A tela ainda está negra quando se ouve a primeira frase "Eu acredito na América!". Assim começa "O poderoso chefão", provavelmente o melhor (ou melhores, se considerarmos a trilogia) filme de gângster da história do cinema. A sequência inicial já diz tudo sobre a personagem-título, o padrinho Don Corleone, interpretado magistralmente por um Marlon Brando envelhecido e em vias de ganhar seu segundo Oscar. Até que finalmente sua figura apareça para o público - que até então o via apenas de costas - segurando um gatinho, todo mundo já percebeu sua importância, sua influência e seu poder, através do clima, da fotografia noir de Gordon Willis e das reações das demais personagens que o rodeiam. Até que Don Vito Corleone saia de seu escritório para finalmente juntar-se aos convidados da festa de casamento de sua filha Connie passaram-se alguns dos mais importantes minutos iniciais da história do cinema. E só não escolho sua sequência final também - quando Kay percebe que seu marido Michael está assumindo o lugar do pai - porque seria injusto com tantas outras inesquecíveis. Mas Coppola é mestre!!
Acabar um filme é uma arte! Encerrar uma história de forma marcante não é apenas importante, é essencial! E mais uma vez escolher apenas uma sequência final é uma escolha de Sofia. Dentre centenas de momentos cruciais, portanto, não há quem resista ao charme vintage e romântico de um dos triângulos amorosos mais fascinantes da história. Atire a primeira pedra quem nunca derramou uma lágrima que seja quando Ingrid Bergman - na pele de Ilsa - se vê dividida, em pleno aeroporto, entre fugir do Marrocos com o marido, líder da resistência contra os nazistas (vivido por Paul Henreid) ou ficar com o amor de sua vida, o charmoso Rick Blaine (Humphrey Bogart em papel icônico). O filme, claro, é "Casablanca", e o final todo mundo conhece (ainda que poucos se conformem com ele). E os roteiristas - premiados com um justíssimo Oscar - ainda encontram tempo de acabar o filme com um diálogo de aplaudir de pé. Isso sim é que é romance!
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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Um comentário:
Sabe que não sou muito fã de Casablanca, né? Mas essa cena final é realmente demais!
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