Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
segunda-feira
CINEMA PARADISO
CINEMA PARADISO (Nuovo Cinema Paradiso, 1988, Miramax Films, 124min) Direção e roteiro: Giuseppe Tornatore. Fotografia: Blasco Giurato. Montagem: Mario Morra. Música: Ennio Morricone. Figurino: Beatrice Bordone. Direção de arte: Andrea Crisanti. Produção: Franco Cristaldi, Giovanna Romagnoli. Elenco: Phillipe Noiret, Salvatore Cascio, Marco Leonardi, Pupella Maggio, Agnese Nano, Jacques Perrin. Estreia: 17/11/88
Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro
Vencedor do Golden Globe de Melhor Filme Estrangeiro
Enquanto “A rosa púrpura do Cairo”, de Woody Allen, era uma homenagem ao poder do cinema de deixar a vida menos dolorosa, este “Cinema Paradiso”, do italiano Giuseppe Tornatore e merecido vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, fala da sétima arte como o que ela realmente é: inspiração, arte e emoção.
E emoção é o que não falta na história contada por Tornatore, também autor do roteiro, belo, engraçado e comovente como poucos. O filme começa quando um bem-sucedido cineasta italiano (vivido por Jacques Perrin) recebe a notícia da morte de um velho amigo, do tempo em que morava em Giancaldo, um pequeno vilarejo siciliano. Sentindo-se triste e comprometido com seu passado, ele retorna a sua cidade e relembra momentos marcantes de sua vida ao lado deste amigo, Alfredo (o sempre ótimo Phillipe Noiret), que era o projecionista do único cinema de sua infância, o Cinema Paradiso.
Ainda chamado de Totó (e vivido pelo inesquecível Salvatore Cascio), quando criança o cineasta via no programa de ir ao cinema o único escape para sua vida de pobreza ao lado da mãe que esperava a volta do marido da segunda guerra. Capaz de usar o dinheiro das compras para assistir aos filmes, censurados rigidamente pelo pároco local, Totó logo faz amizade com Alfredo, que mesmo contra a vontade, o ensina os macetes da profissão. Quando um incêndio destrói o cinema, Alfredo fica cego e impossibilitado de praticar sua função. No momento em que um morador da cidade, ganhador da loteria, resolve inaugurar um novo Cinema Paradiso, sobra para o pequeno fã de filmes a responsabilidade de divertir seus conterrâneos e dessa vez sem os cortes impostos pela Igreja. Finalmente depois de anos, a população de Giancaldo vê um beijo nas telas e se apaixona por gente como Brigitte Bardot e Claudia Cardinale. Quando torna-se adolescente, Totó (na pele de Marco Leonardi) é apresentado ao primeiro amor, na figura da bela Elena.
A primeira metade de “Cinema Paradiso” é uma obra-prima, inspirada descaradamente no neo-realismo italiano, capaz de cenas enternecedoras e divertidíssimas. O ritmo cai um pouco na segunda parte, quando Totó, já um jovem adulto se apaixona e tenta conquistar sua amada, contando com a ajuda de um Alfredo cego e desiludido. Mesmo assim, Tornatore mantém a atenção, com diálogos inteligentes e sensíveis, além de contar uma história de interesse universal. A bela homenagem prestada pelo cineasta à sétima arte é de enternecer, fazendo com que "Cinema Paradiso" tenha um lugar cativo na lista dos fãs de cinema.
No entanto, nada supera os momentos finais de seu filme, quando um presente de Alfredo a seu antigo pupilo consegue emocionar qualquer pessoa com um coração. Não vale a pena contar para quem nunca assistiu (o que para fãs de cinema é imperdoável), mas ficar impassível durante os minutos derradeiros de “Cinema Paradiso”, ao som da inesquecível trilha sonora do mestre Enio Morricone é tarefa das mais difíceis.
Para quem gosta de cinema como diversão ou como obra de arte, “Cinema Paradiso” não é apenas recomendável. É obrigatório!
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2 comentários:
Há poucos dias escrevi no meu blog sobre outro filme de Tornatore chamado "Estamos Todos Bem".
Ainda preciso conferir "Cinema Paradiso".
Abraço
Amo cinema bons filmes me ajudam a levar o cotidiano,Pena que nem sempre possa assistir.Peguei suas dicas.Abrços
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