007 - OPERAÇÃO SKYFALL (Skyfall, 2012, 143min ) Direção: Sam Mendes. Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, John Logan, personagens criados por Ian Fleming. Fotografia: Roger Deakins. Montagem: Stuart Baird, Kate Baird. Música: Thomas Newman. Figurino: Jany Temime. Direção de arte/cenários: Dennis Gassner/Anna Pinnock. Produção executiva: Callum McDougall. Produção: Barbara Broccoli, Michael G. Wilson. Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier Bardem, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Albert Finney, Ben Wishaw, Rory Kinnear. Estreia: 23/10/12 (Londres)
5 indicações ao Oscar: Fotografia, Trilha Sonora Original, Canção Original ("Skyfall"), Edição de Som, Mixagem de Som
Vencedor de 2 Oscar: Canção ("Skyfall"), Edição de Som (empatado com "A hora mais escura")
Vencedor do Golden Globe de Melhor Canção ("Skyfall")
Quando a sessão acaba uma certeza fica na mente do espectador: para se
assistir ao festival de adrenalina que é "007 - Operação Skyfall" não é preciso ser fã
de James Bond nem ao menos ter conhecimento além do estritamente básico
sobre a saga do agente secreto mais famoso do cinema e da literatura -
sim, afinal de contas ele nasceu da imaginação de Ian Fleming muito
antes de assumir as feições de Sean Connery. O filme de Sam Mendes -
surpreendentemente o mesmo homem que assinou "Beleza americana",
"Estrada para Perdição" e "Foi apenas um sonho", obras extraordinárias
mas bastante diferentes do que ele mostra aqui - é uma aventura que
equilibra com precisão cenas extremamente bem dirigidas de ação, uma
história interessante e algumas cenas que traem seu talento em buscar a
emoção de suas personagens. Em suma, é um programa imperdível para os
fãs de 007 e para quem gosta de um bom entretenimento.
Independente das outras aventuras do espião, "Skyfall" tem uma história
empolgante e repleta de momentos inspiradores, que comprovam o acerto
dos produtores em escalar Mendes para a direção. Oriundo do meio teatral
inglês, o cineasta tem uma visão elegante e esteticamente apurada, o
que dá à nova aventura de 007 um visual arrebatador, desde a fotografia
espetacular do veterano Roger Deakins até à edição ágil mas nunca
cansativa de Stuart Baird. O roteiro mescla com segurança tanto
sequências de tirar o fôlego com uma trama inteligente e que dá espaço
suficiente para o desenvolvimento de suas personagens - em especial a
chefe de Bond, M, vivida pela sempre ótima Judi Dench e que aqui tem a
chance de mostrar porque é uma das maiores atrizes britânicas de sua
geração, acompanhada por um Ralph Fiennes em vias de tornar-se ator fixo
da série e por um Daniel Craig cada vez mais à vontade no papel
central.
Mesmo que a premissa do roteiro não seja exatamente um primor de
originalidade - em tempos de "Missão impossível" e os filmes da série
Bourne inventar entrechos geniais é um exercício inglório para qualquer
escriba - a forma como a trama é desenvolvida jamais deixa a peteca
cair. O que começa como uma busca desesperada por um arquivo que promete
desmascarar todos os agentes secretos do MI6 (e consequentemente causar
suas mortes) chega a um final apoteótico que remete às origens de James
Bond - não sem antes passar pelos planos megalomaníacos de sempre do
vilão da vez, aqui representado - e muito bem, diga-se de passagem -
pelo assustador Javier Bardem, deitando e rolando com uma personagem das
mais interessantes dos últimos anos - e que quase foi parar nas mãos de
Kevin Spacey. Os duelos entre Bond e Silva (o vilão) são de prender a
respiração, tanto nas disputas físicas quanto nos diálogos, bem escritos
na medida certa para um filme-evento.
É difícil não sair satisfeito de uma sessão de "007 - Operação Skyfall".
Tudo funciona à perfeição, desde o elenco e a direção até à trilha
sonora - com destaque para o oscarizada canção-tema de Adele que abre o filme depois de uma sequência de tirar o fôlego - o ritmo e a parte técnica. É uma diversão de primeira linha, que
mostra ao espectador em cada cena onde foi parar seu gigantesco
orçamento. Agrada aos fãs e conquista aos neófitos sem maiores
dificuldades. Ah, se todos os blockbusters fossem assim....
Filmes, filmes e mais filmes. De todos os gêneros, países, épocas e níveis de qualidade. Afinal, a sétima arte não tem esse nome à toa.
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