quinta-feira

SINTONIA DE AMOR

SINTONIA DE AMOR (Sleepless in Seattle, 1993, TriStar Pictures, 105min) Direção: Nora Ephron. Roteiro: Nora Ephron, David S. Ward, Jeff Arch, história de Jeff Arch. Fotografia: Sven Nykvist. Montagem: Robert Reitano. Música: Marc Shaiman. Figurino: Judy Ruskin. Direção de arte/cenários: Jeffrey Townsend/Clay Griffith. Casting: Juliet Taylor. Produção executiva: Patrick Crowley, Delia Ephron, Lynda Obst. Produção: Gary Foster. Elenco: Tom Hanks, Meg Ryan, Rita Wilson, Victor Garber, Bill Pullman, Rosie O'Donnell, Carey Lowell, Ross Malinger, Gabby Hoffman, Rob Reiner, Frances Conroy, David Hyde Pierce. Estreia: 25/6/93

2 indicações ao Oscar: Roteiro Original, Canção Original ("A wink and a smile")

Quando se sabe que Meg Ryan teve seu melhor papel em "Harry & Sally, feitos um para o outro", escrito por Nora Ephron e se assiste a sua atuação em "Sintonia de amor" - estreia da roteirista como cineasta - fica-se difícil imaginar outra atriz como protagonista. No entanto, antes que Ryan embarcasse no projeto, o papel da romântica jornalista Annie Reed foi oferecido a Julia Roberts, Jennifer Jason Leigh, Michelle Pfeiffer, Jodie Foster e Kim Basinger - que o recusou por considerar a premissa do roteiro ridícula e inverossímil. As sistemáticas recusas das atrizes citadas, no entanto, podem ser consideradas um golpe de sorte; com Ryan no principal papel feminino e Tom Hanks como seu par romântico, "Sintonia de amor" foi um dos mais surpreendentes sucessos de bilheteria de 1993 e encantou milhares de corações enamorados. A premissa pode, sim, ser um tanto inacreditável, mas isso não atrapalhou nem um pouco no grande êxito comercial e crítico de uma das comédias românticas mais simpáticas da história.

Embalado por uma trilha sonora irretocável composta por standards do cancioneiro romântico/popular americano - de "As time goes by" a "When I fall in love" - o filme de Nora Ephron mantém o tom irônico e bem-humorado de "Harry & Sally", mas não tem medo de ir fundo no romantismo, certamente inspirado no clássico "Tarde demais para esquecer", homenageado carinhosamente pelo roteiro - apesar de ser citado sempre pela parcela feminina do elenco enquanto é desprezado pelas personagens masculinas, o romance entre Cary Grant e Deborah Kerr é a maior influência de "Sintonia de amor" e foi redescoberto pelo público graças a ele.



Quando o filme começa, o arquiteto Sam Baldwin (Tom Hanks no auge da simpatia e em vias de ser muito levado a sério pela crítica) acaba de ficar viúvo e, entristecido com a perda, abandona Chicago e leva o filho pequeno, Jonah (o ótimo Ross Malinger) para Seattle, disposto a recomeçar a vida. Um ano e meio depois, preocupado com a solidão do pai, o menino telefona para um programa de rádio, em busca de uma namorada para ele. Apesar das centenas de cartas que lhe chegam, em resposta ao pedido, ele se interessa pela carta da jornalista Annie Reed (Meg Ryan), moradora de Baltimore - ou seja, do outro lado do país. Mesmo que recém tenha ficado noiva do dentista Walter (Bill Pullman), ela não reconhece nele alguém capaz de despertar-lhe uma paixão como a de seus pais, e, com a ajuda de sua editora, Becky (a divertida Rosie O'Donnell), tenta contato com o "Insone de Seattle" (o pseudônimo de Sam no programa de rádio). Desacreditando nas possibilidades de um encontro com Annie (por ao menos uma boa razão), Sam tenta seguir a vida, mas Jonah não parece capaz de desistir de reuní-lo à bela repórter.


"Sintonia de amor" é uma delícia. Engraçado, romântico e extremamente agradável, é um perfeito exemplo de como se fazer uma comédia romântica. A química entre Hanks e Ryan - previamente testada no fracassado "Joe contra o vulcão" - é invejável, principalmente se for levado em conta que dividem a cena por menos de cinco minutos no total. A expectativa que se cria em torno de seu encontro é pontuada com diálogos saborosos e personagens criados com carinho por um elenco coadjuvante afiado (que inclui o cineasta Rob Reiner, a esposa de Hanks, Rita Wilson e até mesmo Frances Conroy, que ficaria famosa pela série "A sete palmos" quase uma década depois). As diferenças culturais entre homens e mulheres é trabalhada com humor e não com um ranço sexista, e nem mesmo o fato de realmente a história ser meio capenga incomoda a plateia - vale lembrar que, à época do filme, a Internet ainda não era o que é hoje (mas a dupla Hanks/Ryan também faria um filme sobre isso, "Mensagem para você", novamente sob a direção de Nora Ephron).

Mesmo com tantas qualidades, o melhor de "Sintonia de amor" é mesmo seu clima absolutamente romântico. Desaconselhável para quem não é fã do gênero - uma vez que é sua quintessência - é um filme para aquecer os corações daqueles que acreditam que o grande amor de sua vida pode ser um completo desconhecido que mora há milhares de quilômetros. É deixar a razão de lado e mergulhar.

2 comentários:

renatocinema disse...

Esse filme é uma boa comédia romântica. Mas, Meg Ryan precisa levantar a carreira. Esta por baixo faz algum tempo.

História é Pop! disse...

Fase onde Meg Ray e Tom Hanks faziam perfeito par romântico perfeito (apesar de juntos mesmo neste filme só ficarem 2 minutos)
Gosto em especial dessa comédia romantica por fazer sempre referencia a um dos meus clássicos preferidos com Cary Grant e Deborah Ker – Tarde Demais para Esquecer...
Adoro as cenas do Empire State....
Sei que muitos não vêem o filme como bom, mas ele lindo!
Obs: adoro a trilha Sonora
Celine Dion, Nat King Cole, Carly Simon, Harry Connick Jr, Joe Cocker

obs; concordo com rentacinema, Meg Ryan precisa levantar a carreira e nao a cara com botox como tem feito!!!!
bjo

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