UMA LINDA MULHER (Pretty woman, 1990, Touchstone Pictures, 125min) Direção: Garry Marshall. Roteiro: J.F. Lawton. Fotografia: Charles Minsky. Montagem: Priscilla Nedd. Música: James Newton Howard. Figurino: Marilyn Vance. Direção de arte/cenários: Albert Brenner/Garrett Lewis. Casting: Dianne Crittenden. Produção executiva: Laura Ziskin. Produção: Arnon Milchan, Steven Reuther. Elenco: Richard Gere, Julia Roberts, Jason Alexander, Laura San Giacomo, Hector Elizondo, Ralph Bellamy. Estreia: 23/3/90
Indicado ao Oscar de Atriz (Julia Roberts)
Vencedor do Golden Globe de Melhor Atriz/Comédia ou Musical (Julia Roberts)
Alguns filmes tem a sorte de ser feitos na hora certa, com o elenco certo e do jeito certo. "Uma linda mulher", uma das comédias românticas mais bem-sucedidas da história pode ser considerado como um deles. Escrito primeiramente como uma sombria comédia sobre o triste mundo da prostituição, o roteiro de J.F. Lawton transformou-se em uma história de amor que é, até hoje, um dos maiores sonhos de consumo do público feminino. Ao transportar a história de Cinderela para o Hollywood Boulevard, "Uma linda mulher" não apenas ganhou em bom humor, glamour e alto-astral, mas também revelou ao mundo aquela que se tornaria a atriz mais bem paga das décadas seguintes e uma das mais duradouras estrelas na voraz fogueira das vaidades que é o mundo do cinema: Julia Roberts.
Dando continuidade à mais bem-sucedida fase de sua carreira - que iniciou-se como símbolo sexual no final dos anos 70 e passou por um ostracismo duradouro que começou a ir embora com o sucesso comercial do policial "Justiça cega" - Richard Gere vive, em "Uma linda mulher", aquele que talvez seja sua personagem mais marcante, o empresário Edward Lewis, um multimilionário incapaz de demonstrar sentimentos, mas que é um expert na hora de comprar empresas em dificuldades financeiras e depois vendê-las em partes. Viajando a Los Angeles a negócios, Lewis acaba se perdendo nas ruas da cidade e, ao solicitar informações, conhece a bela prostituta Vivian Ward (Julia Roberts). Um tanto encantado com os modos vibrantes e autênticos da moçoila, ele faz a ela uma proposta irrecusável; ser sua acompanhante durante a semana em que ele será obrigado a permanecer na cidade, comparecendo com ele a eventos sociais - e o que é ainda melhor, com direito a ficar com todas as roupas compradas para isso, além de polpudos três mil dólares. Frequentando restaurantes sofisticados, indo à ópera e vivendo uma vida de princesa - em contraste com a violência e as necessidades financeiras com que estava acostumada - não demora para que Vivian se apaixone por Edward, mesmo tendo plena convicção da impossibilidade de seu romance.
Um sucesso tanto ensurdecedor quanto surpreendente à época de seu lançamento, "Uma linda mulher" acabou tornando-se cult por excelência. Adorado pela parcela de público que prefere diversão inofensiva à elocubrações filosóficas dentro de uma sala de cinema, o filme de Garry Marshall é um conjunto de qualidades certeiras para o êxito de um exemplar do gênero. A química entre o casal central é espetacular (ainda que sua reunião no apenas razoável "Noiva em fuga", dez anos depois, não tenha repetido o mesmo frisson), a trilha sonora é uma delícia - com resgate inclusive da ótima canção-título de Roy Orbison -, as piadas são engraçadas na medida certa, o romance - apesar de tudo - é verossímil e, por que negar?, até mesmo o tom um tanto fútil - precursor da série "Sex and the city" - funciona às mil maravilhas. Então por que tanta gente adora falar mal de Uma linda mulher?
Críticos pretensamente sérios não se permitem gostar de "Uma linda mulher". O acusam de ser vazio, de ser apenas mais uma comédia romântica igual a dezenas de outras e, quando não tem mais argumentos, até mesmo repudiam sua ideologia - sim, há quem acuse o final feliz de Vivian Ward de ser responsável por jogar meninas de família nas calçadas... É sério!!! Mas "Uma linda mulher" é uma divertida história de amor, capaz de alegrar qualquer tarde chuvosa, com um balde de pipocas e uma garrafa de Coca-cola em mãos - ou champagne e morangos, se você tiver sorte...
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
quinta-feira
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4 comentários:
Ah, um filme mesmo inesquecível e atemporal ... Com certeza, o melhor de Julia Roberts!
Apesar de ter sido reprisado a exaustão na tv aberta e fechada, o filme não deixa de ser uma deliciosa comédia romântica, bem acima da maioria das produções atuais do gênero.
O casal principal tem uma química sensacional e Julia Roberts estava no auge da beleza.
Abraço
Esse filme é daquele tipo que vemos mil vezes, mas nunca nos cansamos dele! Adoro!
Nunca me canso de ver este filme, principalmente por Richard Gere e Julia Roberts serem meus atores favoritos.Vou amar sempre esse filme e a química perfeita deste casal. Final lindo de Vivian e Edward.
AMOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
Excelente postagem!
<3 <3 <3 <3 <3 <3 <3
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