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quarta-feira
GREASE - NOS TEMPOS DA BRILHANTINA
GREASE, NOS TEMPOS DA BRILHANTINA (Grease, 1978, Paramount Pictures, 110min) Direção: Randal Kleiser. Roteiro: Bronté Woodard, adaptado por Allan Carr do musical de Jim Jacobs e Warren Casey. Fotografia: Bill Butler. Montagem: John F. Burnett. Figurino: Albert Wolsky. Direção de arte/cenários: Phil Jefferies/James Berkey. Casting: Joel Thurm. Produção: Allan Carr, Robert Stigwood. Elenco: John Travolta, Olivia Newton-John, Stockard Channing, Jeff Conaway, Barry Pearl, Didi Conn. Estreia: 16/6/78
Indicado ao Oscar de Melhor Canção ("Hopelessly devoted to you")
Nada como um sucesso atrás do outro... Clássico absoluto entre os musicais dos anos 70, “Grease, nos tempos da brilhantina” foi um dos responsáveis, ao lado de “Embalos de sábado à noite”, de transformar John Travolta em símbolo sexual graças a seu gingado de bailarino. Ao contrário de “Embalos”, no entanto, que tinha a cara de sua época, esta adaptação de um musical da Broadway de autoria de Jim Jacobs e Warren Casey, recorre aos dourados anos 50 para contar uma história de amor açucarada e sem pretensões outras a não ser divertir a plateia durante suas quase duas horas de duração. "Grease" é uma deliciosa sessão da tarde, para ser assistida de preferência com um balde de pipoca, refrigerante no copo e o barulhinho de uma tarde de domingo chuvosa.
A trama se passa em 1959, em uma escola secundarista da Califórnia. Travolta vive Danny Zucko, um playboyzinho que vive cercado de seus amigos metidos a galãs. Sua imagem de conquistador sofre um abalo quando ele reencontra a bela Sandy (Olívia Newton-John, linda e graciosa), uma jovem australiana que ele havia conhecido nas férias e que passa a estudar em sua escola. Cada um deles conta uma versão diferente de sua história de amor e isso dificulta sua relação, principalmente quando a invejosa e liberal Rizzo (Stockard Channing) se intromete entre eles, tentando reconquistar Danny, com quem teve um relacionamento breve.
É inegável que a química entre Travolta e Newton-John é a peça-chave do sucesso do filme, que rendeu milhões nos cinemas pelo mundo afora, mas a trilha sonora, repleta de canções agradáveis e conhecidas também tem seu papel no formidável desempenho do filme do irregular Randal Kleiser. As ritmadas “Summer nights” e “You’re the one that I want”, por exemplo, sobrevivem tranquilamente sem as imagens, assim como as belas “Hopelessly devoted to you” (indicada ao Globo de Ouro) e “There are worst things I could do”, que longe de serem apenas músicas para preencher o tempo, são trabalhos pop de qualidade inegável e que, em conjunto com a caprichada reconstituição de época, fazem de “Grease” um simpático passatempo, quase alienado e por isso mesmo tão fácil de se gostar.
Não há, em "Grease", nenhuma intenção de falar de assuntos sérios ou levantar qualquer tipo de polêmica: até mesmo quando surge uma certa discussão sobre a maneira com que as mulheres eram vistas na época, ela aparece envolta em um bom-humor que logo lhe impede de buscar maiores profundidades. E apesar de algumas feministas terem subido nas tamancas devido ao final do filme - quando Sandy muda de personalidade para conquistar Danny - elas não lembram de que ele também tentou mudar para seduzí-la, envolvendo-se com esportes, em uma sequência bastante engraçada.
No final das contas, "Grease" é um divertido espetáculo feito para encantar os olhos e os ouvidos. E como tal atinge seus objetivos sem muito esforço.
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