Oliver Stone pode ser considerado o mais americano dos cineastas. Basta dar uma olhada para trás em sua filmografia para constatar sua obsessão com temas intimamente ligados ao interesse de seu país natal. Filmes como “Platoon” e “Nascido em 4 de julho” versavam sobre a guerra do Vietnã. “JFK” contava a conspiração que culminou na morte do presidente John Kennedy e “Assassinos por natureza” brincava com a fascinação pela violência – talvez seu filme com maior alcance universal. Em “Um domingo qualquer” mais uma vez Stone utiliza um tema tipicamente ianque – o futebol americano – para exibir sua técnica invejável, mesmo que para contar uma história sem maiores novidades.
Al Pacino (em mais uma de suas atuações nervosas) vive Tony D’Amato, o técnico do Miami Sharks, um time que anda em uma maré de derrotas consecutivas. Não bastasse os problemas em campo, como o acidente com o capitão do time (um surpreendente Dennis Quaid), ele ainda tem que enfrentar a pressão da dona do time, a ganaciosa Christina Pagliacci (Cameron Diaz canastra ao extremo), que precisa de uma vitória para acalmar seus investidores e a arrogância do novo astro do time, o talentoso mas arredio Will Beamean (Jamie Foxx, espetacular).
Ao situar sua trama em um terreno praticamente desconhecido do público não-americano, Stone acaba perdendo muito da identificação que talvez pudesse ambicionar com os demais espectadores. Apesar de muitas situações serem plenamente similares com outros esportes – e os personagens-clichês abundam, desde o médico mau-caráter vivido por James Woods à esposa ambiciosa do jogador afastado, interpretada por Lauren Holly – o filme ainda tem uma personalidade extremamente nacionalista que incomoda mais do que agrada. O inegável talento de Stone, no entanto, deixa tudo mais atraente ao consumidor normal. Tudo que o diretor se acostumou a entregar à platéia está em doses quase exageradas.
A fotografia realista de Salvatore Totino, a edição alucinada e o desenho de som acachapante fazem com que se tenha a impressão de estar no meio do gramado, junto com os jogadores. O ritmo, alucinante em alguns momentos e quase contemplativo em outros, pode deixar os mais sensíveis tontos - e Stone nem se importa em mostrar um jogador perdendo um olho durante um jogo ou esportistas cheirando cocaína e fazendo sexo com prostitutas em festas regadas à álcool e drogas. As metáforas estão por toda parte – a citação ao clássico “Ben-hur” chega ao requinte de contar com o próprio astro do filme, Charlton Heston, em participação especial – e o trabalho de Pacino, Foxx e Quaid equilibram como podem os exageros histriônicos de Cameron Diaz. O final chega perto do clichê, mas espertamente consegue fugir dele com classe e ironia.
“Um domingo qualquer” não é nem de longe o melhor trabalho de Oliver Stone mas tem qualidades suficientes para garantir o interesse por suas longas duas horas e meia. Basta ter um pouco de paciência.
Al Pacino (em mais uma de suas atuações nervosas) vive Tony D’Amato, o técnico do Miami Sharks, um time que anda em uma maré de derrotas consecutivas. Não bastasse os problemas em campo, como o acidente com o capitão do time (um surpreendente Dennis Quaid), ele ainda tem que enfrentar a pressão da dona do time, a ganaciosa Christina Pagliacci (Cameron Diaz canastra ao extremo), que precisa de uma vitória para acalmar seus investidores e a arrogância do novo astro do time, o talentoso mas arredio Will Beamean (Jamie Foxx, espetacular).
Ao situar sua trama em um terreno praticamente desconhecido do público não-americano, Stone acaba perdendo muito da identificação que talvez pudesse ambicionar com os demais espectadores. Apesar de muitas situações serem plenamente similares com outros esportes – e os personagens-clichês abundam, desde o médico mau-caráter vivido por James Woods à esposa ambiciosa do jogador afastado, interpretada por Lauren Holly – o filme ainda tem uma personalidade extremamente nacionalista que incomoda mais do que agrada. O inegável talento de Stone, no entanto, deixa tudo mais atraente ao consumidor normal. Tudo que o diretor se acostumou a entregar à platéia está em doses quase exageradas.
A fotografia realista de Salvatore Totino, a edição alucinada e o desenho de som acachapante fazem com que se tenha a impressão de estar no meio do gramado, junto com os jogadores. O ritmo, alucinante em alguns momentos e quase contemplativo em outros, pode deixar os mais sensíveis tontos - e Stone nem se importa em mostrar um jogador perdendo um olho durante um jogo ou esportistas cheirando cocaína e fazendo sexo com prostitutas em festas regadas à álcool e drogas. As metáforas estão por toda parte – a citação ao clássico “Ben-hur” chega ao requinte de contar com o próprio astro do filme, Charlton Heston, em participação especial – e o trabalho de Pacino, Foxx e Quaid equilibram como podem os exageros histriônicos de Cameron Diaz. O final chega perto do clichê, mas espertamente consegue fugir dele com classe e ironia.
“Um domingo qualquer” não é nem de longe o melhor trabalho de Oliver Stone mas tem qualidades suficientes para garantir o interesse por suas longas duas horas e meia. Basta ter um pouco de paciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário