FALCÃO NEGRO EM PARIS (Black Hawk down, 2001, Jerry Bruckheimer Studios, 144min) Direção: Ridley Scott. Roteiro: Ken Nolan, livro de Mark Bowden. Fotografia: Slawomir Idziak. Montagem: Pietro Scalia. Música: Hans Zimmer. Figurino: David Murphy, Sammy Howarth-Sheldon. Direção de arte/cenários: Arthur Max/Eli Griff. Produção executiva: Branko Lustig, Chad Oman, Mike Stenson, Simon West. Produção: Jerry Bruckheimer, Ridley Scott. Elenco: Josh Hartnett, Ewan McGregor, Tom Sizemore, Eric Bana, William Fichtner, Ewen Bremner, Sam Shepard, Ron Eldard, Ioan Gruffud, Thomas Guiry, Jason Isaacs, Zeljo Ivanek, Orlando Bloom, Tom Hardy. Estreia: 28/12/01
4 indicações ao Oscar: Diretor (Ridley Scott), Fotografia, Montagem, Som
Vencedor de 2 Oscar: Montagem, Som
Depois de perder um Oscar quase certo pela direção de "Gladiador" - que levou pra casa os prêmios de Melhor Filme e Ator (Russell Crowe) - o cineasta inglês Ridley Scott embarcou numa canoa furada que parecia auspiciosa, a continuação de "O silêncio dos inocentes" chamada simplesmente "Hannibal". Apesar do sucesso comercial, porém, a crítica não gostou nem um pouco da sequência (e estava coberta de razão, uma vez que o filme é tenebroso na pior acepção do termo) e o homem que havia legado ao mundo filmes do porte de "Alien, o oitavo passageiro", "Blade Runner, o caçador de andróides" e "Thelma & Louise" estava em um perigoso momento da carreira (ainda que não pudesse reclamar da bilheteria de seus filmes). Foi então que mais uma vez surpreendeu os fãs com um imponente, violento e realista filme de guerra baseado em fatos reais. "Falcão negro em perigo" não apenas lhe devolveu elogios e uma bela carreira financeira, mas também lhe deu uma merecida indicação ao Oscar de direção.
Filmado no Marrocos (que faz o papel de Mogadishu, Somália), "Falcão negro em perigo" é um filme caro, produzido por Jerry Bruckheimer, que leu o livro escrito pelo jornalista Mark Bowden antes de sua publicação e adquiriu os direitos imediatamente. Dirigido com realismo e crueza por Scott, é também uma obra que não faz muitas concessões ao comercial, apresentando sequências dolorosas e chocantes e fugindo do tradicional final feliz. "Falcão negro em perigo" não é um filme de Oliver Stone, portanto não há sentimentalismo no roteiro de Ken Nolan, que faz o possível para reduzir 18 horas de combate em palatáveis 144 minutos de duração - e cerca de 100 personagens em aceitáveis 39, vividos por um elenco excelente onde não há protagonistas, ainda que alguns nomes não precisem fazer muito esforço para se destacar.
O principal destaque do elenco de "Falcão negro em perigo" é o australiano Eric Bana, fazendo sua estreia em Hollywood. Recomendado a Scott por Russell Crowe, Bana consegue chamar a atenção da plateia sempre que entra em cena, mesmo que sua personagem não seja exatamente protagonista. Seu carisma esmaga Josh Hartnett (cujo rosto estampa o cartaz, provavelmente na expectativa de chamar a atenção do público feminino) a tal ponto que seu trabalho lhe rendeu convites para protagonizar o "Hulk" de Ang Lee e antagonizar Brad Pitt em "Tróia" (onde mais uma vez roubou a cena com uma personagem e uma atuação muito mais interessantes do que o galã máximo da América). Mas não é apenas o nome de Bana que enfeita os créditos de "Falcão negro em perigo". A seu lado estão nomes fortes como Ewan McGregor, Tom Sizemore, Sam Shepard e Orlando Bloom (além dos ainda pouco conhecidos Ioan Gruffud, Tom Hardy, Jeremy Piven e Hugh Dancy), todos envolvidos em uma trama tão empolgante e tensa que é difícil de crer que realmente tenha acontecido.
Tudo acontece no dia 03 de outubro de 1993, em Mogadishu, na Somália dominada pelo ditador Mohammed Farah Aidid. Um grupo de soldados americanos comandado pelo Major William Garrison (Sam Shepard) é escalado para fazer de reféns dois homens de confiança do ditador, em uma missão que a princípio levaria apenas uma hora. Quando um dos aviões americanos - um Falcão Negro - é abatido, porém, as coisas se complicam e quase 24 horas se passam até que os soldados sejam resgatados das mãos da milícia somali.
É difícil resumir tudo que acontece em "Falcão negro em perigo". O roteiro eletrizante de Nolan, somado à direção inspirada de Scott - chamado pelo elenco de "maestro do caos" durante as filmagens - e à equipe técnica impecável (justamente premiada com os Oscar de edição e som) fazem dele um programa obrigatório aos aficcionados do gênero e àqueles que sabem reconhecer bom cinema.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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