sexta-feira

VIDA BANDIDA

VIDA BANDIDA (Bandits, 2001, MGM Pictures, 123min) Direção: Barry Levinson. Roteiro: Harley Peyton. Fotografia: Dante Spinotti. Montagem: Stu Linder. Música: Christopher Young. Figurino: Gloria Gresham. Direção de arte/cenários: Victor Kempster/Merideth Boswell. Produção executiva: Patrick McCormick, Harley Peyton, David Willis. Produção: Ashok Amritraj, Michele Berk, Michael Birnbaum, David Hoberman, Barry Levinson, Arnold Rifkin, Paula Weinstein. Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Cate Blanchett, Troy Garity, January Jones. Estreia: 12/10/01

Parece mentira que Barry Levinson, o sério diretor premiado com o Oscar pelo dramalhão "Rain Man" e indicado novamente ao prêmio pelo ambicioso "Bugsy" seja o diretor de "Vida bandida", uma divertida e despretensiosa comédia romântica de ação. Contando com um roteiro esperto e um elenco de sonhos, o filme remete a famosos títulos sobre golpes e assaltos que tanto sucesso fizeram nos anos 60 e 70, como "Butch Cassidy" e "Golpe de mestre", ambos estrelados por Robert Redford e Paul Newman. Aqui, Bruce Willis e Billy Bob Thornton (mais à vontade do que nunca) é que são os protagonistas, dois amigos e comparsas que se veem às voltas com o desejo e o amor atrapalhando (ou nem tanto assim) sua lealdade.

Foragidos de uma penitenciária, os amigos Joe Blake (Bruce Willis) e Terry Lee Collins (Billy Bob Thornton) passam a ser conhecidos como os "Criminosos que passam a noite", em referência à sua tática sui generis de assaltarem os bancos escolhidos: eles passam a noite na casa do gerente e só na manhã seguinte cometem os roubos. Seu trio, completo com Harvey (Troy Garity, filho de Jane Fonda na vida real), primo de Joe que sonha ser dublê em Hollywood vira quarteto quando entra em cena a dona-de-casa entediada Kate Wheeler (Cate Blanchett, linda), que, depois de atropelar Terry, se envolve romanticamente com os dois cúmplices. A harmonia do grupo ameça ruir quando Joe surge com a ideia de - clichê máximo do gênero - um último golpe, que os levará a seu tão sonhado hotel no México.



A edição ágil - com idas e vindas no tempo - o final abertamente contraventor (que pode possivelmente incomodar as feministas mais ferrenhas), o roteiro enxuto e principalmente a trilha sonora composta de clássicos contemporâneos como "Beautiful day", da banda U2, fazem de "Vida bandida" uma obra que nada contra a maré dos filmes de ação, ao privilegiar os diálogos em detrimento da adrenalina e dar mais valor às personagens do que a cenas de perseguição ou tiroteios ocos. Na verdade, é uma diversão compromissada, que tem em seu elenco o atrativo maior. Enquanto Bruce Willis desfila seu habitual charme cool, é Billy Bob Thornton (ainda casado com Angelina Jolie à época das filmagens) que mais chama a atenção da plateia, talvez em parte devido aos engraçados diálogos reservados à sua personagem hipocondríaca e um tanto quanto maníaco-obsessiva (manias essas que o aproximam da enloquecida personagem de Blanchett, fugindo dos papéis dramáticos a que estava confinada desde que tornou-se estrela, com o filme "Elizabeth").

Ainda que se estenda mais do que o necessário - uns bons quinze minutos a menos fariam muita diferença a favor - "Vida bandida" é uma delícia. Afinal de contas, não há como não simpatizar imediatamente com um filme que conta com dois hinos de Bonnie Tyler - "Total eclipse of the heart" e "Holding out for a hero" - sendo dublados por Cate Blanchett.

2 comentários:

renatocinema disse...

Não sei o motivo, talvez, pré-conceito. Mas, a verdade é que nunca me senti atraído pelo filme.

Li boas críticas, ruins. Mas, nunca me conquistou para uma visita.

Cristiano Contreiras disse...

Gosto muito deste, o elenco está em plena sintonia, inclusive o habitual chato Bob Thorton! abraço

JADE

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