poucos.

A pequena cidade de Eastwick é um tédio só. Nada acontece em seus dias monótonos e sempre iguais. Os únicos momentos divertidos nas vidas das amigas Sukie (Michelle Pfeifffer), Alexandra (Cher) e Jane (Susan Sarandon) são aqueles em que elas saem de suas vidinhas medíocres para rir, encher a cara, fofocar e sonhar com o homem perfeito. Um belo dia, a cidade é sacudida com a chegada do milionário Daryl Van Horne (Jack Nicholson). Misterioso e recluso, logo o novo habitante vira objeto de curiosidade entre as três amigas, apesar dos histéricos avisos de uma religiosa local (Verônica Cartwright), que pressente o mal vindo da mansão comprada pelo visitante.

Uma a uma as amigas acabam sendo seduzidas por Van Horne. Alexandra, uma escultora viúva é a primeira a cair na sua nada sutil rede de sedução. A tímida e retraída professora de violino Jane descobre sua sexualidade reprimida depois de um encontro musical bastante atípico. E a fértil Sukie, uma jornalista mãe de seis filhos pequenos, também se deixa levar pelo ar cavalheiro de Van Horne. Os quatro formam então uma bela família, até que Van Horne começa a mostrar que, por trás de seus modos gentis se esconde o próprio demônio. As três começam então a pensar em uma maneira de livrar a cidade e suas vidas do seu tão sonhado homem perfeito.


É difícil classificar “As bruxas de Eastwick”. Ora uma comédia de costumes defendida por um elenco impecável, ora um filme de terror quase escatológico, com cenas de vômitos de cerejas, a obra de Miller pode-se no entanto ser facilmente identificada como uma das mais inteligentes de sua época. Ao levar a guerra dos sexos ao seu limite máximo, o roteiro brinca de misturar gêneros, proporcionando ao público uma experiência bem mais rica e desconcertante do que o normalmente oferecido em uma época em que as fórmulas estão mais desgastadas do que nunca. E colocar Jack Nicholson como o diabo em pessoa não atrapalha em nada.

Além disso, não se pode deixar de mencionar o excepcional elenco feminino escalado pelo cineasta: donas de sensualidades e belezas diferentes entre si, Cher (que abocanharia o Oscar no mesmo ano de "Bruxas" por "Feitiço da lua"), Susan Sarandon e Michelle Pfeiffer enfeitam o filme com suas presenças luminosas, encantando tanto Van Horne quanto a plateia. Apesar do roteiro repleto de diálogos iluminados e da direção inspirada de George Miller, é o elenco que faz toda a diferença em "As bruxas de Eastwick"...

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