Constantemente insatisfeito com as adaptações cinematográficas feitas a partir de seu trabalho - insatisfação que incluía até mesmo sucessos como "O iluminado", de Stanley Kubrick e "Carrie, a estranha", de Brian DePalma- o escritor Stephen King resolveu tomar as rédeas de sua carreira nas telas com a adaptação de seu romance "O cemitério". Dirigido por Mary Lambert, cujo currículo apresentava como ápice o videoclipe "Like a prayer", de Madonna, "Cemitério maldito" não só foi roteirizado por King como ainda mostra o autor em uma participação especial, como um pastor. Lambert não pode ser sequer comparada com Kubrick e DePalma, mas é injusto negar que seu filme tem várias qualidades que agradaram plenamente os fãs do gênero - além de lhe dar a chance de dirigir um segundo e desnecessário capítulo, lançado alguns anos depois. Como é comum acontecer nas versões para o cinema da obra do escritor de terror mais cultuado do século XX,
A história começa quando a família do médico Louis Creed (Dale Midkiff) muda-se para uma cidadezinha do Maine para que ele comece a trabalhar em uma faculdade local. Logo que chegam eles conhecem e fazem amizade com um velho vizinho, o misterioso Jud (Fred Gwyne) e descobrem que atrás de sua propriedade existe um cemitério de animais. Depois que o gato de sua filha pequena morre, Louis fica sabendo que existe também um cemitério indígena, de onde os mortos podem voltar à vida, ainda que transformados pela experiência da morte. Quando uma tragédia se abate sobre a família, com a morte do pequeno Gage, atropelado por um caminhão, o médico toma uma decisão radical para trazer seu filho de volta à vida.
Prejudicado pela falta de empatia do casal central - péssimos atores sem nenhum carisma -, o filme, que tem o visual datado como qualquer produto dos anos 80, peca também por não desenvolver a contento todas as possibilidades da interessante premissa inicial. A discussão sobre vida e morte, que poderia tranqüilamente ser inserida de maneira inteligente e até comovente é passada a largo por um roteiro que prefere deter-se em sustos fáceis (alguns funcionam muito bem, outros nem tanto). O terço final do filme, depois da ressurreição de Gage, por exemplo, é de um superficialismo constrangedor, que enfraquece o conjunto e leva a um desfecho que, ao invés de ser angustiante chega a ser risível.
Nem tudo está perdido, no entanto. Em muitos momentos Lambert consegue transmitir tensão e suspense, o que se espera de um filme do gênero. Fred Gwyne, da série “Família Monstro” tem o visual apropriado a sua misteriosa personagem e os flashbacks que pontuam a trama, ao invés de atrapalhar o ritmo, como normalmente acontece, tornam a história ainda mais interessante (a subtrama que fala sobre a falecida irmã da protagonista, vítima de meningite espinhal é apavorante, por exemplo). Mas é difícil para os espectadores não exatamente apaixonados pelo gênero se envolver a contento com a trama, principalmente por causa do elenco fraquíssimo.
No final das contas, "Cemitério maldito" cumpre o que promete aos fãs, ainda que com uma superficialidade que pode incomodar quem procura algo mais. E para quem gosta de música pesada os créditos finais ainda têm uma surpresa: o hit “Pet sematary”, composto especialmente para o filme pelo grupo Ramones.
Um comentário:
Finalmente eu posso dizer:
-Eu já vi esse filme!
hahaha!
Sinceramente...achei mto fraquinho, não me assustou nem um pouco e ainda consegui prever várias cenas...MAS,para não dizer que nada se salva, a música dos Ramones é uma das minhas favoritas!
beijao!
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