LETRA E MÚSICA (Music and lyrics, 2007, Warner Bros, 106min) Direção e roteiro: Marc Lawrence. Fotografia: Xavier Perez Grobet. Montagem: Susan E. Morse. Música: Adam Schlesinger. Figurino: Susan Lyall. Direção de arte/cenários: Jane Musky/Ellen Christiansen. Produção executiva: Bruce Berman, Hal Gaba, Nancy Juvonen. Produção: Liz Glotzer, Martin Shafer. Elenco: Hugh Grant, Drew Barrymore, Campbell Scott, Brad Garrett, Kristen Johnson, Haley Bennett, Matthew Morrison. Estreia: 14/02/07
Em 1998, Drew Barrymore estrelou, ao lado de Adam Sandler, a comédia romântica "Afinado no amor", que contava a história do romance entre um cantor de casamentos e uma garçonete nos cafoníssimos anos 80. Essa mesma década - que tornou-se novamente popular na entrada do século XXI - é o espírito de "Letra e música", mais um exemplar do gênero cinematográfico que fez a glória da ex-menininha de "ET". Apresentando uma química perfeita com Hugh Grant - divertidíssimo brincando com sua imagem de galã - ela acerta em cheio mais uma vez.
Dirigido por Marc Lawrence - que já havia dirigido Grant em "Amor à segunda vista" e ainda faria o tenebroso "Cadê os Morgan?" com o ator - "Letra e música" conquista simplesmente porque não oferece ao espectador mais do que pode. Lawrence escreveu uma história simples, romântica e engraçada, capaz de deixar o público com um sorriso doce no rosto. E o que os anos 80 tem a ver com isso? Basta dizer que logo de cara todo mundo já percebe: na pele de Alex Fletcher, o ator britânico surge dançando e cantando como um dos integrantes da previamente famosa banda de rock chamada Pop! - em um videoclipe sensacional que lembra nitidamente os trabalhos de grupos como Duran Duran. Quando o filme começa, Fletcher já não é mais tão popular e vive de shows em feiras e eventos, já que seu álbum solo foi um fiasco. Sua chance de escapar da decadência absoluta - na figura de um programa de auditório onde ele teria que lutar contra outras ex-celebridades - surge quando a jovem estrela da música adolescente Cora Corman (Haley Bennett incorporando Britney Spears em sua atuação) lhe pede uma canção que tenha como título "Way back into home". Paralisado pelo medo de não conseguir cumprir o contrato - quem fazia as letras de suas músicas era seu ex-parceiro e atual desafeto - ele acaba encontrando parceria em um lugar inesperado. A jovem Sophie Fisher (Drew Barrymore), hipocondríaca que cuida de suas plantas, se revela uma ótima letrista e os dois começam a trabalhar juntos. Não é preciso ser gênio para adivinhar o final da história.
Brincando sem medo com as referências culturais dos anos 80, Marc Lawrence criou uma comédia romântica que funciona às mil maravilhas. Mesmo que não tenha sido exatamente um estouro de bilheteria - rendeu pouco mais de 50 milhões de dólares - "Letra e música" consegue ser mais interessante do que seus congêneres por utilizar os clichês a seu favor. Ninguém tem dúvida de qual será o destino de seus protagonistas desde a visualização do cartaz, mas o roteiro expõe a relação entre eles de maneira tão natural e leve que fica difícil não gostar. Fazendo uma ligação orgânica entre o universo da música pop oitentista com a atual, o filme ainda tem um senso de humor impecável e inteligente, que não apela em momento algum para o escrachado ou o escatológico. Quando surge uma certa sensualidade - graças à Cora Corman - é apenas mais um meio de satirizar o estado das coisas na música americana atual.
Com uma trilha sonora deliciosa - cujas canções são realmente interpretadas por um Hugh Grant no cúmulo da canastrice proposital - e um elenco coadjuvante que apenas soma ao resultado final, "Letra e música" é uma sessão da tarde das mais inspiradas. Os anos 80 fazem bem à Drew Barrymore.
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
quarta-feira
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4 comentários:
Um dos filminhos água com açúcar que eu mais adoro (morro com a Britney Spears dele). E adoro ainda mais o "Afinado no Amor" (só não gosto justamente desse nome que arrumaram pro filme no Brasil).
Adoro esse blog, Clênio.
Assim como o Humberto citou acima, também gosto muito deste filme e de "Afinado no Amor".
São filmes ótimos para quem viveu os anos oitenta.
Abraço
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Achei fraco, mas é engraçadinho...
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