JOGOS MORTAIS III (Saw III, 2006, Twisted Pictures, 108min) Direção: Darren Lynn Bousman. Roteiro: Leigh Whannell, estória de Leigh Whannell, James Wan. Fotografia: David A. Armstrong. Montagem: Kevin Greutert. Música: Charlie Clouser. Figurino: Alex Kavanaugh. Direção de arte/cenários: David Hackl/Liesl Deslauriers. Produção executiva: Peter Block, Jason Constantine, Daniel Jason Heffner, Stacey Testro, James Wan, Leigh Whannell. Produção: Mark Burg, Gregg Hoffman, Oren Koules. Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith, Angus Macfayden, Donnie Wahlberg, Dina Meyer. Estreia: 27/10/06
Não é preciso ser um gênio para saber o que se esperar do terceiro capítulo de um filme de terror, mas é inegável que a série "Jogos mortais" tem um enorme diferencial em relação a seus congêneres. Sem medo de acrescentar elementos a uma franquia já vitoriosa, o roteiro de Leigh Whannell - criador do primeiro episódio - para "Jogos mortais III" expande a ideia original e consegue surpreender o público com um jogo de suspense capaz de prender do início ao fim. Levando-se em consideração que surpresas não são comuns em obras que pretendem apenas assustar e chocar a audiência, pode-se dizer que o novo filme estrelado pelo psicótico Jigsaw é muito melhor do que se poderia imaginar.
Jogando com duas histórias simultâneas - que se conectam de forma aterradora em seu final - "Jogos mortais" foge do padrão dos filmes anteriores ao colocar o vilão da série em evidência. Nessa terceira parte, John Kramer (Tobin Bell) não é apenas um louco sádico e cruel que brinca com a vida de outros seres humandos. Pelo contrário, na história criada por Whannell e seu parceiro James Wan, seu objetivo é unicamente tentar sobreviver a seu tumor cerebral - mas, logicamente, sua busca pela cura é feita por um caminho repleto de violência e tensão. Contando com a ajuda de sua fiel seguidora Amanda (Shawnee Smith), ele sequestra a médica Lynn Denlon (Bahar Soomekh) para que ela realize uma cirurgia em seu cérebro, lhe proporcionando mais tempo de vida. Presa a um colar formado por explosivos, a doutora se vê obrigada a realizar a operação mesmo sem recursos apropriados. Enquanto isso, o angustiado Jeff (Angus Macfadyen) - tentando superar a trágica morte do filho pequeno - se vê envolvido em um jogo perigoso criado por Kramer.
Editado de forma inteligente e mantendo o suspense em níveis intensos - culminando com uma cirurgia cerebral incrivelmente gráfica - "Jogos mortais" ganha em não se repetir. Ao contrário do que se poderia esperar da continuação de uma mina de ouro cinematográfica, seu roteiro evita seguir a mesma trilha de seus bem-sucedidos antecessores, criando uma interessante reviravolta em sua narrativa e apontando para sequências sem seu maior vilão. Além das cenas fortes que retratam a cirurgia sofrida por ele, o filme também consegue manter seu status de chocante com vários momentos capazes de agradar aos fãs fiéis e aos novos conquistados.
Mesmo que não possa ser considerado um divisor de águas no gênero - coisa que seu primeiro capítulo quase conseguiu ser, com sua falta de pretensão e uma criatividade admirável - "Jogos mortais III" mantém acesa a chama da série e não decepciona em momento algum. Não deixa de ser uma qualidade invejável.
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