TITANIC (Titanic, 1997, 20th Century Fox/Paramount Pictures/Lighstorm Entertainment, 194min) Direção e roteiro: James Cameron. Fotografia: Russell Carpenter. Montagem: James Cameron, Richard A. Harris, Conrad Buff. Música: James Horner. Figurino: Deborah L. Scott. Direção de arte/cenários: Peter Lamont/Michael Ford. Produção executiva: Rae Sanchini. Produção: James Cameron, Jon Landau. Elenco: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Kathy Bates, Billy Zane, Gloria Stuart, Bill Paxton, Frances Fisher, Suzy Amis, Victor Garber. Estreia: 14/12/97
14 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Diretor (James Cameron), Atriz (Kate Winslet), Atriz Coadjuvante (Gloria Stuart), Fotografia, Montagem, Trilha Sonora Original/Drama, Canção Original ("My heart will go on"), Figurino, Direção de arte/cenários, Efeitos Visuais, Maquiagem, Som, Efeitos Sonoros
Vencedor de 11 Oscar: Melhor Filme, Diretor (James Cameron), Fotografia, Montagem, Trilha Sonora Original/Drama, Canção Original ("My heart will go on"), Figurino, Direção de arte/cenários, Efeitos Visuais, Som, Efeitos Sonoros
Vencedor de 4 Golden Globes: Melhor Filme/Drama, Diretor (James Cameron), Trilha Sonora Original, Canção Original ("My heart will go on")
Impossível falar em "Titanic" e não afogar-se em números, com o perdão do infame trocadilho. O mais caro filme da história (ao custo de cerca de 200 milhões de dólares), o mais rentável (quase 2 bilhões arrecadados pelo mundo), o recordista em indicações ao Oscar (14, empatado com "A malvada"), o recordista em estatuetas (11, ao lado de "Ben-hur" e "O retorno do rei")... Números e recordes à parte, no entanto, a obra-prima de James Cameron também é, necessário reconhecer, uma das provas de tudo que Hollywood pode oferecer em termos de entretenimento de qualidade. Pode-se falar mal à vontade, mas a história de amor entre o pobretão Jack Dawson e a socialite falida Rose DeWitt Butaker mexe com o coração dos mais sensíveis e o trágico naufrágio oferece adrenalina suficiente aos fãs de filmes de ação. E é justamente esse equilíbrio entre o romance e a catástrofe o ingrediente secreto que transformou o filme de Cameron em fenômeno.
À luz da distância é fácil falar mal de "Titanic". Muitos críticos torcem o nariz para o que consideram uma historinha de amor e tragédia realizada com assustadora competência técnica mas vazia de conteúdo emocional (como se a morte de centenas de pessoas não fosse dramático o bastante). É lógico que, para aqueles que procuram dramas com psicologismos complexos, "Titanic" é absurdamente frívolo, quase banal. Porém, para aqueles que, como a maioria esmagadora dos frequentadores de cinema, procura apenas uma boa história contada de maneira impecável, o romance narrado por Cameron (demonstrando-se um diretor sensível que petardos de ação como os primeiros "O exterminador do futuro" pouco deixavam à mostra) é uma obra-prima absoluta, capaz de emocionar e impressionar em medidas idênticas.
Para quem não sabe - ou seja, para quem voltou à Terra de algum outro planeta - o filme conta a história de amor entre Jack Dawson (Leonardo DiCaprio, em uma atuação carismática) e Rose De Witt Buttaker (Kate Winslet, linda e convincente). Ele é um artista que vive um dia da cada vez, ela uma socialite em vias de entrar em um casamento por conveniência. Eles se conhecem a bordo do Titanic, o maior transatlântico do mundo, em sua viagem inaugural. Enquanto vivem um romance de sonhos - ainda que ameaçado pela diferença social e pelo noivo violento de Rose - eles nem imaginam que o inafundável navio está prestes a morrer no fundo do mar. Ao esbarrar em um iceberg, o Titanic naufraga inexoravelmente, fazendo centenas de vítimas (a maior parte nas classes menos favorecidas). Mais do que proteger seu amor, portanto, Jack e Rose lutam pela própria sobrevivência, testemunhando uma das maiores catástrofes da história.
