sexta-feira

NOSSO AMOR DE ONTEM


NOSSO AMOR DE ONTEM (The way we were, 1973, Columbia Pictures, 118min) Direção: Sydney Pollack. Roteiro: Arthur Laurents. Fotografia: Harry Stradling Jr. Montagem: John F. Burnett. Música: Marvin Hamlisch. Figurino: Dorothy Jeakins, Moss Mabry. Direção de arte/cenários: Stephen Grimes/William Kiernan. Produção: Ray Stark. Elenco: Barbra Streisand, Robert Redford, Lois Chiles, Bradford Dilman, Viveca Lindfords,Murray Hamilton, James Woods. Estreia: 17/10/73

6 indicações ao Oscar: Atriz (Barbra Streisand), Fotografia, Trilha Sonora Original, Canção Original ("The way we were"), Figurino, Direção de arte
Vencedor de 2 Oscar: Trilha Sonora Original e Canção Original ("The way we were")
Vencedor do Golden Globe de Melhor Canção Original ("The way we were")


Em um dos melhores episódios da saudosa série "Sex and the city", Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) relembra, ao lado das amigas, a cena final do filme "Nosso amor de ontem", identificando-se com sua protagonista e seu malfadado romance. No filme "Somente elas", de Herbert Ross, a sensível personagem de Mary-Louise Parker, também apaixonada pela história de amor contada na obra de Sydney Pollack meio que obriga sua nova amiga (vivida por Whoopi Goldberg) a assistí-la, dizendo tratar-se de uma de suas preferidas. Afinal, o que esse filme tem que conquista tanto o público, especialmente aquele formado por mulheres?

Não há dúvidas que o romantismo desbragado do roteiro de Arthur Laurents é o ponto principal do amor da audiência feminina a ele. Mas, espertamente, Laurents temperou sua história de amor relativamente banal com elementos políticos e ideológicos que o retirou gloriosamente da vala comum do gênero. Mesmo que para o público médio e não-americano muitas das referências sócio-políticas da trama passem quase batidas, a história de amor entre os protagonistas ainda soa verdadeira, graças principalmente à química entre seus atores, Barbra Streisand e Robert Redford.


Quando o filme começa, Kate Morosky (Streisand) trabalha em uma rádio e reencontra um antigo colega de escola, Hubbell Gardiner (Redford), que alistou-se na Marinha e a quem não via há anos. A paixão que sempre sentiu por ele volta com toda força e eles acabam iniciando um romance. No entanto, suas diferenças ideológicas também se fazem notar: comunista desde sempre, Kate não compreende o jeito despreocupado de Hubbell, um rapaz bonito, de alta classe e pra quem sempre as coisas aconteceram de maneira fácil. Quando eles se mudam para a Califórnia - onde ele vai tentar adaptar seu livro para o cinema - as coisas ficam ainda mais complicadas. A "caça às bruxas" do senador Joseph McCarthy contra o comunismo os coloca em lados opostos, ameaçando seu relacionamento.

Apesar de colocar suas personagens em meio a furacões políticos - a ascensão do comunismo, a ameaça do nazismo, a caçada provocada por McCarthy - Laurents e o diretor Sydney Pollack não tentam se aprofundar nas questões levantadas pela trama. Mesmo que alguns diálogos toquem diretamente no ponto (em especial a última discussão do casal, em um restaurante vazio), a superficialidade do roteiro chega quase a transformar Kate em uma mulher mais apaixonada pelas causas que defende do que pelo homem que ama. Em inúmeros momentos é mais fácil entender o lado de Hubbell - que pretende levar sua vida e sua carreira sem envolver-se em problemas universais - do que identificar-se com Kate, mesmo que a atuação de Streisand seja passional e crível. Mesmo que se possa acreditar no amor entre os protagonistas é visível, desde suas primeiras cenas, que eles combinam tanto quanto Fidel Castro e Hitler.

No geral "Nosso amor de ontem" funciona. A belíssima trilha sonora de Marvin Hamlisch (vencedora do Oscar, assim como a canção-título gravada por Streisand) contribui para o clima da história contada, assim como a caprichada reconstituição de época e o elenco bem escalado (Redford, no auge da beleza e do carisma, quase perdeu o papel para Ryan O'Neal devido a sua demora em comprometer-se com o projeto). Mas sua perenidade junto às fãs mais sensíveis provavelmente deve-se ao fato de ter um final menos feliz do que o corriqueiro. É um filme que merece ser conhecido, mas que não encanta tanto quanto promete.

3 comentários:

Jenifer Torres disse...

Grande lembrança!
http://dicaselistas.blogspot.com

Marcos Elenildo Ferreira disse...

NÃO TEM FILME !!

Clenio disse...

Marcos, não entendi seu comentário. Talvez você procurasse um link de download, mas não é o caso, aqui são apenas comentários. Abraços.

JADE

  JADE (Jade, 1995, Paramount Pictures, 95min) Direção: William Friedkin. Roteiro: Joe Eszterhas. Fotografia: Andrzej Bartkowiak. Montagem...