sexta-feira

SIMPLESMENTE AMOR

SIMPLESMENTE AMOR (Love actually, 2003, Universal Pictures, 135min) Direção e roteiro: Richard Curtis. Fotografia: Michael Coulter. Montagem: Nick Moore. Música: Craig Armstrong. Figurino: Joanna Johnston. Direção de arte/cenários: Jim Clay/Caroline Smith. Produção: Tim Bevan, Eric Fellner, Duncan Kenworthy. Elenco: Hugh Grant, Emma Thompson, Liam Neeson, Colin Firth, Laura Linney, Alan Rickman, Bill Nighy, Lucia Moniz, Keira Knightley, Rodrigo Santoro, Martin Freeman, Andrew Lincoln, Chiwetel Ejiofor, Billy Bob Thornton, Heike Makatsch, Nina Sosanya. Estreia: 07/11/03

Definitivamente não dá pra não simpatizar com uma comédia romântica como “Simplesmente amor”. Ao contar diversas histórias de personagens das mais diversas classes sociais e culturais na Inglaterra – todas de amor, mas de inúmeros tipos de amor – o roteiro do diretor Richard Curtis atinge qualquer tipo de pessoa, seja essa pessoa fã de romance, comédia ou drama. E conta suas histórias com tanta simpatia e generosidade que o difícil é não querer ver e rever para emocionar-se a cada revisão com uma personagem diferente.

Trabalhando com um elenco predominantemente inglês, Curtis escolheu a dedo seus atores estrangeiros – e aí inclui-se o brasileiro Rodrigo Santoro, a americana Laura Linney, o irlandês Liam Neeson e a portuguesa Lucia Moniz – para traçar um painel de sentimentos e relações aparentemente ambicioso, mas que funciona como um relógio. Ao contrário dos dramas psicológicos intensos como os retratados em “Magnólia”, por exemplo, o objetivo do diretor é entreter e emocionar durante duas horas sem no entanto castigar a plateia com abuso sexual, alcoolismo, vício em drogas, etc.... A proposta de “Simplesmente amor” é encantar. E para isso não faltam trunfos.


       

“Simplesmente amor” começa poucas semanas antes do Natal e conta várias histórias. É perto do Natal que o novo Primeiro-Ministro (vivido por um divertido Hugh Grant) assume seu cargo e se apaixona por Natalie (Martine McCutcheon), a moça do cafezinho – um romance que o fará desafiar o todo-poderoso presidente americano (Billy Bob Thornton em participação especial). É pouco antes do Natal também que o astro decadente de rock Billy Mack (Bill Nighy roubando descaradamente a cena) começa a tentar sua volta às paradas de sucesso, regravando a clássica “Love is all around” com a letra modificada para acompanhar a data comemorativa. É também quando acontece o funeral da esposa de Daniel (Liam Neeson), que passa a ter que lidar com a viuvez e com o enteado, o pequeno Sam (Thomas Sangster), apaixonado por uma coleguinha de escola. Também é por essa época que o jovem Mark (Andrew Lincoln) entra em depressão por estar apaixonado pela bela Juliet (Keira Knightley), esposa do seu melhor amigo.
Se não fossem suficientes, a essas tramas outras se juntam aos poucos: é o caso do romance hesitante entre o escritor Jamie (Colin Firth) e sua empregada doméstica portuguesa Aurélia (Lucia Moniz); a crise no casamento de Karen (Emma Thompson) e Harry (Alan Rickman), causada pela secretária dele, Mia (Heike Makatasch); o início tímido do namoro entre a dedicada Sarah (Laura Linney) e seu colega de trabalho Karl (Rodrigo Santoro), atrapalhado pelas crises de saúde do irmão dela; a ilusão do jovem Colin (Kris Marshall) de que vai encontrar o amor nos EUA e o começo da relação entre dois dublês de filmes pornô.

Como já foi dito anteriormente, é difícil não se apaixonar por “Simplesmente amor”. Engraçado, terno, verdadeiro, sensível e de partir o coração, o roteiro de Richard Curtis encontra em seu elenco multi-estelar a encarnação perfeita de personagens carismáticos e extremamente humanos, capazes de atos enlouquecidos de amor, renúncia e até egoísmo. Somados a uma edição ágil e precisa e uma trilha sonora que é quase (mais) uma personagem à parte, o filme mais romântico de 2003 é também um dos mais românticos das últimas décadas. Irresistível!

Nenhum comentário:

JADE

  JADE (Jade, 1995, Paramount Pictures, 95min) Direção: William Friedkin. Roteiro: Joe Eszterhas. Fotografia: Andrzej Bartkowiak. Montagem...