James Cameron foi de extrema inteligência ao contar sua história da maneira mais simples possível, com uma linguagem que atinge a todo tipo de plateia, independente de classe social ou cultural. A simplicidade do roteiro também dá espaço ao que realmente chama a atenção em "Titanic": a sua supremacia absoluta em termos técnicos e visuais. É difícil ficar indiferente aos efeitos especiais concebidos pelo diretor - que já os havia revolucionado com "O segredo do abismo" e "O exterminador do futuro 2" - e pela grandiosidade do projeto em si. A fotografia exuberante, a reconstituição de época detalhista e o som impecável ficam menores quando assistidos sem o clima de uma sala de cinema (problemas que Blu-ray e TVS de alta definição estão resolvendo maravilhosamente), mas é inegável que tudo no filme é feito para impressionar, para deixar de queixo caído até o mais assíduo cinéfilo. E, convenhamos, o faz com perfeição.
Também é preciso aplaudir o senso de ritmo do cineasta e roteirista. Mesmo que "Titanic" utilize mais de três horas para contar sua história, em nenhum momento torna-se monótono ou cansativo. Logicamente sua primeira parte é mais lenta, ao apresentar as personagens e estabelecer o tom romântico da narrativa - e é nessa primeira hora que DiCaprio e Kate Winslet brilham com suas inspiradas atuações. Quando o naufrágio assume a protagonização, na segunda metade da projeção, o público já está apaixonado por Jack e Rose e embarca sem medo em sua aventura rumo a uma tragédia de proporções gigantescas. E, se deixar a racionalidade de lado, provavelmente irá se emocionar às lágrimas com seu desfecho.
"Titanic" é um clássico de nascimento. Poucas vezes o cinema americano conseguiu unir com tanto talento uma narrativa clássica, uma história real, personagens carismáticos e uma técnica tão brilhante. Falar sobre seu efeito junto à cultura mundial e analisar friamente suas qualidades e defeitos (que existem, é claro) não interfere em absoluto em sua importância na história da sétima arte. É um filme de cabeceira para românticos inveterados.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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10 comentários:
Sempre será eterno pra mim. Pode passar mil anos, esse filme ainda tem forte impacto.
Inesquecível!
Kate Winslet merecia o Oscar aqui e DiCaprio uma indicação, no minimo!
abs
Os críticos reclamam de Titanic de forma exagerada. Particularmente analiso o filme por seu objetivo final.
No caso do Titanic a idéia era emocionar e sensibilizar o grande público através de uma tragédia romântica, que mesmo todos sabendo o final, não conseguem ficar insensíveis a essa boa história de amor.
Eu gosto e os críticos que relaxem um pouco.
A história de Titanic é uma receita clássica e conquistou platéias do mundo todo.
Mas olhando para a filmografia de James Cameron, não consigo me tornar fã do cara.
É um filmaço que mistura drama, ação, aventura e tragédia num roteiro bem bolado e com sequências magníficas.
James Cameron tem uma carreira fantástica, apesar dos poucos longas e "Titanic" é sua obra-prima.
Abraço
Realmente é de impacto...
Pô, é só ver aquele "titanic" enorme!
Choro até hoje com esse filme. Eterno mesmo!
http://cinelupinha.blogspot.com/
Como você bem disse: Titanic já nasceu sendo um clássico!
É um filme muit bom e que emociona, ainda mais se vc pensar que foi algo que realmente aconteceu, e a "importância" dada às vidas dos menos favorecidos.
blogtvmovies.blogspot.com
O filme com o maior número de cliches que eu amo!
http://filme-do-dia.blogspot.com/
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