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SYRIANA

SYRIANA, A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO (Syriana, 2005, Warner Bros, 128min) Direção: Stephen Gaghan. Roteiro: Stephen Gaghan, livro "See no evil", de Robert Baer. Fotografia: Robert Elswit. Montagem: Tim Squyres. Música: Alexandre Desplat. Figurino: Louise Frogley. Direção de arte/cenários: Dan Weil. Produção executiva: George Clooney, Ben Cosgrove, Jeff Skoll, Steven Soderbergh. Produção: Jennifer Fox, Georgia Kacandes, Michael Nozik. Elenco: George Clooney, Matt Damon, Jeffrey Wright, Christopher Plummer, Chris Cooper, Amanda Peet, William Hurt. Estreia: 23/11/05

2 indicações ao Oscar: Ator Coadjuvante (George Clooney), Roteiro Original
Vencedor do Oscar de Ator Coadjuvante (George Clooney)
Vencedor do Golden Globe de Ator Coadjuvante (George Clooney)

O ano de 2005 foi particularmente feliz para a carreira de George Clooney: o ator,  revelado como o sedutor doutor Ross na série "Plantão médico" não apenas deixou pra trás a imagem de galã como tornou-se ainda mais respeitado pela indústria e pela crítica, lançando seu segundo filme como cineasta - o ótimo "Boa noite, e boa sorte", que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de diretor - e faturando a estatueta de ator coadjuvante por seu papel no polêmico "Syriana". Dirigido por Stephen Gaghan (roteirista oscarizado por "Traffic"), Clooney abdicou da vaidade e aceitou um papel secundário (ainda que essencial) em um projeto complexo, de importância política e pouco comercial. O resultado final, mesmo que não tenha sido tão explosivo quanto poderia, serviu ao menos para provar seu bom gosto na hora de escolher seus trabalhos: "Syriana" é um filme muito mais importante do que a grande maioria das produções hollywoodianas de sua época.

 Dono de um roteiro bastante complexo - adaptado de um livro de Robert Baer, mas inexplicavelmente indicado ao Oscar como original - que conta várias histórias simultaneamente para ligá-las no ato final, "Syriana" não atinge o mesmo nível de "Traffic" especialmente por tratar de um assunto que exige muito mais conhecimento prévio do público. Mesmo assim, é difícil ficar incólume à forma ágil com que a edição de Tim Squyres joga suas tramas ao público, equilibrando intrigas palacianas no governo árabe com problemas familiares e um intrigante suspense policial que joga Bob Barnes (George Clooney mais gordo especialmente para o papel), agente da CIA, em uma perigosa teia de interesses escusos da qual faz parte inclusive o governo americano - daí a polêmica envolvendo o filme, lançado em um período em que as relações entre EUA e Oriente Médio estavam mais uma vez bastante estremecidas.

 

"Syriana" não se concentra em nenhuma trama específica em seus dois terços iniciais, apresentando suas personagens de maneira quase didática. É assim que somos apresentados a Bob Barnes - em crise com sua ex-mulher e seu filho adolescente e que se descobre descartado pelos colegas da CIA justo em um momento crucial de sua carreira -, ao analista de mercado de petróleo Bryan Woodman (Matt Damon) - que vê sua família desmoronar depois de uma tragedia que lhe faz prescrutar com outros olhos o ambiente em que vive -, ao xeique Nasir Al-Subaai (Alexander Siddig) - cujas ideias reformistas não exatamente agradam os americanos -, ao advogado Dean Whiting (Christopher Plummer) - envolvido na fusão de indústrias petrolíferas - e a um jovem muçulmano que vê no terrorismo islâmico a chance de se tornar importante a seu país. Depois que todos eles são apresentados, Gaghan parte para a partida, ligando-os de maneira sutil mas orgânica, mostrando - como fez com sucesso em "Traffic" - que um pequeno ato pode atingir inúmeras vidas (e países).

Mesmo que muitas vezes confunda o espectador com tantos nomes e personagens - nem todos interessantes, mas todos suficientemente bem desenvolvidos pelo roteiro - "Syriana" é admirável porque trata de um assunto relevante de forma quase completamente acessível. Mas, ao mesmo tempo que tenta transmitir suas ideias esbarra na inexperiência de seu diretor, que não tem o domínio da narrativa que seria imprescindível em tal situação. Ainda assim, é forte e politicamente imperdível.

Um comentário:

Anônimo disse...

Baixar o Filme - Syriana - A Indústria do Petróleo - O capitalismo não existe sem desperdício. E devemos agradecer isso aos EUA - http://mcaf.ee/812jo

JADE

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