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terça-feira
OS GAROTOS PERDIDOS
OS GAROTOS PERDIDOS (The lost boys, 1987, Warner Bros, 97min) Direção: Joel Schumacher. Roteiro: Janice Fischer, James Jeremias, Jeffrey Boam, história de Janice Fischer, James Jeremias. Fotografia: Michael Chapman. Montagem: Robert Brown. Música: Thomas Newman. Figurino: Susan Becker. Direção de arte/cenários: Bo Welch/Chris Westlund. Casting: Marion Dougherty. Produção executiva: Richard Donner. Produção: Harvey Bernhard. Elenco: Jason Patric, Kiefer Sutherland, Jami Gertz, Corey Haim, Corey Feldman, Dianne Wiest, Barnard Hughes, Edward Herrmann. Estreia: 31/7/87
Filmes com vampiros já chegam a formar um sub-gênero no cinema mundial. Filmes com adolescentes idem. A grande novidade de "Os garotos perdidos", filme de Joel Schumacher, é a união desses dois ingredientes em uma mistura que, ao contrário do que poderia se esperar, não desandou. Ao unir elementos clássicos da mitologia vampírica - sem desrespeitá-la como a série "Crepúsculo" veio a fazer recentemente -a uma trama de aventura com toques cômicos, o diretor acertou em cheio, conquistando o público-alvo com a despretensão esperada em um filme que coloca até mesmo a oscarizada Dianne Wiest em meio a sangue, efeitos visuais e piadas adolescentes.
Wiest, veterana de filmes de Woody Allen, vive Lucy, uma mulher recém-separada que abandona Nova York em companhia dos dois filhos e volta a viver na cidade litorânea onde mora seu pai. Enquanto luta para recomeçar sua vida, sendo inclusive cortejada por seu chefe, ela não percebe que seu filho mais velho Michael (Jason Patric), sentindo-se deslocado, está envolvido com a misteriosa Star (Jamie Gertz), integrante de uma esquisita gangue liderada pelo sinistro David (Kiefer Sutherland). Só quem percebe que coisas estranhas estão acontecendo é seu caçula, o nerd Sam (Corey Haim), que, com a ajuda de dois vendedores de histórias em quadrinhos - batizados como Edgar e Alan, em homenagem ao escritor Allan Poe - passa a desconfiar que um bando de vampiros anda atacando a cidade e já contaminou seu irmão. Para salvar a vida de Michael, Sam e seus dois amigos têm que descobrir, então, quem é o vampiro-chefe.
O grande lance de “Garotos perdidos”, típico produto dos anos 80 - desde o visual até a trilha sonora, que se apropria inclusive de uma canção do The Doors em uma regravação do Eccho & The Bunymen - é a sua auto-ironia. Fica claro que o roteiro nunca se leva muito a sério, mesmo em cenas bastante inspiradas, como o primeiro encontro de Michael com sua nova turma de amigos, assustadora mas bastante leve. A dupla Corey Haim e Corey Feldman funciona às mil maravilhas em momentos cômicos e os efeitos visuais e de maquiagem são bastante realistas.
“Os garotos perdidos” - título inspirado em "Peter Pan" - é o produto de uma época, e como tal merece ser visto. Quem gosta de filmes com vampiros pode se incomodar com algumas liberdades, mas no geral é um filme de terror assustador de menos e engraçado demais. Sua continuação, lançada direto em DVD há poucos anos, merece ser totalmente ignorada.
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